Power up!
Versão curta e divertida...
Em suma, o que se pode extrair das vossas respostas é que o Duchene é um preguiçoso! Obrigadinho hein...
Versão longa e potencialmente aborrecida...
O Edge 800, é uma ferramenta de navegação muito mais poderosa que o Edge 500, mas isso não é conseguido sem um pequeno preço a pagar. E esse preço é precisamente a autonomia. Se no Edge 800 tinha 18h de autonomia, as 14h que o Edge 800 anuncia, podem facilmente ser curtas numa ou noutra tirada mais alongada. Especialmente tendo em conta que as 14h são conseguidas à custa de uma racionalização total, sem retroiluminação para começar mas também sem utilizar as ferramentas de navegação, tarefa que sobrecarrega o processador e naturalmente acarreta mais consumo energético. Portanto seria expectável que a duração da bateria possa ficar descarregada antes das 14h.
A juntar a este hipotético problema numa volta de longa duração, há ainda o facto de ter lido alguns relatos de baterias que precisavam ainda de alguns ciclos de carga e descarga antes de atingirem a plenitude de autonomia. Vi testes em que os utilizadores só conseguiram espremer 8h de um Edge deixado em cima da secretária, sem outra função do que registar a ausência de movimento, input de sensores ou keystrokes.
E isto já se poderia tornar problemático na volta planeada para este Sábado.
Assim, resolvendo um eventual problema actual e um problema garantido de futuro, puz-me a pensar como podia estender a autonomia do dispositivo. Há inúmeras soluções de energia portátil, desde soluções alimentadas com pilhas AA ou AAA até pequenos painéis solares. A Garmin também tem o seu próprio kit de bateria, mas que custa uma pequena fortuna...
Por isso restava-me encontrar uma solução que, além da disponibilidade imediata (leia-se ir à loja e comprar na hora) tivesse um formato o mais compacto possível e pronto a usar.
A solução surgiu então sob a forma do Duracell Instant Charger, que satisfazia todos os requisitos, aliado à qualidade expectável da marca. Trata-se de uma pequena bateria acondicionada num corpo de plástico das dimensões de uma caixa de chiclets das mais antigas, espalmada e que tem 1 porta USB numa extremidade (porta saída de energia), uma mini USB na outra (porta de carregamento) e um interruptor on/off.
Adquirida fonte de alimentação, estava na hora de engendrar uma forma elegante de a transformar em algo prático de instalar e remover, atendendo também ao mínimo de estética, já que não gosto de andar com qualquer tipo de apêndices presos à bicicleta.
A solução óbvia seria aproveitar uma fixação de conta quilómetros, com
quick release, e aplicar no avanço, mas na parte inferior. Aqui esbarrei com 2 problemas. Só tinha a parte "fêmea" da fixação. Para obter o encaixe "macho" teria de destruir o Edge 500 ou um Sigma e achei que, nem num caso nem no outro, valia a pena o desperdício.
A solução óbvia dentro da solução óbvia era colar a parte fêmea na bateria engatando e desengatando as borrachas de fixação sempre que necessário. Parecia um bom plano, mas esbarrava em 2 problemas. Um era o facto de a bateria não caber no sentido longitudinal do avanço. Teria de ser aplicada transversalmente e depois o facto de que, para colar o suporte na bateria, teria de abdicar de parte da protecção com que queria revestir a bateria para a proteger do suor e de eventuais pingos de chuva. Adicionalmente, embora a fixação da Sigma só utilize uma argola de borracha, é preciso andar com as pontinhas das unhas quando é preciso remover (também não foi pensado para esse nível de utilização). No caso da Garmin, são 2 borrachas o que complicava ainda mais. Como normalmente ando com as unhas cortadinhas, tive de pensar noutra solução.
Aqui pela oficina existe um pequeno armário de 10 gavetas que, caso fossem etiquetadas, estariam todas identificadas com "Varios". É um pequeno baú do tesouro, para onde atiro todas as peças soltas que me vão aparecendo e que, mais cedo ou mais tarde, acabam por vir a ser úteis em algum projecto ou invenção. Neste caso não seria diferente, foi durante o ritual de observação atenta de centenas de peças soltas que encontrei a fixação ideal para este projecto.
Proveniente de uma bomba da SKS que comprei há um par de anos, trata-se de uma banda de borracha perfurada, com uma pequena peça na ponta que, ao ser engatada num dos furos da fita, permite criar um auto-laço. Originalmente servia para fixar a bomba caso o utilizador a quisesse prender num sítio que não o suporte que aperta nos parafusos da grade de bidão. Nunca a usei para esse fim, mas já me tinha sido útil anteriormente quando levava a bicicleta na mala do carro. Para evitar que as manetes andassem a bater no quadro, dava uma volta com um pano no sítio de contacto, encostava o guiador ao quadro e colocava esta fita para manter tudo imóvel.
Como é extremamente prática, parecia que tinha sido feita à medida para o que eu queria! Facilmente cheguei ao sítio ideal para fixar a bateria, graças ao formato em T do tubo superior do quadro, que cria uma saliência perfeita para o efeito. Em 10 segundos fica no sítio. Encostar a bateria no sítio, uma volta da fita, esticar e engatar no gancho e ligar o cabo USB ao Edge. Impecável! Não estando em uso, é só fazer o procedimento inverso e colocar no bolso do jersey.
A protecção do invólucro da bateria (e por arrasto do quadro, nas zonas de contacto) ficou a cargo de uma secção de câmara de ar. O ajuste é perfeito e ainda fiz uma pequena janela para o botão de on/off ficar acessível. Mas a ficha mini usb fica desprotegida (está para já coberta com fita de pano preta) e os acabamentos são sofríveis...
Esta é uma das partes do projecto que é necessário melhorar. Também, não se pode pedir muito, quando tudo foi pensado e executado numa hora e tal, na véspera do teste de estrada...
Vou aventar a possibilidade de ser feito um invólucro à medida com neoprene e um isolante intermédio, ou outro tipo de material que assegure baixa espessura e impermeabilização, à facilidade de ser moldado ao formato da batera.
O outro ponto a melhorar tem a ver com o cabo usb de saída. O ideal era a ficha ser mais compacta (
algo assim era perfeito) e o cabo tem de ser cortado à medida. Na foto dá para perceber que depois de sair da ficha, o cabo vai para dentro do revestimento "passar o tempo" e depois volta com o comprimento ideal. Tenho de ver se dou uso ao ferro de soldar e faço um cabo já à medida ou então encontrar um sítio que faça cabos deste género por medida.
Finalmente o mais importante... Será que funciona?
Se funciona! E melhor do que a encomenda. E funciona bem a 2 níveis essenciais: faz o que lhe compete e não se movimenta nem atrapalha minimamente a condução. Com os ajustes que faltam, julgo que o resultado final será muito interessante.
Ontem no teste de estrada, o Edge esteve 9h ligado, sem retro iluminação mas com a navegação e o seguimento de rota activo, utilizando apenas a bateria exterior o que, num cenário óptimo, garante pelo menos 20h de utilização. Isto será mais do que suficiente, mesmo para os meus planos mais ambiciosos.
E caso se estejam a interrogar, o Edge comuta automaticamente entre o fornecimento de energia interno e externo, pelo que não há quebra de utilização ou perca de dados.
Como bónus acrescido, esta solução é transversal a todos os dispositivos em que o cabo de fornecimento de energia tem uma extremidade com uma ficha usb. Assim, à excepção da máquina fotográfica, toda a restante frota de gadgets electrónicos que tenho, pode ser carregado com este pequeno apêndice...
Porreiro pá!