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[Diário de Treino] A Carolina aprende a andar de bicicleta

Carolina

Well-Known Member
Cronoescalada Alcanena Capital da Pele 2017

Não sei se Cronoescalada é o nome correcto para a prova de hoje. Foi mais uma "cronoventania". Ainda ia na autoestrada e deu logo para perceber que o vento estava muito forte e com muitas rajadas. Tirei logo da cabeça a ideia de bater o tempo que fiz no reconhecimento.

Cheguei pouco depois das 8h, comi uma banana e lá fui buscar o dorsal. Ainda dei lá uma voltas na bicicleta, só para não estar parada à espera e depois fui para junto da meta ver os outros partir. Ainda deu para trocar umas palavras com o @FSilva e com o @lgass enquanto aguardava pela minha vez. Parti às 9h25, 3 minutos depois do @lgass.

Os primeiros 3 kms eram de falso plano, mas comecei a ver que isto hoje ia ser ainda pior do que estava à espera. Prato grande foi para esquecer, batimentos a baixo dos 180 bpms também e cadência... é melhor nem falar sobre isso! Eu bem queria manter acima das 80 rpm, tal como fiz no reconhecimento, mas era impossível. Ainda alimentei um pouco a ideia de que quando começasse a subir e entrasse na serra ia ser mais protegido e dava para baixar o ritmo cardíaco... Mentira!

A primeira subida mais a sério tem cerca de 2 kms e o vento não acalmava. Andei sempre entre os 2 andamentos mais leves, ora um, ora outro. Só queria conseguir manter a cadência certinha, mas era complicado. Bastava o vento aumentar um bocadinho, dava logo a sensação de estar a andar para trás, sensação quase tão boa como aquela em que estás a pedalar mas não sais do mesmo sitio. Era só escolher :confused:

Depois da subida há cerca 1,5 km, mais coisa menos coisa, a descer. Neste caso, o vento era tanto que parecia mais terreno plano. Como se isto não bastasse, assim que acaba a descida é sempre a subir até ao último km e as primeiras centenas de metros da subida batiam nos 10%. Usar a descida para ganhar balanço era o objectivo, mas foi complicado. Por um lado queria velocidade, por outro queria que a minha pulsação baixasse.

A partir daqui esqueci cadências, velocidades e tempos. Só me preocupei em tentar controlar a respiração e rezar a Deus para não rebentar.

Fui controlando o melhor que pude, mas ia sempre preocupada porque a pulsação não baixava. Normalmente, para esforços de 1 hora, o máximo que aguento é 178-180 bpms de média. Este era o meu valor de referência, daí a minha preocupação.

O resto da subida não tem muito que se lhe diga. Foi um valha-me Deus constante. Fui praí 80% da subida em 32x34, não dava mais e cadência era quase sempre abaixo do que queria.

Passou muita malta por mim, tanto os que partiram depois, como os que regressavam à meta. Não houve um que não gritasse palavras de animo e de força. Eu nem conseguia responder.

O último km tem duas vezes um sobe e desce. O primeiro "sobe" foi muito provavelmente a rampa de 100 metros mais lenta da minha vida. O vento ali estava muito forte, mesmo de frente e sempre constante. Aquela m*rda nunca mais terminava. A última rampa antes de virar para a recta da meta também custou, o que vale é que a descida anterior era mais protegida e consegui ganhar algum balanço.

Quando entrei na recta da meta ainda pensei "epa, vou sprintar, vai ser espectacular, sou o Cavendish e o crlh" :cool: lololol... onde é que estavam as pernas?! um granda sprint!!! a força era tanta que ia no 25x34! :oops: Ainda deu para bater nas 195 bpms, já não foi mau.

Depois fiquei para lá a tentar ver se conseguia respirar. Não estava muito fácil.

Junto à meta a organização tinha uma mesa com comes e bebes. Lá foi um cafézinho, que ainda não tinha bebido nenhum, um queijo fresco e uma fatia picanina de bolo de laranja :p

Desci até à meta e fiquei por lá um bocado à espera dos resultados. Éramos 5 e eu fiquei em 4º. Falhei o pódio por 3 minutos e meio.

Tempo oficial: 1h03m01s
FC média: 184 bpm (juro que não sei como não morri)
FC máx: 195 bpm
Cadência média: 77 rpms
Cadência máx: 121 rpms

Para terem noção do vento, lembram-se do reconhecimento? Aquele em que parei várias vezes para esperar pelo meu irmão e porque me saltou a corrente... Nesse dia, sem vento e com aquelas paragens, fiz 55m46s com 178 bpm de média e 188 bpm de máxima!

Prova: https://www.strava.com/activities/1020300352

Foto da praxe:
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Por último, parabéns ao @lgass e ao @FSilva, fizeram belos tempos!
 

NULL

Moderador
Staff member
Carolina, apesar de não teres conseguido o teu objectivo ficou bem evidente que não era fácil consegui-lo. Perante a contrariedade do vento pouco ou nada havia a fazer.

Resta continuar a treinar e marcar já outras provas no calendário!

Ps. Não te esqueças de fazer um treininho de descompressão. ;)
 

Bruso

Well-Known Member
Bem me parecia!! Fica a experiência. Subir com vento de frente é uma sensação horrível.
 

Carolina

Well-Known Member
Tu nem me fales em treinos. As minhas pernas estão uma lástima, ainda saí durante a tarde para ver se andava um bocadinho e isto melhorava, mas fiquei na mesma. Só de pensar que o próximo treino vai ter de ser de pernas até me dá uma coisinha má.

