Troço desactivado da estrada entre Santa Cruz de Trapa e Landeira, na Serra da Freita.
"Próxima paragem: Serra da Freita" - O preâmbulo de 2015.
3 de Janeiro de 2015 // 167Km // 3100m AC+
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Por um capricho de agenda não consegui realizar a minha habitual volta de encerramento do ano. Não adianta matutar muito nisso e, assim sendo, esse traço especial no mapa ficou guardado para outra oportunidade, talvez num ameno dia primaveril.
Comecei então a pensar numa forma interessante de dar as boas-vindas ao novo ano de aventuras por estradas desertas e fascinantes, rabiscando no mapa a primeira passeata de 2015. Condição
sine qua non seria evitar a utilização do carro. Como já há largos meses que não fazia uso do comboio, decidi que passaria por aí a logística inicial do dia. O destino da aventura, até então algo incerto, fez-se rapidamente óbvio: não pedalava na zona Sul há já algum tempo e, mesmo tendo em conta que estava inactivo há praticamente um mês, decidi que estava na hora de voltar à montanha. A eleita? A Serra da Freita, pois claro!
Tornava-se óbvio que esta seria uma espécie de reedição de uma das minhas voltas de 2010. Na altura fiz sensivelmente o mesmo percurso, mas com um bloco central diferente: utilizei a N16 ao longo do Rio Vouga (à data a ecopista inaugurada em 2013 ainda não existia) e a subida à Freita, dessa vez, foi realizada pela vertente de Felgueira (do famoso restaurante Mira Freita), com passagem na Mizarela. A descida para Arouca foi feita depois por Provisende, vertente que aliás ainda me falta subir...
Desta feita, naturalmente que se impunha uma variação da abordagem. Assim, dois objectivos principais orientaram o desenho do percurso: Por um lado, queria conhecer o principal troço da ecopista do Vouga, entre a Foz do Rio Mau e Paradela. Por outro, já há muito que fazia questão de conquistar uma nova via para o planalto da Serra da Freita, a subida por Santa Cruz da Trapa. O regresso a casa seria feito descendo para Arouca pela estrada do Exército em Moldes, N224 para Castelo de Paiva e, por fim, a Serra da Boneca precederia o final da jornada na cidade de Valongo.
Ajustes feitos, track finalizado e, depois de tudo pronto, esperavam-me menos de quatro horas de sono. O habitual...
A saída de casa foi bastante madrugadora, imposta pelo horário do comboio. À tabela, eram 05h17 quando a composição assomou na plataforma do apeadeiro do Susão. Não mais de 5 pessoas faziam a viagem àquela hora. Devidamente munido do bilhete, instalei-me para a primeira parte da viagem. Destino: Porto Campanhã.
A temperatura no interior da composição estava perigosamente alta, quando comparada com os gélidos quatro graus positivos registados do lado de fora. Calor muito agradável para os restantes passageiros, mas um pouco desconfortável para quem, como eu, estava volumosamente equipado para pedalar no cortante frio exterior.
A viagem até à estação portuense é relativamente rápida mas o transbordo para o comboio que me levaria até Cacia implicava vinte minutos de espera. Como iniciava o percurso na estação de São Bento, só mesmo um par de minutos antes da hora de partida é que chegaria à plataforma para embarcar passageiros. Tendo isso em mente, rasguei o sossego da manhã com o meu sapateado a entoar no pavimento, atravessei a estação praticamente deserta e sentei-me na sala de espera do edifício principal.
Perto das 06h00 volto às plataformas quando, pela instalação sonora da estação, é anunciada a eminente chegada do comboio à linha número 6. Mais uma vez, o calor tropical no interior das carruagens é a nota dominante. Desta vez, e como a viagem é mais longa, faço por tirar toda a camada exterior de agasalhos para não ficar demasiado quente, evitando assim um choque térmico maior à saída.
Viagem de uma hora certa, com paragem em praticamente todas as estações e apeadeiros, alguns cruzamentos com outras composições em velocidade elevada, rectas intermináveis o agradável embalo ferroviário. Até que, a familiar voz feminina anunciou: "Próxima paragem: Cacia"...
