Pois, infelizmente não é para os apanhados. Já vi esta "canalha" na estrada varias vezes nestas ditas corridas quiando vou dar as minhas voltas e só tenho uma palavra - MEDO. O video colocado não mostra o perigo que esta "canalha" tem quando vai na estrada... só vêm estrada à frente. Comprrendo o porque de alguns condutores não suportarem os ciclodesportistas quando vão na estrada e estes videos mostram que eles têm razão.
Deixo aqui mais uma perola quando eles acabaram de fazer uma dessa corridas:
http://www.youtube.com/watch?v=IVEOcERh3t4
Mais outros videos que também são uns tesourinhos deprimentes
http://www.youtube.com/watch?v=10bJ8zmrLs8
http://www.youtube.com/watch?v=J1ja7A0zsPY
Consultando o site desses jeitosos, vemos já também um calendário definido para 2013 com as ditas corridas... em estradas nacionais bem conheciodas, deixo como exemplo:
24 de Fevereiro 2013 - Contra relogio na estrada marginal que vai do Freixo até Entre-os-Rios (quem conhece sabe que é uma estrada bem movimentada mesmo ao domingo)
24 de Março 2013 - Contra relogio na estrada nacional que vai do Porto-Espinho até Aveiro (quem conhece sabe que é outra estrada bem miovimentada)
26 de Maio 2013 - Contra relogio na estrada nacional que vai de Ermesinde até Guimarães (quem conhece sabe que é outra estrada bem movimentada)
E mais perolas desta competição podem ser encontradas no site dos artistas.
Premios que atribuem a eles proprios para estas corridas
1º Classificado - 100euros no final do ano
2º classificado - 90euros no final do ano
3º calssificado - 80euros no final do ano.... e por aí fora
Regulamentos que esta artistas pratoicam... um de muitos que dá para ter uma ideia
Não completar o percurso em conjunto com os restantes elementos do grupo – perda de 50% dos pontos.
Apresentar-se sem Equipamento Oficial do Ciclo Cabanas (pelo menos camisola ) – perda de 100% dos pontos.
Apresentar-se sem Capacete - perda de 100% dos pontos.
Caso seja líder de alguma classificação, apresentar-se sem a respectiva Camisola de líder - perda de 100% dos pontos.
Falta de comparência - penalização em 1 ponto.
Tem mais no site, quem se quiser rir um pouco basta ir lá consultar.
Para finalizar os relatos de quem participa nestas corridas é qualquer coisa de ilariante, seguem os excertos:
"Mais uma época de competição se inicia no Ciclo-Cabanas. Este ano as novidades são muitas: a classificação passa a ser contabilizada por tempos, aparecem os prémios de montanha e de sprint, existem gráficos de altimetria das várias etapas e, no seu todo, as mesmas tentam recriar uma grande volta. É evidente que é impossível agradar a todos mas, pessoalmente, penso que foi dado um salto qualitativo bastante grande, sobretudo se tivermos em conta – e por vezes as pessoas esquecem-se disso – que ninguém tem vida ou é pago para tratar a tempo inteiro os múltiplos assuntos que envolvem a equipa.
Iniciado mais um ano, uma pergunta paira no ar: Estará o Moura mais fraco este ano? Conseguirá alguém fazer-lhe frente? O prólogo deu a resposta e é um retumbante NÃO!"
"Esta foi a primeira etapa em linha da nossa competição 2012. As “hostilidades” começaram com o primeiro “campeonato” de sprints. No meu caso, só gosto desta vertente do ciclismo no sofá, a ver na televisão. Não tenho grande aptidão para o sprint, chego mesmo a ter medo de sprintar, enfim… nesta etapa, curiosamente, nem tive de o fazer pois mal foi dado o tiro de partida caíram-me os óculos e fiquei irremediavelmente para trás. No final, acabou por ganhar o Manuel Miranda….”Este tipo até nos sprints ganha?!” – pensei eu impressionado – era de facto uma demonstração de força. No entanto, nas subidas para a 1ª e 2ª águas o Miranda perdeu mais de um minuto para o Moura, o Sérgio e para mim, fiquei sem saber muito bem o que pensar, havia que esperar pela Serra da Boneca…
Chegámos às bombas de gasolina de Melres e abriu a roda livre. Os ataques começaram de imediato com o Rui Baessa, ao qual respondeu o Moura e, claro, todos os outros na roda…. Chegados ao fontanário, a estrada começou a inclinar um pouco e a velocidade a aumentar, pelo que começou a formar-se logo um grupo mais restrito sempre liderado pelo nosso capitão."
