Tarde cinzenta e fria em Manteigas, mas com umas horas para me fazer À serra, tinha de ser rápido para conseguir subir o mais possível e ter tempo de voltar antes do anoitecer.
Depois de meter nos bolsos todo o material disponível para o frio começo a dar ao pedal. A temperatura era de 10º em Manteigas, para mim, em subida, já dá para ir com o capot aberto e sem luvas.
No início da subida bike começa a dar problemas, a roda de trás, talvez em consequência de uma queda na semana anterior, não estava centrada, o pneu roçava no quadro, as tentativas para a levar ao sítio revelavam-se infrutíferas após as primeiras pedaladas em esforço... problemas das binas antigas. Com alguma paciência, mas já quase a desistir, a coisa acabou por ir ao sítio.
Encontro pessoas amigas a passear no monte, aproveito para conversar um pouco já que a coisa não estava para pressas.
Sigo, começo a ver neve na beira da estrada. Passo os 1000m, a cada curva um novo recanto, uma paisagem renovada, cascatas, árvores de tons outonais, turistas embrenhados nas suas estranhas selfies, fontes, sons da água brotando livre pela montanha, deslumbramento das encostas cobertas de neve, um encanto permanente.
Acabo por só conseguir subir até ao centro de limpeza de neve, já não tinha luz para subir mais e regressar. Tiro umas fotos e começo logo a gelar com o 1º grau de temperatura. Ponho em cima o material todo para a descida, luvas, golas, capas, etc..e venho a usufruir da descida, com algum frio mas não o suficiente para quebrar o prazer da volta.
Melhor do que fotos ou palavras é mesmo estar lá, serra da Estrela no seu melhor.