Estava na hora de começar a verdadeira aventura!
Apesar do comboio ir mais preenchido que o anterior, sou o único passageiro a sair ali nos arredores da celulose, tristemente famosa pelo seu característico odor fétido... Aliás, não deixa de ser curioso que o cheiro nunca é sentido quando se está ao lado da celulose mas sim alguns quilómetros mais a Norte, cortesia dos ventos dominantes. Pobres populações brindadas com tal sina!
Verificada a iluminação e o GPS, faço-me à estrada. Dos praticamente 170 mil metros metros que compunham o percurso, estes primeiros 6 mil eram os que me causavam mais apreensão. Quase sempre planos, desenrolavam-se na N109, estrada que prefiro de todo evitar. As longas rectas convidam os veículos motorizados a acelerar e a pouca iluminação pública não é favorável a um ciclista que, apesar de todos os cuidados em ser visível, pedala a coberto da escuridão. Contudo, era imperativo usar esta ligação. Por isso, restou-me pedalar com vigor e ir vigiando atentamente o que me rodeava e o que se ia aproximando de mim na estrada.
A dada altura apercebo-me de uma luz que não parece ser de um carro ou mota. Algum tempo depois sou ultrapassado por uma parelha de ciclistas que me saúda, preparando-se para continuar caminho. Na escuridão e atrás dos Buff que cobriam as caras, não nos reconhecemos de imediato. Mas o vislumbre das letras brancas "Festka" numa das bicicletas não me deixou margem para dúvidas, não fosse ela um exemplar único em Portugal...
À pergunta "Filipe?!" é me devolvida uma resposta igualmente carregada de surpresa: "André?!". E foi assim que, numa curiosa improbabilidade, encontrei o Filipe Silva. Senhor de um bom gosto assinalável no que toca às bicicletas e às aventuras, apenas tinha conversado anteriormente com ele no universo virtual. Pedalávamos agora lado a lado, manhã cedo.
O Filipe era acompanhado pelo Pedro e curiosamente iam também para a Serra da Freita, atrás de uns estradões especiais no São Macário. A prova que há por aí mais "maluquinhos" como eu...
Os poucos quilómetros que nos separavam de Albergaria passaram rapidamente, devorados em amena cavaqueira. O aglomerado de iluminação e material fluorescente/reflector proporcionou igualmente mais segurança e um descanso acrescido na interacção com os outros utilizadores da via.
Em Albergaria despeço-me do Filipe e do Pedro que entretanto se iriam juntar ao Ricardo. Ficou no ar um "ainda nos encontramos lá por cima". Desejo quase de circunstância já que a probabilidade de isso acontecer era mínima, não fossem os nossos percursos diferentes e muito pouco coincidentes.
Novamente a solo, embrenho-me pela N16 em busca do Rio Vouga. A massa de nevoeiro denuncia a linha de água mas ainda seria necessário pedalar alguns quilómetros para ficar a par com o rio. Esta estrada representa a diversidade agradável em que tanto gosto de pedalar: casad de traça típica portuguesa, campos impecavelmente organizados e poucos elementos que não pareçam pertencer ali.
Depois de uma pequena descida, finalmente o rio. Reencontro a curiosa ponte pedonal sobre o Rio Vouga. Encontra-se num estado periclitante e certamente não mais será seguro fazer a sua travessia. No entanto, é sempre um referencial peculiar nesta zona do rio.
Um pouco mais à frente, na zona de Carvoeiro surge, pela primeira vez, o canal da antiga linha do Vouga, agora transformada na Ecopista do Vale do Vouga. Numa primeira extensão ainda se apresenta tal como ficou depois de arrancados os carris e limpo o espaço. A terra batida só dá lugar ao betuminoso vermelho mais à frente, no Lugar da Foz.
O acesso fica um pouco escondido e timidamente assinalado. A ciclovia propriamente dita situa-se um punhado de metros acima da cota da estrada mas, prestando atenção, facilmente chegamos à entrada da pista.