"A roda livre abriu perto dos B. V. de Mondim e, claro, o Moura passou para a frente a impor o ritmo. Tenho de admitir que já nessa altura achei o ritmo forte (já não eram muitos os que iam no primeiro grupo) mas esforcei-me por continuar na frente. Entretanto, fizemos a famosa viragem à direita para o início da subida. Logo na viragem ficou só o trio composto por mim, o Miranda e o Moura. Passados mais uns metros o Miranda descolou, eu tentei manter-me a todo o custo (mais um erro crasso) com o Moura, ainda resisti aos primeiros arranques do capitão pensando que o andamento iria estabilizar mas não, ele forçava cada vez mais o ritmo e descolei.
Pedalei sozinho no segundo lugar ainda alguns km, começando cada vez mais a pagar a factura dos erros cometidos: o pneu vazio, a recuperação que tive de fazer, o ter tentado seguir o Moura para além das minhas capacidades. Olhava para trás e via o Miranda, que nunca se tinha afastado muito, cada vez mais perto e o inevitável aconteceu: fui ultrapassado e não consegui seguir na roda. Ainda faltava quase metade da subida e restava apenas tentar minimizar as perdas, lutei, sofri e finalmente cheguei lá em cima."
"Este foi um fim-de-semana de ciclismo. Pela primeira vez iríamos ter duas etapas a contar para a camisola amarela em dois dias seguidos com relativamente poucas horas de diferença. Ou seja, poderia entrar um factor novo que podia baralhar um pouco as contas: a recuperação.
Tenho de admitir que estava com fortes expectativas para estas etapas pois possuíam ingredientes ao meu jeito: subidas curtas, duras e explosivas. No entanto, as coisas começaram mesmo mal….
A etapa de Sábado começava com um campeonato de sprints, passava pelo Salto e acabava no cimo da D. Miguel. No sprint ainda passei à 2ª ronda mas, no final, foi mais uma vez o nosso Cavendish – Ibraim a levar a melhor. Segiu-se então o 1º troço da etapa que ligava Recarei até ao cruzamento para a Serra das Flores. A táctica que tinha em mente seria atacar na pequena ascensão do Salto para ganhar alguma vantagem para a descida, mas quando estava prestes a acelerar o Moura atacou e fiquei num impasse “vou ou não vou?”, lembrei-me das palavras do Miranda na Sra. da Graça “tentar seguir com o Moura é uma loucura” e resolvi ficar no grupo até porque o Baessa imprimiu um ritmo que não era fácil de atacar."
"O dia 29 de Abril vai ficar marcado na minha história ciclística. O dia começava com mais um campeonato de sprints e quatro rodas livres, duas das quais em subidas bastante duras. O sprint foi ganho pelo imbatível Ibraim, é de facto impressionante, o homem “papa” os sprints todos. Eu nem sequer quis entrar no sprint e reparei que o Miranda também não, havia que poupar as forças…
De seguida virámos para Gens em direção à dura subida para a Serra das Flores onde um dos troços chega aos 16% de inclinação. Antes de abrir a roda livre o nosso capitão Moura reparou que estava com um raio da roda traseira partido, lá tentou remediar o problema e a subida começou.
“Vou tentar não forçar demais desta vez” – foi o meu pensamento. Entretanto, o Guimarães saltou para a frente e ganhou bastante vantagem, para além de me parecer um ataque um pouco suicida, o Guima já não era uma ameaça para a minha classificação. A subida entrou então na sua parte mais dura e quando dei conta já só ia eu, o Moura e o Guimarães uns poucos metros à frente, a perder terreno. Olhei para trás e não vinha mais ninguém… senti um pouco de pânico e pensei “Pronto, já fiz asneira outra vez. Forcei outra vez demais e daqui a pouco vou ficar para trás e ser ultrapassado…”, mas …… não sentia nada, não me estava a custar… passamos a “todo o gás” pelo Guimarães e quando a subida suavizou o Moura tentou acelerar mas eu respondi com uma facilidade incrível. Aliás, quando a subida voltou a inclinar via que o Moura estava com alguma dificuldade em seguir ao meu lado – “Isto não pode estar a acontecer, o Moura em dificuldade? Será que está a disfarçar para depois atacar? Só pode ser isso….” – pensei eu. Entrámos no último quilómetro da subida e eu, sentindo-me bastante bem, resolvi forçar o ritmo e o impensável aconteceu – deixei o Moura para trás e ganhei! Pode parecer parvoíce mas foi um sentimento indiscritível…. As duas rodas livres seguintes eram bem mais fáceis, segui sempre na frente a impor o ritmo e foram ganhas pelo Rui Baessa (aguentou-se muito bem na subida!) e pelo Moura que ganhou a outra no sprint final.
