RESCALDO DA TEMPORADA
Está na altura de fazer o rescaldo da temporada, que para mim terminou “oficialmente” ontem.
O primeiro treino foi em 31.10.2016 e o último foi ontem, 30.09.2017. No total dos 11 meses que durou a época, os números foram estes:
7918 km | 326h16m | 108731m d+
Participei em quatro provas, o Montemuro Cycling Road, o Douro Granfondo, o Skyroad da Serra da Estrela e o Skyroad Aldeias de Xisto.
Como sabem, no inicio da época defini um plano de treino anual, com base no The Cyclist’s Training Bible, do Joe Friel. Para além da bicicleta, as ferramentas que tive disponíveis para treinar foram o Turbo Trainer e o Golden Cheetah.
Até ao final do mês de Fevereiro consegui cumprir aquilo que tinha planeado e fui notando bastante evolução, não só tendo em conta a subida do meu FTP, mas também considerando a melhoria dos meus tempos nos Strava e das médias de velocidade dos treinos.
No final de Fevereiro tive uma lesão que me impossibilitou de treinar durante duas semanas e me limitou os treinos apenas ao turbo trainer, durante 2 meses. Durante este tempo tentei, na medida do possível, prosseguir com os treinos estruturados que tinha no plano e adaptando alguns para simular, dentro dos possíveis, os treinos e subidas longas que não conseguia fazer na rua.
Voltei no final de Abril, ainda a tempo do Montemuro Cycling Road e do Douro Granfondo, as primeiras duas provas da época. A principal dificuldade que senti, principalmente no Douro Ganfondo, foi a falta de endurance. Apesar de ter treinado durante 2 meses no turbo trainer, obviamente que não consegui replicar os treinos longos e as horas de selim, fundamentais para aguentar as exigências de provas com mais de 5 horas, como são os Granfondos.
A partir do momento que tive o ok para voltar à rua, coloquei de lado (talvez erradamente) os treinos no turbo trainer. A partir dessa altura a minha preocupação foi meter kms na estrada de forma a recuperar a endurance que perdi durante a paragem. Talvez deve-se ter continuado a combinar os treinos estruturados com a estrada, mas a fome de rua era muita.
Apesar de tudo acabei por chegar à Serra da Estrela com uma boa preparação, conseguindo classificar-me no primeiro quarto da tabela, mas com a certeza que poderia ter conseguido ainda melhor. Alguns erros na preparação, nomeadamente na alimentação antes da prova e alguns nervos de principiante, acabaram por condicionar a segunda metade da prova.
No mês de Agosto parei uma semana para descanso e algum tempo em família, continuando depois a preparação para o Skyroad Aldeias de Xisto, no inicio de Setembro. Treinos curtos a intensidade alta durante a semana, treinos longos com muita montanha à mistura durante o fim-de-semana foi a receita. A prova acabou por correr dentro do que estava à espera. Consegui dosear o esforço durante toda a prova e chegar ao final com a sensação de que não conseguia dar mais.
Foi, acima de tudo, um ano de muita aprendizagem e de autoconhecimento. O que levo de positivo desta época:
.: A importância de um plano de treino para estruturação e orientação durante a época. Saber quando treinar, o que treinar e qual o propósito. A periodização, o aumento progressivo das cargas de treino, o descanso e a recuperação, o volume vs a intensidade, etc.
.: A importância de nos conhecermos. Os nossos pontos fortes, mas acima de tudo as nossas fraquezas, de forma a podermos colmatá-las com o treino.
.: A importância do turbo trainer para garantir consistência no treino. Com ele não há desculpas, não há noite, não há frio, não há chuva. Está sempre ali disponível para nos massacrar. E o que eu sofri em cima dele…
.: A importância dos treinos estruturados com base na potência. As zonas de treino e os parâmetros que desenvolvemos em cada uma, a duração das séries e os tempos de descanso entre elas, o TSS, o gráfico de PMC, entre tantas outras coisas que só treinando com potência se tem contacto.
Sem dúvida foi uma época bastante positiva, independentemente das dificuldades e dos resultados obtidos. Na próxima época serei com certeza mais forte.
Segue-se agora um mês de descanso. Não vou parar por completo, mas vou simplesmente andar de bicicleta quando me apetecer, sem qualquer tipo de preocupação com dados e médias. Apenas desfrutar da bicicleta e ganhar motivação para a próxima, que começará em Novembro.
Apesar da paragem a próxima época já está em preparação. Como sabem investi num power meter para poder treinar com base na potência, tanto no turbo trainer, como na rua. Mas como a ferramenta só por si não nos torna mais fortes, há que saber usá-la. Já devorei o Training and Racing With a Power Meter, do Hunter Allen e do Andrew Coggan, e ando agora de volta do The Power Meter Handbook, do Joe Friel. Para além disso continuo atento a toda a informação que vai aparecendo aqui pelo fórum nos vários tópicos sobre treino. Porque o saber não ocupa lugar!
Não poderia terminar este post sem agradecer a todos aqueles que foram acompanhando este tópico e que o tornaram mais rico com a informação que foram colocando. Agradeço as marretadas, as palmadas nas costas e as palavras de ânimo nos momentos mais complicados.
E por último agradeço ao meu parceiro de treino e grande amigo
@royal636. Se evoluí durante esta época, em grande parte devo-o a ele. És grande! E como não há dois sem três, amigo
@Martins, chega lá aqui que também há para ti. Grandes treinos e grandes empenos juntos. Se um diz mata, os outros dizem esfola! Não há kms ou acumulado que nos meta medo! Sofremos muito, mas sofremos em grande estilo!
E agora siga para 2018!
Abraço,