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As voltas do Fogueteiro

AndreSchleck

New Member
Grande Fogueteiro,

fiquei maravilhado a ler as tuas narrativas, mas que aventura, de facto, o título diz tudo: Umas férias de sonho... Ainda por cima ideia da tua esposa, tens cá uma sorte...

Que tudo continue a correr como até aqui, estou ansioso pelo próximo post!

A minha vénia para os dois.
 

spartaan

New Member
Boas,

Antes de mais gostaria de pedir desculpa ao Fogueteiro e ao Mingus, por não ter respondido à mais tempo. As férias estão a ser intensas e pouco tempo tenho para vir à net.
Realmente foi uma volta fantástico e a companhia também, voçês foram uns campeões e aquele percurso Zé, é do melhor que há para o meu tipo de treino, vale a pena ir até ao furadouro e mais além...aquela do comboio está boa Mingus.
Falando daquele pequeno incidente, só mostra que voçês sabem andar de bicicleta...se calhar um profissional teria ido ao chão. Quem sabe no futuro possamos fazer mais uma volta do género em Portugal ou na Holanda.
Acima de tudo valeu o passeio e a vossa companhia, que para mim foi importante.
Já agora...boas fotos, para mais tarde recordar.

Um grande abraço a ambos e até um dia destes, e obrigado por me terem feito companhia.

A.da Silva
 

fogueteiro

Active Member
7º Dia * Vilar Formoso - Sabugal

Obrigado pessoal.

Spartaan

As férias por Canidelo correram bem? Espero que as baterias tenham ido mais renovadas para mais um ano de trabalho.

Hoje foi um dia de prazer cicloturístico. Não saímos muito cedo, mas a temperatura estava excelente, e pelo que tinha visto no BRT o percurso não ia ser muito exigente, por isso "baldamo-nos" um pouco.

Vilar Formoso já estava na mira, desde o início, como sendo a de todas as decisões. Ou começaríamos a ir para Oeste, em direcção a casa, ou então optaríamos por descer um pouco mais para sul. O díalogo e as contas da decisão entre mim e a minha esposa foram feitas em cima das bicicletas pelo que ontem à noite já as coisas estavam decididas. Seguimos a N332 que liga Vilar Formoso ao Sabugal. É uma estrada excelente, muito bonita e sem ser própriamente plana tem umas inclinações muito suaves, o que a torna deveras agradável. Aliado a estes factos ela segue numa cota mais elevada o que permite ter um horizonte muito amplo.

Segue sempre a linha de fronteira, o que se torna engraçado porque nos estabelecimentos ouve-se um portunhol interessante. A certa altura passaram por nós 3 cicloturistas espanhóis o que me causou alguma saudade da minha "menina". Ainda me armei em parvo tentando ir na roda deles, mas... não tive hipótese.:D:D:D:D:D:D

Ao longo desta estrada que atravessa parte a zona raiana, são visíveis algumas guaritas que me intrigaram. Não sabia a sua origem, nem utilidade, mas neste momento já sei que foram contruídas por altura do estado novo, e que serviam de abrigo aos guardas que controlavam o contrabando, vindo de Espanha. Mais uma....:D:D

Na aldeia de Nave tivemos que parar para carregar a bateria da bicicleta da minha esposa, e aproveitei para abrir o mapa e refazer o que restava o percurso. Como íamos andiantados em relação ao esperado, decidimos saír da Nacional e metermo-nos à aventura.

Destino: Quadrazais, Soito e finalmente Sabugal. Mais uma aposta no pleno. :D Se a estrada anterior era calma esta passou a ser isso mais a ausência de carros. Sem dúvidas posso dizer que vi alguns dos castanheiros maiores que até hoje vi. Fiz amizades com dois cachorros extremamente meigos... será por viverem naquela pacatez?

Finalmente chegamos ao Sabugal. Não queria gastar muito dinheiro no alojamento, até porque tenho andado mal habituado, mas infelizmente o mais barato que encontrei foram 35,00... mas justifica-se:D

Amanhã, iremos mais para sudoeste, mas já andei a esquadrinhar o mapa procurando mais estradas perdidas para tentar fugir dos carros. ;);)

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duchene

Well-Known Member
O enredo adensa-se... o sul promete grandes aventuras...