Seguia-se a última subida do dia. Uma subida curta mas duríssima para Santa Justa com altas percentagens de inclinação e piso em paralelo para complicar. Mal abriu a roda livre, o Miranda passou para a frente e disse-me “esta vai ser para rebentar!” e lá acelerei eu para o acompanhar e juntou-se-nos o Moura claro. Ainda não tínhamos subido grande coisa quando os céus se abriram e começou a cair granizo e chuva torrencial. A subida por si só já era difícil, em paralelo duríssima, em paralelo com granizo e chuva tornou-se uma aventura. Eu quase que caía por duas ou três vezes, o Moura só praguejava porque ele, tal como eu, com andamentos mais pesados, só conseguíamos subir em pé, o Miranda com andamentos mais leves lá se ia aguentando pois conseguia subir sentado. Mas eu não tinha medo, este era o meu dia, estava fortíssimo e sentia que podia vir quem viesse que o deixaria para trás! E foi o que fiz. Perto do final consegui acelerar (com algumas escorregadelas pelo meio) e voltar a ganhar. Que dia este! São dias destes que fazem com que todos os treinos valham a pena.
Sei que muito provavelmente um dia como este não se voltará a repetir e tenho noção que houve alguns fatores que ajudaram à minha festa: um dia pior do Moura, ter partido um raio e ter vindo na bicicleta mais pesada. Todavia, foi uma vitória fantástica que nem nos meus melhores sonhos conseguia prever…"
"Pois é…. Íamos atacar os 4 muros de Lordelo e Rebordosa e a minha expectativa era enorme: mais uma vez as subidas eram ao meu jeito, estava a “jogar em casa”, estava na forma da minha vida e a confiança não poderia estar melhor depois de ter alcançado uma vitória fantástica na etapa que terminou na Sta. Justa.
Na planificação anual da época tinha apontado para esta etapa, era aqui que queria estar no meu melhor e tinha vindo a construir um pico de forma que culminaria nos 4 Muros de Lordelo. A preparação estava a ser bem conduzida como o havia demonstrado na etapa anterior. No entanto, basta um “pequeno” tendão para deitar ao lixo meses de trabalho…
Como referi acima, a minha planificação de treinos foi pensada para alcançar um pico de forma nesta etapa. Nesta fase da periodização, os treinos são curtos e muito intensos e o nosso desempenho melhora consideravelmente. É um período fantástico mas ao mesmo tempo muito perigoso. É fantástico porque nos sentimos imbatíveis, a bicicleta parece que ganha asas, temos a sensação de aguentar todo o tipo de treino e que o nosso corpo ainda pede mais. E é exatamente por isto que esta fase é muito perigosa e os mais entendidos alertam para essa situação: é neste período que há mais propensão ao aparecimento de lesões ou até mesmo o chamado “overtraining”, a questão é que estamos tão fortes que puramente quase não sentimos dor ou cansaço, pelo menos no momento…. E foi o que me aconteceu a mim…."
"“Corrida da verdade”, é assim que muitos chamam à especialidade do contra-relógio e eu não podia estar mais de acordo. Na “luta individual contra o relógio” não há como esconder nada: não se pode poupar nada, não se pode “ir na roda”, proteger do vento, limitar-se a vigiar os adversários, nada… é cada um de nós, a bicicleta, a estrada, e dar o máximo do primeiro ao último metro…
Arada – S. Jacinto - O percurso não poderia ser mais favorável aos “puros contra-relogistas”, durante os cerca de 30 Km praticamente não existia um único metro a subir, só o vento ia impedindo de se conseguir velocidades ainda maiores.
Um após outro lá íamos partindo sem fazer a mínima ideia das diferenças de tempo que se estavam a gerar entre nós, logo não havia outro remédio senão pedalar até não poder mais. Como o nosso capitão estava ausente (a competir noutra prova) o último a partir fui eu. Neste caso, ser o último a partir não trazia vantagem nenhuma já que quanto mais a hora avançava mais confusão e movimento havia na estrada. E este é o único reparo que tenho a fazer em relação ao percurso: acho o trajeto fabuloso mas tem de ser feito ou noutra altura do ano ou então o primeiro atleta a partir tem de o fazer uma hora mais cedo. Só como exemplo, eu tive de parar quase em todas as rotundas e apanhei fila nuns semáforos, para além do tempo perdido nas paragens há que contabilizar também o tempo que se demora a voltar a entrar no ritmo....... Olhando agora para os tempos dos que vão na frente da classificação geral tenho a referir que para mim a grande desilusão do dia foi o Rui Baessa – sendo já à partida um dos possíveis vencedores, eu tinha andado com ele no domingo anterior e ele mostrou-se fortíssimo, uma verdadeira locomotiva e tinha a certeza que ia ser ele o vencedor da prova; eu, tendo feito uma boa prova pensei que ia ganhar mais tempo ao Miranda – ganhei apenas cerca de meio minuto (ganho pelos extensores…) o que quer dizer que estivemos com um nível de potência muito idêntico. Ora, como já expliquei numa crónica anterior: potência semelhante e mais massa gorda = mau presságio para a etapa da Torre = eu perder tempo...."