Este troço da ecopista que ia fazer é bastante curto. Com menos de 6km (de 10km totais) consegue, ainda assim, ser de uma beleza assinalável. Aparte de alguns detritos normais nesta época invernal, a estrutura está em muito boas condições de conservação e de circulação. Contudo, populam as espécies invasoras. As acácias tomam conta das bermas da ecopista, fazem ondular o pavimento pressionado pelas raízes e mantêm grande parte deste percurso inicial na penumbra. Contudo, aqui e ali, algumas abertas permitem vislumbrar o rio e a estrada que, mais abaixo, correm paralelos.
A passagem na ponte sobre o Rio Vouga é memorável! A centenária Ponte do Poço de Santiago, pese embora a sua respeitável idade, apresenta-se altiva e luminosa, dominando a paisagem. É, segundo alguns especialistas, a ponte de pedra mais alta do país. O seu tabuleiro de 128 metros eleva-se cerca de 30 metros acima do leito do rio e é suportado por um interessante conjunto de arcos que lhe conferem uma particular e intemporal beleza. A neblina ainda cobre o leito do rio a jusante acrescentando um toque muito cinematográfico à cena já de si portentosa. Detenho-me alguns minutos a contemplar, fascinado...
Retomo a marcha e a cada centena de metros que avanço na ecopista, a envolvente muda. A dada altura, e apesar de estarmos no Inverno, a paisagem revela-se ainda absolutamente outonal, com bolsas de tons castanhos e tapetes de folhas a forrar quase a totalidade da passagem em alguns locais. Não resisto a montar um pequeno cenário fotográfico à saída de um dos vários túneis para mais um registo de corpo inteiro...
Depois de Paradela a ecopista continua por mais alguns quilómetros até Fontelas. Mas para mim, a renovada estação é, literalmente, o fim da linha. A partir daqui, tenho de voltar à estrada para atravessar novamente o Rio Vouga.
Logo depois, embrenho-me em mais uma estrada secundária. Este troço seria já meu conhecido não fosse o facto de parte da sua extensão ter ficado submersa pela construção do aproveitamento hidroeléctrico de Ribeiradio-Ermida. Os quilómetros iniciais são então feitos no novo traçado, a uma cota mais alta do que anteriormente. Nos arredores de Ribeirada, já a salvo das águas da albufeira, a estrada original reaparece.
Os restantes 10 quilómetros são passados numa suave e agradável subida. Envolta, na sua maior parte, em mancha florestal, ofereceu boas panorâmicas sobre os vales dos rios Arões e Vouga. Fez-me lembrar a subida da Serra da Boneca, pelo lado de Capela. Ou seja, sem ser espampanante é bastante interessante.
Em Lameiras, entro na N227, num troço que em Abril tinha feito parte do Passeio Informal do Forumciclismo. A descida é curta e logo se inicia mais uma das subidas do dia. As várias pontes sobre as principais linhas de água que descem a montanha foram recentemente renovadas em todo o seu esplendor original dos anos 50 do século passado, ajudando a completar o elegante quadro de uma estrada que, apesar do estatuto de nacional, é tão deserta e fascinante como qualquer outra estrada secundária de qualidade.
É assim que, quase sem dar por ela, pedalo um bom punhado de quilómetros entretido com a estrada. A dada altura avisto então o Solar dos Malafayas, fantasmagórico referencial abandonado à entrada de Santa Cruz da Trapa.
É dia de feira na vila e as ruas estão ladeadas de bancas dos mais variados artigos. Muita gente a circular, numa lufa-lufa humana sempre agradável de se ver, contrastando com o habitual sossego desta interioridade. Aliás, tendo em conta o património edificado que a curta visita permitiu observar, a própria vila me pareceu bastante interessante para uma visita fora dos pedais.
Sento-me de perna cruzada na esplanada, bebericando chá quente. Uma fatia de bolo daquelas que se comem com um garfo e um salgado bem recheado completam o lanche da manhã. Tratam-se bem os forasteiros por estas bandas!
O sol já alto no céu aquecia de forma perfeita aquele pátio da pastelaria e permitiu-me aquecer um pouco a alma. O chá fez o mesmo ao corpo. Não que fosse muito necessário aquecê-lo tendo em conta o que se seguiria no meu menu ciclístico!