E o espirito continua, como seria de esperar, em alta! Pudera! Com tal injecção de estradas desertas e fascinantes... :D

Continuem neste ritmo animado, marcado pelo prazer de pedalar... por prazer!

E espero ver uma fotografia muito especial num dos próximos reports... onde aparecam os dois! ;)
 

osicran

New Member
Já vi essa fotografia ao vivo, André... foi hoje, descia para Águeda no regresso de uma incursão com dois companheiros ao Caramulo quando avistei dois cicloturistas no mesmo sentido. No momento em que os ultrapassava sem verdadeiramente lhes fixar os pormenores, confesso que nem sei se os saudei ou não, ouvi alguma coisa parecida com um chamamento e olhei melhor... pois...era o nosso viajante Fogueteiro logo seguido da sua entusiasta e corajosa companheira e esposa. Atrevo-me a defini-la desta maneira porque embora não nos conheçamos, só alguém com entusiasmo quanto baste e coragem para dar e vender se lançava a acompanhar o marido nesta aventura. Pelo menos a minha, se eu a desafiasse para uma volta assim respondia-me seguramente, com muita pena minha, que só se fosse atrás de carro...Que ninguém duvide que o mundo é pequeno!... Conversámos ali mesmo durante dois ou três escassos minutos antes de prosseguirmos as nossas diferentes (apenas pelo espírito e pela velocidade) viagens e eu, lamento-o agora depois de ler o comentário do André, não tive a comezinha lembrança de rapar do telemóvel e fixar para a posteridade o nosso duo cicloturista e aquele momento tão simples e tão interessante. Foi pena, mas fica-me ao menos a chapa na caixa das ideias e quanto aos nossos viajantes, achei-os lindamente nesta aventura que certamente, por muitas outras que ainda venham a fazer, lhes vai ficar para a vida. Afinal parece que foi a primeira nestes termos...e agora, mais ainda do que antes, amigo Fogueteiro, já sabes, fico aqui ansiosamente à espera da continuação do relato dessa vossa grande aventura...
 

otreblig

Member
Boas,

Fogueteiro, já era um voraz leitor das tuas aventuras, mas agora... xiii!!!
Eu sei que é pecado, e pecado mortal, mas só me ocorre uma coisa...
!!! INVEJA !!!
Que vos corra tudo bem e aproveitem ao máximo...Parabéns

Boas pedaladas,
 

fogueteiro

Active Member
8º Dia * Sabugal - Covilhã

Peço, desde já, desculpas por não ter sido mais rápido a colocar as histórias, mas nem sempre as coisas são assim fáceis, e por vezes a conversa com os donos dos alojamentos onde ficavamos, era muito agradável, e demorava até tarde.

Obrigado, a quem segue esta odisseia e lê com prazer. Acreditem que é um prazer, também para mim, relatar-vos o desenrolar dos acontecimentos.

Uma palavra, em especial, para o OSICRAN. O engraçado é que eu momentos antes tinha estado a pensar que aquelas zonas são o quintal dele, e não é que o apanhei. O mais incrível é que foi na zona menos provável. Em plena descida do Caramulo, onde não existe viva-alma. Eu conheci-o pelo capacete e pela GOKA. Muito obrigado Narciso pelo apoio que nos deste, e acredita que gostei muito de te encontrar. A minha esposa retribuí os cumprimentos, a agradece os elogios. Na verdade, só depois de nos separamos é que lhe disse: "Oha que coisa!!! Nem uma foto tirei com ele!!" Foi mesmo falha. Fortes abraços amigo.

Continuando a história do 8º dos 12 dias que compunham estas férias, neste dia aproveitamos para passear pela reserva natural da serra da Malcata. O dia era longo, mas o percurso nem por isso, e por essa razão resolvemos fazer o tal desvio.

Meimão, é o nome da 1ª aldeia, já em plena serra. Para lá chegar descemos por uma estrada com 17% de inclinação. Entretanto passamos por um grupo de cicloturistas que iam em sentido contrário... bem devagar. Pudera!!!;);). Depois de Meimão vem a sua "irmã" Meimoa. Mas para lá chegar provei do próprio veneno que tinha rejeitado na anterior descida. Uma subida não tão intensa quanto a sua congénere mas muito complicada e longa. Mas valeu bem a pena o esforço. Do alto avistamos a barragem de Meimoa, e a linda serra da Malcata que a rodeava. Só lamento não ter avistado um lince ibérico. Pelos vistos é um dos terrenos dele, mas nem vê-los.