"Aqui vai um exemplo: querem ganhar a volta a França? Para isso têm de atingir pelo menos o número mágico de 6.7. E o que significa este número? Significa que têm de conseguir gerar 6.7 Watts por cada quilo do vosso peso durante pelo menos 40 minutos. Isto não quer dizer que quem tiver estes valores vai ganhar a volta a França (entram em jogo outros fatores como a equipa, lidar com pressão, etc.) mas quer dizer que quem não os tiver não ganha de certeza. 6.7 W/Kg, uma equação simples não é? Nada disso, na verdade estes números são aterradores! Para terem uma ideia, vamos pensar no nosso Moura e fazer uns cálculos aproximados. O Moura deve conseguir sustentar em 40 minutos uma média de 350 watts, imaginando que ele pesa uns 66 Kg isso dará um rácio de 5.3 W/Kg, parece muito bom e de facto para um cicloturista com a idade dele é mesmo muito bom, mas para ele atingir os 6.7 W/Kg das duas uma: ou amentava a potência (atenção, durante 40 min.) para 446W (estamos a falar de uma aumento de quase 100 watts!!!!) ou (coisa impossível) diminuía o peso para aproximadamente 50 Kg mantendo a potência! Como conseguir esse peso não é saudavelmente viável só restaria aumentar os Watts, o problema é que quando já se está no topo das nossas capacidades só para conseguir um “simples” aumento de 10 watts são precisos meses de trabalho específico. Tomemos outro exemplo: Imaginem o corredor A que tem 85 Kg e consegue produzir 425 W e o corredor B com 60 Kg que consegue produzir 360 W, apesar de o corredor A conseguir produzir muito mais potência ela é quase toda gasta a empurra-lo subida acima, em circunstâncias iguais o corredor A ganha sem problema nenhum…. É por isso que os ciclistas vivem obcecados pelo peso: é que estima-se que um simples quilo a mais representa perder cerca de 3 segundos por Km numa subida moderada entre 2 corredores com potência idêntica, em 10 Km são 30 segundos! Agora imaginem o que significam 8/10 quilos a mais numa subida pronunciada em que a força da gravidade ainda se faz mais sentir… E no nível deles, acaba por ser mais fácil perder um par de quilos do que melhorar 50 watts.
Então porque é que os ciclistas não se poem todos a perder ainda mais peso? Muitos tentam e dão-se bem (veja-se o Armstrong que perdeu 10 quilos durante a doença ou mais recentemente o B. Wiggins que baixou a sua percentagem de gordura para uns perigosos 4%) mas outros dão-se muito mal. É que o segredo está em perder peso sem perder massa muscular magra e isso é muito difícil em atletas que já não têm muito peso a perder. Para além disso, a genética tem uma papel importante: a constituição das fibras musculares de cada um podem não aguentar produzir tantos Watts com pouca massa muscular. Tomemos como exemplo o Cancellara: consegue produzir quantidades enormes de Watts durante muito tempo mas o seu peso prejudica-o nas subidas. No entanto, se ele perder peso perderá alguma da massa muscular e provavelmente, tendo em conta a constituição dos seus músculos, perderia muita potência, conclusão: melhoria um pouco na montanha mas perderia muito no contra – relógio, ou seja, nem era o melhor numa coisa nem noutra. É verdade que existiram corredores “pesados” que ganharam a volta a França, basta lembrarmo-nos do Indurain ou até do Armstrong que (ok, esquecendo o doping um bocadinho) conseguia aguentar uns incríveis 500 W durante mais de meia hora, sabem o que isso significa? Que para muitos de nós bastava que ele pedalasse apenas com uma perna que ainda assim ganhava….Ou seja, esses ciclistas conseguiam superar o seu tamanho com uma potência quase sobre-humana….
Para concluir, para a grande maioria de nós que ainda temos muito a evoluir, o ideal será trabalhar nos dois sentidos: perder peso e treinar para ganhar mais potência. Mas cuidado com as dietas malucas que levam gordura e músculo, os ciclistas profissionais são sempre acompanhados pelos melhores nutricionistas que sabem o que fazem. Para nós, perder alguma barriga e manter a potência já fará enorme diferença. Miranda, esta história do peso não é para ti ok? Loooollll"
Resumindo, eu só tenho uma palavra para isto que aqui coloquei, é vergonhoso e isto para a modalidade ciclismo é um arraso completo!!!!!