Não fiquei preocupada ou triste por não ter cumprido o objectivo. Dei o que tinha para dar, até dei mais do que achava que tinha :p

A próxima aventura já está marcada para dia 25: http://www.gpsies.com/map.do?fileId=fwllydgaqbancksz

Eu também tenho uma pontaria do caraças. Ainda só fiz 2 provas e nas 2 esteve uma ventania desgraçada. Ao menos na Bike Night Race havia vento pelas costas na recta da meta. Hoje foi sempre de frente.
 

Carolina

Well-Known Member
a pé. nem quero olha pa bicicleta lololol. só depois de almoço é que comecei a sentir as pernas.

foi um belo esticão. agora sim, tenho um valor preciso de LTHR para poder calcular as zonas de treino :cool:
 

NULL

Moderador
Staff member
Lolllll

Carolina, é muito importante um treino de descompressão depois de uma tareia dessas. Ainda para mais tens turbo trainer... 30 ou 40 minutos só a rolar a perna. Se não for hoje pelo menos amanhã.

Ajuda a regenerar as células e evita as contraturas..
 

royal636

Active Member
Carolina parabéns pela prestação. Deves ter ficado um pouco "fula" com a ventania que estava mas o que interessa é teres acabado e teres ganho experiência para continuares o teu percurso a que te prepuseste para este ano.
 

emsfc

Well-Known Member
Parece que este ano a ventania está difícil de abrandar. Aqui por cima também se tem feito sentir e hoje não foi excepção.
Parabéns pela prestação! Mesmo que o resultado não tenha correspondido às tuas expectativas, o que interessa é que pelo menos fizeste um treino bem duro e amanhã estarás com certeza mais forte que hoje.
 

Wawando

Well-Known Member
Carolina, como o Alberto diz, ignora o bpm.
Cada um tem o seu.
Quando comecei a andar tb me diziam que ía morrer porque tinha o bpm muito elevado para a minha idade.
Cada um é como é. O "alto demais" é relativo. Descobre o teu e depois treina em função da TUA %
Faz um exame médico e análises com periodicidade para garantir que está tudo bem.
De resto, fogo à peça!
O nosso corpo está bem feito, antes de partir rebenta hehehe
Parabéns pela evolução e bons treinos!!!
 

Bruso

Well-Known Member
Já tinha pensado nisso. E quando ele me disse que fez a subida a olhar para o GPS fiquei assustado.

Mas isso sou eu que não uso nada dessas tecnologias.
 

Carolina

Well-Known Member
Wawando, quando disse que achei um valor alto estou a comparar com os meus valores, com o que costumo fazer. O que os outros fazem é irrelevante.

Tive algum cuidado, mas também não me limitei por completo. Pensei que não aguentava mais de 180 bpms de média, mas não abrandei por causa disso. Eu sabia que estava a fazer mais, tinha os números à frente, mas também tinha noção de como me sentia.

Se eu tivesse tentado ir completamente à morte e sem qualquer controlo, o mais provável era ter rebentado a meio da prova. Já me aconteceu mais que uma vez quando tento acompanhar a malta ao fim de semana. Nunca olho po garmin, porque preciso de tomar atenção à roda da frente e acabo por fazer metade da volta com a corda ao pescoço e a outra metade a morrer.

Hoje, com o vento, arranjei ali um compromisso entre o ritmo onde estava minimamente confortável e o que os batimentos diziam. A única maneira ali de baixar os batimentos era baixar a cadência, porque já ia no andamento mais leve. Se baixasse mais a cadência já sabia que ia passar para uma pedalada mais de mashing, que para mim é muito desconfortável.

Eu também tenho consciência que o vento me afectou em termos psicológicos. Odeio andar com vento de frente, deixa-me logo mal disposta. Se calhar podia ter feito melhor, não sei. Não ia fazer diferença na classificação final, portanto também não me preocupa.
 

albertosemcontador

Well-Known Member
Não foi o vento, psicologicamente foi o Bpm!

O vento é uma questão de posicao! Enquanto estás a olhar e a pensar e a digerir os números de bpm, estás a perder tempo, que podias ganhar se te posicionasses correctamente face ao vento! Quando há vento, não há nada!! Só há uma coisa, protecção, meter a cabeça dentro da carapaça como o caracol e cadência é mais cadência por lá fora, mas com o corpo o mais fechado possivel, com vento não se olha para o Garmin, nem para BPMs, nem velocidade, nem power, nem nada!! Com vento e dar cadência! E ir por feeling! E como um nadador a fazer uma prova debaixo de agua!

Depois quando parar, sim, faz-se uma reavaliação! Até parar e cadência elevada, o mais possível, mas por feeling, e tempestade, e tempestade!

Só com muita, muita experiência e que se consegue gerir valores com vento! Mesmo aí, com grande experiência, não é com tanta frequência!

Grande abraço...
 
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fcsaimon

Well-Known Member
Já alguma vez andaste sem bpm? Quais as sensações (seja lá o que isto for lol) nessa altura? Também tenho a opinião do ASC e do Bruso... e já pedalei a teu lado, apesar de pouco tempo. Custa me um pouco pensar no treino e na resposta como matemática pura... para mim é ouvir e conhecer o organismo, repito, para mim.

Parabéns pela prova e pelo esforço. Boa partilha ;)
 
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