Aproveitei para continuar a tirar a barriga de misérias, parando com muita frequenência para tirar fotos, apreciar este ou aquele pormenor e ....... comer fruta. Apenas um aparte. Esta região já não era tão rica em figueiras e as que haviam, curiosamente ainda tinham os frutos muitos atrasados. Mas haviam outras fontes de energia: Até uma espiga de milho!

Depois de Meimoa, o terreno aplana muito e os kms restantes foram todos feitos sem grandes dificuldades, tirando o calor, já bastante intenso. Para finalizar, tivemos a sorte de encontrar, na aldeia de Pêro Viseu um restaurante muito castiço. À moda antiga, e como era dia se S. Sebastião o prato forte consistia em frango assado. Mas o mais ineressante, foi que sem nós pedirmos nada, veio parar à mesa uma panela de sopa de feijão verde, daquela bem grossa, para nos servirmos à vontade e quantas vezes quisessemos. O prato de frango, estava divinal, mas o que mais gostei foi da salada de tomate com cebola, tudo cortado sem grande cuidado e ao nacos!! Deliciei-me!!! Tudo por 17,00€.

Tinhamos que ganhar forças para o dia seguinte. A subida para a Covilhã, foi um pouco custosa para a minha esposa, muito devido ao intenso calor.

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Cancellara

New Member
Que grande aventura e que belo relato!

Percorreram uma parte do nosso Portugal à qual estou ligado intimamente e que aquela foto da guarita ilustra bem e faz parte das minhas memórias desde a infância. A N332 - que liga Vilar Formoso ao Sabugal - passa à entrada da aldeia natal da minha mãe :) Nave de Haver.
Aliás a minha existência está ligada a essas histórias do contrabando pois o meu pai, pertencendo à Guarda Fiscal, foi destacado para essa aldeia raiana. Local onde conheceria a minha mãe.

...

Andei por lá - e levei a bicicleta - entre 11 e 14 de Agosto. Se bem que ache essa estrada (N332) bastante perigosa para ciclistas, especialmente em Agosto. Devido às longas distâncias entre localidades, os automóveis frequentemente circulam a mais de 100km/h por aí, o que aliado à pouca largura da via pode dar maus resultados.
 

rs76

New Member
Parabéns aos dois e continuem a enriquecer a vossa e nossa vista com as maravilhas deste nosso país, força nisso!!!
 

Lyp

Active Member
Fogueteiro, és o maior! E a tua esposa não te fica atrás!

Gosto sempre de ver casais a pedalar juntos... Tenho a sorte da minha mulher também gostar de pedalar, e de ter passado bons momentos com ela em cima das binas.

Contudo, isto já uma aventura e daquelas!! Força para os dois.

Não te conheço pessoalmente, mas posso dizer que te admiro... De uma forma ou de outra, consegues arranjar maneira de dar a volta ao texto e atingires os teus objectivos... É de louvar! A ideia da bike eléctrica foi excelente!

Espero que consigas (tenho a certeza que sim) fazer o que pretendes :) Força!
 

fogueteiro

Active Member
9º Dia * Covilhã - S. Gião (Oliv. Hospital)

O dia amanheceu muito bonito. Do alto da varanda do alojamento tinha uma vista fantástica sobre a cidade da Covilhã. Acordamos bem cedo, para fugir ao calor, mas sobretudo porque esta seria a etapa rainha da nossa volta. Nunca eu tinha posto a possibilidade de a fazer, mas não me tinha passado ao lado. Nem a propus à minha esposa, mas ela leu o meu pensamento e desejo, e foi ela que me desafiou: "que tal subirmos à Torre?" Acreditem que não foi motivo para discutirmos, porque eu humildemente aceitei, porque desejo é a paz no lar. :D:D:D:D:D

Mas haviam algumas dúvidas. A bateria precisaria de ser carregada, mais vezes, porque o esforço dela exigido seria igualmente maior. Estudamos a subida ao pormenor, e os pontos de paragem para recarregar. Mas para que as dúvidas ficassem um pouco mais esclarecidas, no dia anterior, depois do jantar, fizemo-nos à subida. Chegamos ao parque de campismo, e voltamos, já com a decisão tomada: "Amanhã a Torre é nossa!!!!!"