Repostas então algumas energias, estava na altura de enfrentar o grande desafio do dia. A Serra da Freita não se apresentava particularmente assustadora à vista mas eu sabia que a subida apesar de curta (pouco mais do que 7Km) é de uma exigência assinalável. Ao invés da rota "oficial", o meu risco seguia por um acesso alternativo e que se impunha desde logo à minha intrusão com inclinações muito pouco amigáveis! Estas estradas são sempre uma surpresa porque são feitas sobretudo a pensar na economia dos serviços de terraplanagem. Aliás, agora posso aferir com segurança que aqui se poupou com vontade!
Se o início por estradas secundárias não foi macio, a chegada à subida principal não fica muito atrás. As pernas queixam-se veemente do prato que lhes é servido. A paragem de Dezembro juntamente com as rabanadas e demais goluseimas festivas pareciam ter feito alguma mossa... Há ameaças de câimbras e o protesto muscular mantém-se por algum tempo, alimentado pelas inclinações constantes com dois dígitos. Faço uma pequena paragem para alongar e isso parece sossegar as hostes. Este núcleo tem uma inclinação média de 10% durante 4.5Km e as poucas zonas abaixo disto parecem verdadeiramente planas em comparação... Verdadeiras zonas de descanso só mesmo nos caminhos laterais, já que a subida não dá qualquer trégua.
Retomo a escalada e, não resistindo ao apelo de um troço da estrada original entretanto desactivado, enveredo por lá, disposto à descoberta. Com uma faixa de rodagem bastante mais estreita do que a versão actual, o traçado antigo contornava de forma mais rebuscada a encosta. Apenas restam escassas centenas de metros mas deu para perceber como seria interessante (e quiçá assustadora!) essa via inicial.
Regresso à via moderna para continuar a trabalhosa ascensão. Perto de Landeira, coincidentemente com o início dos rails de protecção, começam os melhores três quilómetros da subida. A paisagem enche-se de granito, a estrada acerca-se do abismo e a paisagem engrandece-se. A dureza mantém-se, mas passa rapidamente para segundo plano perante tão deliciosa envolvente.
Com ânimo redobrado ultrapasso a barreira dos mil metros de altitude e alcanço o familiar planalto da Serra da Freita. Vindo dos mais variados sítios já ali passei um punhado de vezes, mas sempre o acho maravilhoso e digno de mais uma e outra visita. Aliás, ainda há por lá alguns segredos escondidos que, a seu tempo, certamente terei oportunidade de desvendar.
O sol aqui não encontra obstáculos mas o ar mantém-se tão frio como nas zonas de penumbra mais abaixo na serra. O cristalino lago do Retiro da Fraguinha quase convidava a um mergulho, não fosse a temperatura da água, certamente muito pouco compatível com tal devaneio.
Continuo em direcção às estóicas aldeias do cume: Póvoa das Leiras, Candal, Cabreiros e Tebilhão. A estrada antiga é muito mais interessante do que a nova variante e é por isso que sempre a uso quando venho para estes lados. Estrada estreita, agora praticamente esquecida mas completamente fascinante e perfeitamente diluída na paisagem florestal envolvente.
Excepção feita à saída de Candal com a sua diabólica rampa, a estrada desenrola-se num suave ondular, percorrendo a bonita encosta deste pequeno vale bastante arborizado.
Pedalar em estradas de montanha no Inverno exige cuidados redobrados e máxima atenção. Acima dos 800m de altitude e às duas da tarde ainda havia inúmeras bolsas de gelo na estrada. Aliás, a ponte nos arredores de Tebilhão estava completamente coberta de gelo. Como vim mais tarde a saber, tanto o Ricardo como o Pedro tiveram um encontro não desejado com o alcatrão, precisamente à conta deste gelo traiçoeiro.