Deixo aqui mais uma perola quando eles acabaram de fazer uma dessa corridas:
http://www.youtube.com/watch?v=IVEOcERh3t4
Mais outros videos que também são uns tesourinhos deprimentes
http://www.youtube.com/watch?v=10bJ8zmrLs8
http://www.youtube.com/watch?v=J1ja7A0zsPY
Consultando o site desses jeitosos, vemos já também um calendário definido para 2013 com as ditas corridas... em estradas nacionais bem conheciodas, deixo como exemplo:
24 de Fevereiro 2013 - Contra relogio na estrada marginal que vai do Freixo até Entre-os-Rios (quem conhece sabe que é uma estrada bem movimentada mesmo ao domingo)
24 de Março 2013 - Contra relogio na estrada nacional que vai do Porto-Espinho até Aveiro (quem conhece sabe que é outra estrada bem miovimentada)
26 de Maio 2013 - Contra relogio na estrada nacional que vai de Ermesinde até Guimarães (quem conhece sabe que é outra estrada bem movimentada)
E mais perolas desta competição podem ser encontradas no site dos artistas.
Premios que atribuem a eles proprios para estas corridas
1º Classificado - 100euros no final do ano
2º classificado - 90euros no final do ano
3º calssificado - 80euros no final do ano.... e por aí fora
Regulamentos que esta artistas pratoicam... um de muitos que dá para ter uma ideia
Não completar o percurso em conjunto com os restantes elementos do grupo – perda de 50% dos pontos.
Apresentar-se sem Equipamento Oficial do Ciclo Cabanas (pelo menos camisola ) – perda de 100% dos pontos.
Apresentar-se sem Capacete - perda de 100% dos pontos.
Caso seja líder de alguma classificação, apresentar-se sem a respectiva Camisola de líder - perda de 100% dos pontos.
Falta de comparência - penalização em 1 ponto.
Tem mais no site, quem se quiser rir um pouco basta ir lá consultar.
Para finalizar os relatos de quem participa nestas corridas é qualquer coisa de ilariante, seguem os excertos:
"Mais uma época de competição se inicia no Ciclo-Cabanas. Este ano as novidades são muitas: a classificação passa a ser contabilizada por tempos, aparecem os prémios de montanha e de sprint, existem gráficos de altimetria das várias etapas e, no seu todo, as mesmas tentam recriar uma grande volta. É evidente que é impossível agradar a todos mas, pessoalmente, penso que foi dado um salto qualitativo bastante grande, sobretudo se tivermos em conta – e por vezes as pessoas esquecem-se disso – que ninguém tem vida ou é pago para tratar a tempo inteiro os múltiplos assuntos que envolvem a equipa.
Iniciado mais um ano, uma pergunta paira no ar: Estará o Moura mais fraco este ano? Conseguirá alguém fazer-lhe frente? O prólogo deu a resposta e é um retumbante NÃO!"
"Esta foi a primeira etapa em linha da nossa competição 2012. As “hostilidades” começaram com o primeiro “campeonato” de sprints. No meu caso, só gosto desta vertente do ciclismo no sofá, a ver na televisão. Não tenho grande aptidão para o sprint, chego mesmo a ter medo de sprintar, enfim… nesta etapa, curiosamente, nem tive de o fazer pois mal foi dado o tiro de partida caíram-me os óculos e fiquei irremediavelmente para trás. No final, acabou por ganhar o Manuel Miranda….”Este tipo até nos sprints ganha?!” – pensei eu impressionado – era de facto uma demonstração de força. No entanto, nas subidas para a 1ª e 2ª águas o Miranda perdeu mais de um minuto para o Moura, o Sérgio e para mim, fiquei sem saber muito bem o que pensar, havia que esperar pela Serra da Boneca…
Chegámos às bombas de gasolina de Melres e abriu a roda livre. Os ataques começaram de imediato com o Rui Baessa, ao qual respondeu o Moura e, claro, todos os outros na roda…. Chegados ao fontanário, a estrada começou a inclinar um pouco e a velocidade a aumentar, pelo que começou a formar-se logo um grupo mais restrito sempre liderado pelo nosso capitão."