Eram 7,45 e já davamos as 1as pedaladas. Tinhamos decidido encher os meus alforges com o máximo de tralha e sobretudo a mais pesada. E notou-se!:D:D Mas a vontade ara tanta e o prazer imenso, que o peso por maior que fosse era o menos.

1ª Paragem: Parque de campismo. Até aqui a inclinação, sempre nos 8,9 e 10% foi demolidora, mas o pior estava para a etapa seguinte. A partir do parque a inclinação sobe para os 12% e em curtos espaços até roça os 14%. Cotovelos muito duros, mas ultrapassados com determinação.

2ª Paragem: Obras do antigo sanatório. Em boa hora a bateria recalmou carregamento, porque na verdade aquele troço é deveras complicado, ainda por cima com dois alforges, pesando cada um deles mais ou menos 10 kgs. Felizmente que a parte mais difícil estava ultrapassada. Umas centenas de metros acima do sanatório, a inclinação abranda muito, possibilitando que o andamento seja mais rápido. Até às Penhas da Saúde, a dificuldade é média, à excepção dos últimos 200 metros.

3ª paragem. Embora não fosse ainda preciso, decidimos parar para recarregar a bateria, porque sabíamos que dali para a frente não haveríam mais tomadas disponíveis.

A descida de 1,5 kms, após o Centro de limpeza de neve, é ilusória, porque nem dá para recuperar o folego. Eu receava este bocado de 6kms. Já conhecia a sua dureza, e os seus ganchos, por entrei a medo. Mas para minha surpresa, depressa chegamos aos cotovelos, que antecedem o túnel. Aconteceu aqui o caso do dia. O trânsito estava parado, mesmo na boca do túnel, e nem nós os dois pudemos seguir. Porquê: Porque estavam a ser feitas filmagens, entre o túnel e a imagem da Nª Srªa mais acima. O protagonista era o novo modelo do Hyundai i30, bonito por sinal.

Sinal verde, e lá fomos nós, pedalada após pedalada até à Torre. À medida que nos aproximavamos, o nosso ânimo crescia. Como o meu andamento era muito reduzido,
( A minha mulher sempre ia umas centenas de metros mais à frente) aproveitei para ver a exuberante, beleza do Cântaro Magro (já o subi numa caminhada), o cântaro Gordo, a nascente do rio Zêzere, o vale glaciar e sei lá mais o quê. A serra ficou gravada cm a cm.

Fianlamente a torre. O mais interessante é que eu estava na subida final, após a rotunda e toca o telemóvel. Vejo que era e para minha surpresa era o MINGUS. Mas como é que ele soube que faltavam uns escassos 200 para a Torre???:D:D:D Obrigado Mingus!! Neste local já cheirava a sande de queijo da serra que eu estava a plenear comer, como recompensa. TOOOOOOOOOOOOOOORRRRRRRRRRRRRRRREEEEEEEEEEEE, finalmente. Acredite que me sentia mesmo muito feliz, não tanto por mim, porque eu tinha a "obrigação" de subir mas sobretudo porque sabia que para a minha esposa era uma grannnnnnnnnnnde proeza. Mesmo ajudada pelo mecanismo eléctrico, ela tinha que fazer a parte dela senão a engenhoca não funcionava. E notou-se porque ela chegou a transpirar e cansada. Não costumo fazê-lo em público, mas esta não posso deixar passar: "A minha mulher é uma mulher daquelas duras de roer. Após um ano passado lutando contra um câncro, levar com a quimio, e tantas outras "ios" e "pias" e ter esta força de vontade e prazer para subir à torre, pela vertente considerada a 2ª mais complicada, por muitos, é de lhe tirar o chapéu! :D:D:D Desculpem o elogio a um familiar tão próximo, mas acho que o devo fazer, quanto mais não seja para ajudar alguem a levantar a moral e mostrar que a vida e os sonhos só acabam quando morremos.

Sande comida a ritmo muito lento, finalmente nos pusemos em marcha, em direcção a Seia. Só que como sabem, eu tento evitar as rotas mais batidas, por isso antes do Sabugeuri viramos para Loriga, e descer o que eu considero a subida mais complicada para Torre. Até a descer aquilo é medonho. No cruzamneto tinhamos que optar: Loriga, Seia ou Sazes da Beira. Mapa aberto, e tendo Oliveira do Hospital como destino, optámos por uma estradinha muito estreita, existente no mapa, passando por Sazes da Beira. Ficamos deslumbrados com o que vimos. Felizmente que íamos a descer, porque aquilo para subir deve ser terrível, mas vale a pena.