Feita a travessia da ponte a pé, para evitar males maiores, volto aos pedais para um último punhado de metros bem inclinados que me fazem sair do vale e encontrar a estrada do Exército. Assim chamada por ter sido aberta há quase duas décadas pelo Regimento de Engenharia 3 do Exército, configura mais uma via de acesso ao planalto e às aldeias do alto, a partir de Arouca. Ficou porém por concluir a ligação a São Pedro do Sul, que fazia parte de génese do projecto. Há um par de anos já a tinha feito a subir e, não sendo para mim a via mais bonita ao topo (esse título pertencerá sempre ao Portal do Inferno), é uma das mais interessantes pelo panorama amplo que permite abarcar.
A descida foi, por isso, feita em velocidade moderada, apreciando a impressionante paisagem que, além de todos os atractivos geológicos da serra em si, ainda incluí no horizonte dois nomes incontornáveis da geografia do Norte de Portugal: a Serra de Montemuro e a Serra do Marão.
Terminava eu a descida quando, ao chegar à rotunda de Portela, vejo um familiar conjunto de ciclistas a passar. O improvável aconteceu mesmo e acabei por reencontrar o Filipe e o Pedro, já acompanhados pelo Ricardo. Tinham cumprido com sucesso a incursão pelo sterratto em altitude e apontavam agora a Arouca, para reabastecer antes do regresso à base, em Aveiro.
Acabamos por lanchar na Confeitaria Rainha, paragem quase obrigatória para ciclistas gulosos que passam por Arouca. Ia filado na sopa e no lanche extra recheado, mas desta vez infelizmente não havia sopa. Tive de me contentar com o lanche e procurar energia noutras iguarias da casa. O que, diga-se de passagem, não foi nada difícil!
Mais dois dedos de conversa, umas goluseimas e o tabuleiro das provas de bolo rei de chocolate sempre a sofrer ataques impiedosos... Só que o relógio não parava e ainda havia muitos quilómetros pela frente para todos. Estava na hora de voltar ao selim!
No trio houve quem sugerisse que o caminho mais directo para eles seria subindo novamente a Freita. Eu como ia para Norte e aquilo não era nada comigo ainda tentei ajudar à festa, mas a sensatez acabou por fazer com que os aventureiros rumassem para Oeste, para terrenos mais favoráveis a uma rápida progressão.
Feitas as despedidas retornei ao meu figurino solitário. Como a partir daqui o percurso me era já bastante familiar, tinha optado desde logo por fazer uma abordagem mais directa e menos documental. A GoPro já descansava na Barley e o telemóvel também não mais sairia do bolso. Findavam-se portanto os registos fotográficos do dia.
Os 70Km finais, de Arouca até casa, foram feitos praticamente sem pausas, aproveitando ao máximo a luz solar que se escapulia rapidamente atrás das muitas encostas em redor. A N224 é uma estrada que sempre gosto de fazer, com um perfil e envolvente muito agradáveis e por isso rapidamente cheguei a Real, daí a Castelo de Paiva e, ajudado pela longa descida, já tinha o Rio Douro à minha frente.
Atravessado o rio, a última dificuldade do dia seriam os 9Km da subida à Serra da Boneca, a partir de Entre-os-Rios. Continuei com a pedalada regular que trazia e com relativa facilidade fui subindo na encosta. Pequena paragem no alto apenas para reforçar o vestuário corta-vento, tendo em conta a longa descida que se seguiria. Ajustada a indumentária, lanço-me pela descida já com a luz da bicicleta na intensidade máxima.
A luz solar despediu-se definitivamente perto de Sobreira e os restantes quilómetros até casa foram feitos numa falsa noite cerrada, pese embora pouco passar das seis da tarde. Ainda que devidamente equipado e bastante visível quis-me despachar o mais rapidamente possível já que as estradas são ainda mais perigosas nesta altura do dia.
Felizmente sem qualquer tipo de percalço, chego finalmente ao meu destino. Contas finais: 167Km e 3100m de acumulado. Um percurso simples mas pleno de qualidade(s), tendo-se revelado uma promissora forma de começar o ano...
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Hoje trouxe-vos uma crónica um pouco mais resumida e menos polida do que o habitual. Ainda assim, espero que tenha sido uma boa leitura para começar o ano e que possa inspirar também as vossas pedaladas.
Um bom 2015 para todos!