"A roda livre abriu perto dos B. V. de Mondim e, claro, o Moura passou para a frente a impor o ritmo. Tenho de admitir que já nessa altura achei o ritmo forte (já não eram muitos os que iam no primeiro grupo) mas esforcei-me por continuar na frente. Entretanto, fizemos a famosa viragem à direita para o início da subida. Logo na viragem ficou só o trio composto por mim, o Miranda e o Moura. Passados mais uns metros o Miranda descolou, eu tentei manter-me a todo o custo (mais um erro crasso) com o Moura, ainda resisti aos primeiros arranques do capitão pensando que o andamento iria estabilizar mas não, ele forçava cada vez mais o ritmo e descolei.
Pedalei sozinho no segundo lugar ainda alguns km, começando cada vez mais a pagar a factura dos erros cometidos: o pneu vazio, a recuperação que tive de fazer, o ter tentado seguir o Moura para além das minhas capacidades. Olhava para trás e via o Miranda, que nunca se tinha afastado muito, cada vez mais perto e o inevitável aconteceu: fui ultrapassado e não consegui seguir na roda. Ainda faltava quase metade da subida e restava apenas tentar minimizar as perdas, lutei, sofri e finalmente cheguei lá em cima."
"Este foi um fim-de-semana de ciclismo. Pela primeira vez iríamos ter duas etapas a contar para a camisola amarela em dois dias seguidos com relativamente poucas horas de diferença. Ou seja, poderia entrar um factor novo que podia baralhar um pouco as contas: a recuperação.
Tenho de admitir que estava com fortes expectativas para estas etapas pois possuíam ingredientes ao meu jeito: subidas curtas, duras e explosivas. No entanto, as coisas começaram mesmo mal….
A etapa de Sábado começava com um campeonato de sprints, passava pelo Salto e acabava no cimo da D. Miguel. No sprint ainda passei à 2ª ronda mas, no final, foi mais uma vez o nosso Cavendish – Ibraim a levar a melhor. Segiu-se então o 1º troço da etapa que ligava Recarei até ao cruzamento para a Serra das Flores. A táctica que tinha em mente seria atacar na pequena ascensão do Salto para ganhar alguma vantagem para a descida, mas quando estava prestes a acelerar o Moura atacou e fiquei num impasse “vou ou não vou?”, lembrei-me das palavras do Miranda na Sra. da Graça “tentar seguir com o Moura é uma loucura” e resolvi ficar no grupo até porque o Baessa imprimiu um ritmo que não era fácil de atacar."
"O dia 29 de Abril vai ficar marcado na minha história ciclística. O dia começava com mais um campeonato de sprints e quatro rodas livres, duas das quais em subidas bastante duras. O sprint foi ganho pelo imbatível Ibraim, é de facto impressionante, o homem “papa” os sprints todos. Eu nem sequer quis entrar no sprint e reparei que o Miranda também não, havia que poupar as forças…
De seguida virámos para Gens em direção à dura subida para a Serra das Flores onde um dos troços chega aos 16% de inclinação. Antes de abrir a roda livre o nosso capitão Moura reparou que estava com um raio da roda traseira partido, lá tentou remediar o problema e a subida começou.
“Vou tentar não forçar demais desta vez” – foi o meu pensamento. Entretanto, o Guimarães saltou para a frente e ganhou bastante vantagem, para além de me parecer um ataque um pouco suicida, o Guima já não era uma ameaça para a minha classificação. A subida entrou então na sua parte mais dura e quando dei conta já só ia eu, o Moura e o Guimarães uns poucos metros à frente, a perder terreno. Olhei para trás e não vinha mais ninguém… senti um pouco de pânico e pensei “Pronto, já fiz asneira outra vez. Forcei outra vez demais e daqui a pouco vou ficar para trás e ser ultrapassado…”, mas …… não sentia nada, não me estava a custar… passamos a “todo o gás” pelo Guimarães e quando a subida suavizou o Moura tentou acelerar mas eu respondi com uma facilidade incrível. Aliás, quando a subida voltou a inclinar via que o Moura estava com alguma dificuldade em seguir ao meu lado – “Isto não pode estar a acontecer, o Moura em dificuldade? Será que está a disfarçar para depois atacar? Só pode ser isso….” – pensei eu. Entrámos no último quilómetro da subida e eu, sentindo-me bastante bem, resolvi forçar o ritmo e o impensável aconteceu – deixei o Moura para trás e ganhei! Pode parecer parvoíce mas foi um sentimento indiscritível…. As duas rodas livres seguintes eram bem mais fáceis, segui sempre na frente a impor o ritmo e foram ganhas pelo Rui Baessa (aguentou-se muito bem na subida!) e pelo Moura que ganhou a outra no sprint final.