Em especial para aqueles "malucos" que gostam de evitar as "rotas comerciais" esta é uma uma possibilidade a tomar muito em conta. Acreditem, que vale a pena. Só vendo com os vossos próprios olhos. Não esperem a a "softeza" da subida de Seia!

Mais uns kms à frente desembocamos numa estrada junto ao rio Alba, e começamos a ver as indicações para um parque de campismo. Fomos lá e fomos presentiados com o melhor alojamento destas férias, não tanto pela qualidade que era mais ou menos a mesma, mas por estarmos sózinhos num local idílico. Foi o prémio da nossa façanha da torre.

Quase nem dei por me deitar. Desconfio que a meio do processo já tinha adormecido. :D:D:D

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pedro silva

New Member
olá fogueteiro e esposa, nem sem bem como começar pois muito sinceramente ainda estou sem palavras para descrever o que sinto de momento depois de ter lido o relato desta vossa subida a torre.

ainda sou novo aqui no fórum e nem bicicleta tenho (ainda) mas acredita que essa vossa experiência é uma lição de vida e uma demonstração de força e coragem.

desejo-vos muita sorte e força e que continuem assim juntos por muito tempo, para ela um voto de encorajamento muito especial pois é uma mulher com um ( M ) dos grandes mesmo, parabéns e força.

abraço e obrigado pela partilha.

cumprimentos
Pedro Silva
 

osicran

New Member
Há momentos em que nos faltam as palavras e nos sobra a admiração. É o que vocês merecem, a minha humilde admiração pela vossa tão grande lição de coragem e de vida! Obrigado. Um grande abraço para os dois!
 
Meu caro amigo, estava para me pronunciar só no final do teu relato mas....

O pouco convivio que tive contigo deu para perceber que és uma excelente homem, agora depois de estár a vêr a brincadeira que andas a fazer com a tua esposa fico completamente teu fã. Parabéns amigo e força com isso. Cumps á tua esposa por te aturar 24h sobre 24h :) Grande abraço
 

fogueteiro

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10º Dia * S. Gião - Caramulo

Boas pessoal,

só agora tive possibilidade de prosseguir no relato das minhas férias. Andei num processo de mudanças e isso ocupou-me o tempo todo.

No dia anterior, tivemos um caso engraçado que não poderei deixar de relatar, mas numa de mostrar que as pessoas do interior são mais abertas que nós que vivemos nas cidades. Depois do jantar, perguntei ao dono se a aldeia de S. Gião ficava muito longe, porque gostava de conhecer a famosa catedral das Beiras.

"não são dois kms!", disse ele.

Ok, 2 kms são fáceis de fazer a pé, por isso pusemo-nos a caminho. A estrada é ladeada por um intenso pinhal, e o escuro da noite já era bem visível. Nisto ouvimos um carro que vinha em nosso sentido. Para espanto nosso, e naquele ermo deserto, o condutor pára e pergunta-nos para onde vamos.

"para S. Gião", dissemos nós.

"Ò minha vida, vcs nunca mais lá chegam! Entrem que eu vou para lá e levo-vos."

O rádio vinha aos berros e assim se manteve, todo o caminho. Ele fez umas quantas perguntas, do tipo: "De onde são? O que andam a fazer?", mas o rádio sempre aos berros. :D Para apimentar o diálogo o sr. parecia ser um pouco surdo (daí o rádio aos berros). Digo-vos que foi hilariante. A minha esposa não conseguia evitar rir-se e eu com muito custo lá tentava que ele me ouvisse e eu a ele.

Bem, para abrir o dia de pedaladas tivemos logo um pequeno-almoço de seis kms a subir até à vila de Oliveira do Hospital. Como eu ainda estava frio, aquela subida torou-se interminável e até certo modo dura. Suspirei de alívio quando cheguei lá acima.

