Essa questão da qualidade e da quantidade tem que se lhe diga, mas no fundo resume-se a pouco: há uns que se divertem duma maneira outros de outra. No meu caso desde que seja a pedalar aproveito sempre qualquer coisa.
Há algo de libertador em ver o amanhecer montado em cima da bicicleta quando vou trabalhar, também é agradável regressar e, por vezes, vir de uma maneira diferente só porque sim, chegar a casa e estar fresco como se fosse fim de semana.
As voltas longas de 200 ou mais quilómetros são desafios a que os bons ciclistas se devem submeter, tanto faz que seja em estradas bonitas como não, considero que a partir de determinada altura a paisagem tem muito de interior, não sei explicar bem, é algo próximo do misticismo.
Sem dúvida que as voltas "à Duchene" são memoráveis, agradáveis e pelo, que leio, quase sempre longas. Mas, no meu caso, se desse apenas esse tipo de voltas, em que pedalo mais devagar, paro imenso para fotografar, almoço, etc. não me sentiria plenamente preenchido. No entanto, de quando em vez tenho o impulso de fazer uma coisa dessas, normalmente sozinho, e a pulsão para o fazer é tão forte que nem durmo bem na noite anterior.
Também gosto de dar voltas a fundo, nem que sejam só 40km, e, mesmo morando numa zona bastante urbanizada, tiro bastante prazer dessas voltas, ou treinos, ou lá o que é.
Mesmo eventos do tipo Granfondo também são, para mim, muito chamativos, nem sei explicar porquê, sei que não vou ganhar, nem obter uma boa classificação, mas gosto de ir a fundo e, confesso que se estiver junto à meta, sou capaz de ir sprintar pelo 646º lugar.
Não menorizo nenhuma forma de andar de bicla, conheço quem se diverta a jogar bike polo, outros no btt, outros para quem só faz sentido usá-la como meio de transporte, alguns andam com tecnologia de ponta, outros com velhos "chaços" de 5 velocidades. O meu problema talvez seja querer ir um pouco a cada um desses "mundos" e não desfrutar plenamente de nenhum.