Seguia-se a última subida do dia. Uma subida curta mas duríssima para Santa Justa com altas percentagens de inclinação e piso em paralelo para complicar. Mal abriu a roda livre, o Miranda passou para a frente e disse-me “esta vai ser para rebentar!” e lá acelerei eu para o acompanhar e juntou-se-nos o Moura claro. Ainda não tínhamos subido grande coisa quando os céus se abriram e começou a cair granizo e chuva torrencial. A subida por si só já era difícil, em paralelo duríssima, em paralelo com granizo e chuva tornou-se uma aventura. Eu quase que caía por duas ou três vezes, o Moura só praguejava porque ele, tal como eu, com andamentos mais pesados, só conseguíamos subir em pé, o Miranda com andamentos mais leves lá se ia aguentando pois conseguia subir sentado. Mas eu não tinha medo, este era o meu dia, estava fortíssimo e sentia que podia vir quem viesse que o deixaria para trás! E foi o que fiz. Perto do final consegui acelerar (com algumas escorregadelas pelo meio) e voltar a ganhar. Que dia este! São dias destes que fazem com que todos os treinos valham a pena.
Sei que muito provavelmente um dia como este não se voltará a repetir e tenho noção que houve alguns fatores que ajudaram à minha festa: um dia pior do Moura, ter partido um raio e ter vindo na bicicleta mais pesada. Todavia, foi uma vitória fantástica que nem nos meus melhores sonhos conseguia prever…"
"Pois é…. Íamos atacar os 4 muros de Lordelo e Rebordosa e a minha expectativa era enorme: mais uma vez as subidas eram ao meu jeito, estava a “jogar em casa”, estava na forma da minha vida e a confiança não poderia estar melhor depois de ter alcançado uma vitória fantástica na etapa que terminou na Sta. Justa.
Na planificação anual da época tinha apontado para esta etapa, era aqui que queria estar no meu melhor e tinha vindo a construir um pico de forma que culminaria nos 4 Muros de Lordelo. A preparação estava a ser bem conduzida como o havia demonstrado na etapa anterior. No entanto, basta um “pequeno” tendão para deitar ao lixo meses de trabalho…
Como referi acima, a minha planificação de treinos foi pensada para alcançar um pico de forma nesta etapa. Nesta fase da periodização, os treinos são curtos e muito intensos e o nosso desempenho melhora consideravelmente. É um período fantástico mas ao mesmo tempo muito perigoso. É fantástico porque nos sentimos imbatíveis, a bicicleta parece que ganha asas, temos a sensação de aguentar todo o tipo de treino e que o nosso corpo ainda pede mais. E é exatamente por isto que esta fase é muito perigosa e os mais entendidos alertam para essa situação: é neste período que há mais propensão ao aparecimento de lesões ou até mesmo o chamado “overtraining”, a questão é que estamos tão fortes que puramente quase não sentimos dor ou cansaço, pelo menos no momento…. E foi o que me aconteceu a mim…."
"“Corrida da verdade”, é assim que muitos chamam à especialidade do contra-relógio e eu não podia estar mais de acordo. Na “luta individual contra o relógio” não há como esconder nada: não se pode poupar nada, não se pode “ir na roda”, proteger do vento, limitar-se a vigiar os adversários, nada… é cada um de nós, a bicicleta, a estrada, e dar o máximo do primeiro ao último metro…
Arada – S. Jacinto - O percurso não poderia ser mais favorável aos “puros contra-relogistas”, durante os cerca de 30 Km praticamente não existia um único metro a subir, só o vento ia impedindo de se conseguir velocidades ainda maiores.
Um após outro lá íamos partindo sem fazer a mínima ideia das diferenças de tempo que se estavam a gerar entre nós, logo não havia outro remédio senão pedalar até não poder mais. Como o nosso capitão estava ausente (a competir noutra prova) o último a partir fui eu. Neste caso, ser o último a partir não trazia vantagem nenhuma já que quanto mais a hora avançava mais confusão e movimento havia na estrada. E este é o único reparo que tenho a fazer em relação ao percurso: acho o trajeto fabuloso mas tem de ser feito ou noutra altura do ano ou então o primeiro atleta a partir tem de o fazer uma hora mais cedo. Só como exemplo, eu tive de parar quase em todas as rotundas e apanhei fila nuns semáforos, para além do tempo perdido nas paragens há que contabilizar também o tempo que se demora a voltar a entrar no ritmo....... Olhando agora para os tempos dos que vão na frente da classificação geral tenho a referir que para mim a grande desilusão do dia foi o Rui Baessa – sendo já à partida um dos possíveis vencedores, eu tinha andado com ele no domingo anterior e ele mostrou-se fortíssimo, uma verdadeira locomotiva e tinha a certeza que ia ser ele o vencedor da prova; eu, tendo feito uma boa prova pensei que ia ganhar mais tempo ao Miranda – ganhei apenas cerca de meio minuto (ganho pelos extensores…) o que quer dizer que estivemos com um nível de potência muito idêntico. Ora, como já expliquei numa crónica anterior: potência semelhante e mais massa gorda = mau presságio para a etapa da Torre = eu perder tempo...."