Como não tinha grande interesse pararmos, e o dia avizinhava-se longo, seguimos em direcção ao Carregal do Sal. Passamos por umas localidades muitos catitas, com as suas hortas muito bem tratadas, e sobretudo fruta à discrição. Nesta altura das férias, já não era qualquer figueira que nos entusiasmava. Já estava esquisitos, tal era a fartura, para não falar nuns pêssegos divinais. Foi a partir desta vila que o passeio do dia deixou de ter interesse. A N230 deste ponto em frente, torna-se numa espécie de variante monótona e a ajudar com vento de frente. Foi dos troços mais enfadonhos que enfrentamos, sem qualquer interesse paisagístico. Ainda ponderei desviar, mas não arrisquei entrar em aventuras, porque ainda faltavam alguns kms, e uma subida ao alto do Caramulo.

Tondela e Campo de Besteiros seguiram a mesma toada, desinteressante e trânsito rodoviário o suficiente para matar o pouco interesse do ambiente envolvente.

Finalmente, o doce do dia: A subida para o Caramulo. Como já disse, eu já tinha subido o Caramulo pelo lado de Àgueda, e embora muito bonita, há ali algo que falta, por isso decidimos subir pelo lado de Besteiros. A subida nada tem de complicado, situando-se nos 4 - 5%, e só mesmo a chegar ao centro do Caramulo é que apanha uns 100m que vai aos 7%. Para provar o que vos digo, a minha esposa foi a própria a dizer que a subida não custa nada. Por isso, para mim esta vertente segue o mesmo critério que a sua irmã.

Lá em cima procuramos alojamento, e fomos parar num café duma tal D. Judite, com 72 anos, que tem uma vivenda na encosta com alojamentos. Ao olhar para a senhora, fiquei com a sensação que aquilo iria ser muito humilde, mas o mais importante é que fosse esmerado e asseado. Ficamos parvos, com a vivenda que nos apresentou, e sobretudo com a maneira com que nos recebeu. Para abrir as "hostilidades" foi logo mostrar toda a vivenda... e que vivenda!! Depois jantou connosco, na sua cozinha e disse: "Utilizem tudo o que precisarem! Estejam à vontade!" Foi um diálogo muito interessante, em que eu mais uma vez aprendi que o sucesso vem antes do trabalho apenas no dicionário. Depois o marido chegou e eu delicei-me com as suas histórias, e a franqueza foi tanta que abriu o enorme cofre e mostrou-me uma raridade que tem e que fez as minhas delícias, porque sou fanático por eles... Um relógio de bolso muito antigo. Fez isso tudo sem me conhecer de lado algum. coisas do nosso Portugal interior.

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NiKES

New Member
Tou um bocado atrasado !! Que grande aventura, espectacular !

Os meus parabéns, a ti e acima de tudo a tua mulher, pois com os problemas que teve, é preciso ter e ter tido muita coragem para estar a passar essas férias ctg.

Um grande abraço e continuação de boas férias... a pedalar :D
 

fogueteiro

Active Member
11º Dia * Caramulo - Costa Nova (Aveiro)

Pantani:

Quando ouvi a minha mulher a dizer "vamos" nem queria acreditar. :D:D Agarrei logo com tudo que tinha para não deixar escapar esta oportunidade. Como já te disse, pelo telefone, foi uma das melhores experiências que eu já vivi.

Nikes:

Obrigado, pelos elogios, e a toos os outros também.

O 11º dia marcou a ligação entre o Caramulo e a costa portuguesa. Foi mais um desejo realizado, o de ligar a fronteira à costa.

A descida, muito longa, do Caramulo a Àgueda foi feita a bom ritmo. A paisagem é muito bonita, a estrada com bom piso e muito pouco trânsito. Sensívelmente a meio da descida tivemos o tal encontro com o nosso amigo do fórum: O OSICRAN.

Os momentos que falamos, foram muito agradáveis e deu-nos algum ânimo, porque afinal ainda estavamos num mundo habitado.:D

Antes de Águeda, tivemos o previlégio de passar para a outra margem do rio com o mesmo nome, mas por uma ponte suspensa por cabos. Achei a ideia espectacular, e a travessia foi feita com algum medo, por parte da minha esposa, porque na verdade ela abanava um pouco.

De Águeda até à Costa Nova, o trajecto revelou-se algo enfadonha. Trânsito à mistura com algum cansaço acumulado começaram a fazer das suas, e a Costa nunca mais chegava. E quando chegou, chegou igualmente a confusão das praias em hora de ponta. Que saudades já tinha eu das estradas desertas de Almeida, Sabugal, Foz Coa.... etc!!!! Foi uma tirada quase sem história, mas com quase 80 kms de extensão.

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