"Aqui vai um exemplo: querem ganhar a volta a França? Para isso têm de atingir pelo menos o número mágico de 6.7. E o que significa este número? Significa que têm de conseguir gerar 6.7 Watts por cada quilo do vosso peso durante pelo menos 40 minutos. Isto não quer dizer que quem tiver estes valores vai ganhar a volta a França (entram em jogo outros fatores como a equipa, lidar com pressão, etc.) mas quer dizer que quem não os tiver não ganha de certeza. 6.7 W/Kg, uma equação simples não é? Nada disso, na verdade estes números são aterradores! Para terem uma ideia, vamos pensar no nosso Moura e fazer uns cálculos aproximados. O Moura deve conseguir sustentar em 40 minutos uma média de 350 watts, imaginando que ele pesa uns 66 Kg isso dará um rácio de 5.3 W/Kg, parece muito bom e de facto para um cicloturista com a idade dele é mesmo muito bom, mas para ele atingir os 6.7 W/Kg das duas uma: ou amentava a potência (atenção, durante 40 min.) para 446W (estamos a falar de uma aumento de quase 100 watts!!!!) ou (coisa impossível) diminuía o peso para aproximadamente 50 Kg mantendo a potência! Como conseguir esse peso não é saudavelmente viável só restaria aumentar os Watts, o problema é que quando já se está no topo das nossas capacidades só para conseguir um “simples” aumento de 10 watts são precisos meses de trabalho específico. Tomemos outro exemplo: Imaginem o corredor A que tem 85 Kg e consegue produzir 425 W e o corredor B com 60 Kg que consegue produzir 360 W, apesar de o corredor A conseguir produzir muito mais potência ela é quase toda gasta a empurra-lo subida acima, em circunstâncias iguais o corredor A ganha sem problema nenhum…. É por isso que os ciclistas vivem obcecados pelo peso: é que estima-se que um simples quilo a mais representa perder cerca de 3 segundos por Km numa subida moderada entre 2 corredores com potência idêntica, em 10 Km são 30 segundos! Agora imaginem o que significam 8/10 quilos a mais numa subida pronunciada em que a força da gravidade ainda se faz mais sentir… E no nível deles, acaba por ser mais fácil perder um par de quilos do que melhorar 50 watts.
Então porque é que os ciclistas não se poem todos a perder ainda mais peso? Muitos tentam e dão-se bem (veja-se o Armstrong que perdeu 10 quilos durante a doença ou mais recentemente o B. Wiggins que baixou a sua percentagem de gordura para uns perigosos 4%) mas outros dão-se muito mal. É que o segredo está em perder peso sem perder massa muscular magra e isso é muito difícil em atletas que já não têm muito peso a perder. Para além disso, a genética tem uma papel importante: a constituição das fibras musculares de cada um podem não aguentar produzir tantos Watts com pouca massa muscular. Tomemos como exemplo o Cancellara: consegue produzir quantidades enormes de Watts durante muito tempo mas o seu peso prejudica-o nas subidas. No entanto, se ele perder peso perderá alguma da massa muscular e provavelmente, tendo em conta a constituição dos seus músculos, perderia muita potência, conclusão: melhoria um pouco na montanha mas perderia muito no contra – relógio, ou seja, nem era o melhor numa coisa nem noutra. É verdade que existiram corredores “pesados” que ganharam a volta a França, basta lembrarmo-nos do Indurain ou até do Armstrong que (ok, esquecendo o doping um bocadinho) conseguia aguentar uns incríveis 500 W durante mais de meia hora, sabem o que isso significa? Que para muitos de nós bastava que ele pedalasse apenas com uma perna que ainda assim ganhava….Ou seja, esses ciclistas conseguiam superar o seu tamanho com uma potência quase sobre-humana….
Para concluir, para a grande maioria de nós que ainda temos muito a evoluir, o ideal será trabalhar nos dois sentidos: perder peso e treinar para ganhar mais potência. Mas cuidado com as dietas malucas que levam gordura e músculo, os ciclistas profissionais são sempre acompanhados pelos melhores nutricionistas que sabem o que fazem. Para nós, perder alguma barriga e manter a potência já fará enorme diferença. Miranda, esta história do peso não é para ti ok? Loooollll"
Resumindo, eu só tenho uma palavra para isto que aqui coloquei, é vergonhoso e isto para a modalidade ciclismo é um arraso completo!!!!!