Essence@ Parque Natural Tejo Internacional
Considerando-me mais da zona do que da minha naturalidade real, combinou-se uma volta pelo Parque Natural do Tejo Internacional.
As razões? Beleza, Deserto, Boas Estradas!
A chuva fustigou-nos semanas anteriores, e adicionando os motivos pessoais e profissionais, não me foi possível ciclar como gostaria.
Como tal, a volta anterior serviu de "treino" para esta - ou seja a Subida a Torre.
O Parque creio ser pouco conhecido por parte do público em geral, e tenho pena de os locais não saberem aproveitar da melhor forma tão belas estradas e paisagens.
Deixo aqui dois links, de forma a verificarem o que podem ver antes de lá circular:
http://www.icnf.pt/portal/turnatur/visit-ap/pn/pnti
http://taejo.eu/pt/o-parque/o-parque
Na sexta-feira, o Windguru referia que só ia chover um pouco, mas na realidade, não parava de chover, colocando em risco a nossa ida.
Sábado, um pouco farrusco, e ainda com um pouco de chuva, rumamos a Castelo Branco, onde iríamos pernoitar.
Jantar em boa pizzaria, e bem alimentados, decidimos descansar em vez de rumarmos à locura da noite
Domingo e pelas 7:30, começamos a preparação para sairmos asap de casa.
O nevoeiro cerrado, dificultou um pouco a escolha de roupa, mas acreditando na "mento-rologia" decidi sair com calças 3/4 e manga curta.
Assim que começamos a circular, o creme protector rapidamente começa de novo aparecer (mesmo depois de muito bem espalhado!), tal era o frio.
Rapidamente a roupa fica molhada, e no meu caso, ainda bem que circulo de t-shirt reflectora, tendo ajudado a manter-me seco.
A primeira parte da volta, é maioritariamente a descer, e ao chegar a Malpica do Tejo, nada como parar e beber um café.
E de forma a dar a conhecer um pouco os locais de passagem, transcrevo o que encontrei na net sobre a terra:
A vasta área da freguesia foi ocupada desde tempos remotos.
Vários são os vestígios da pré-história aí existentes, desde o Paleolítico (vários instrumentos de pedra lascada), Neolítico (covas em rochedos, assinalando pontos de observação astronómica, provavelmente com funções mágicas) até à Idade do Ferro (cabanas circulares) e época romana.
Porém, após a antiguidade a zona ficou ao abandono durante vários séculos e só no século XV temos clara notícia de existência da freguesia.
A partir daí, a freguesia foi crescendo até atingir, em 1960, cerca de 3500 habitantes (Malpica foi, no século XX, e ainda é, das aldeias maiores do concelho de Castelo Branco).
Hoje, devido ao êxodo rural, residem em Malpica cerca de 700 habitantes (a que se junta uma população flutuante de cerca de 300 habitantes).
Malpica (Malpica do Tejo a partir de inícios da década de 50) é uma freguesia muito rica a nível etnográfico e folclórico (Zeca Afonso recolheu ali muitos "cantares", como seja: Maria Faia, Moda do Entrudo, Jeremias, Oh! Que Calma!, etc.), gastronómico, arquitectónico e paisagístico - integra o Parque Natural do Tejo Internacional.
Junto a Malpica, encontram-se duas estruturas circulares evidenciadas à superfície por pequenas lajes de xisto dispostas de cutelo da Idade do Bronze.
(@Wiki+
)
Photo 2
Desde Castelo Branco, recordo-me ter passado 1 carro por nós...
A N18 normalmente tem mais movimento, mas ao ser Domingo, e com nevoeiro, creio que muitas pessoas decidiram ficar por casa.
Ao sair de Malpica, apanhamos a M1257 e de seguida a M554 até Monforte da Beira. Esta terra, tem a sua origem está meio perdida no tempo, mas ficam lendas que contam que antigos guardadores de gado, ao verem aproximar-se uma grande tempestade, e a inquietação dos animais, soltaram-nos para que procurassem o melhor local de abrigo.
O local escolhido por esses animais é onde se encontra hoje em dia a aldeia de Monforte da Beira. Tem este nome porque duas serras que se situam em volta da aldeia surpreenderam os guardadores de gado, os mesmos que por assim ser começaram a dizer que a aldeia estava guardada pelos ‘Montes Fortes’, a transformação ao longo dos tempos levou a Monforte da Beira, também para não se confundir com a vila de Monforte situada na região do Alentejo (informação @Wiki)
De Monforte da Beira até Cegonhas, plea M353, foi um instante, e a estrada mais uma vez deserta, e o nevoeiro que teimava em não sair.
Valia-nos a ausência de vento!
Passando Cegonhas, fomos para o Rosmaninhal, cuja primitiva ocupação humana da região remonta à pré-história, conforme os testemunhos arqueológicos nela abundantes. Posteriormente romanizada, aqui foi explorado o ouro de aluvião.
O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, os domínios do Rosmaninhal, assim como o de outras povoações da raia (Segura, Monsanto, Idanha-a-Velha, Salvaterra do Extremo e toda a região entre o rio Zêzere e o rio Erges) passaram a pertencer aos cristãos, integrando os domínios do Condado Portucalense. Com a Independência de Portugal, D. Afonso Henriques (1112-1185) a área do Rosmaninhal encontrava-se compreendida nos domínios de Idanha-a-Velha e Monsanto, doados aos cavaleiros da Ordem dos Templários em 30 de Novembro de 1165, para que os repovoassem e defendessem.
Embora não haja informações seguras acerca da fortificação de Rosmaninhal, acredita-se que a mesma tenha sido iniciada sob o reinado de D. Sancho II (1223-1248), provavelmente a partir de 1229, ano em que foram passados tanto o foral de Idanha-a-Velha, quanto o de Salvaterra do Extremo.
À época de D. Dinis, em documento integrante de um processo contra a Ordem dos Templários, encontra-se referido o Castelo do Rosmaninhal, cujos domínios, a partir de 1319, passaram para a Ordem de Cristo. Eram seus comendadores e Alcaides-Mor os marqueses de Fronteira. A partir de então, a povoação conheceu um novo alento de tal forma que, à época de D. Manuel I (1495-1521) recebeu o seu primeiro e único foral, a 1 de Junho de 1510. Neste período o castelo já se encontrava desaparecido, uma vez que no Tombo da Comenda da Ordem de Cristo do Ano de 1505 do Rosmaninhal, a Leste da Igreja de Nossa Senhora, em uma elevação onde à época existiam alicerces de parede com um arco ainda levantado, constava ter sido feito um castelo da vila.
Da Guerra de Sucessão Espanhola aos nossos dias
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola, o Rosmaninhal foi de novo murado (1704), de acordo com a informação do vigário da povoação, Diogo Vaz Magro, nas "Memórias Paroquiais de 1758", que relatou:
(…) 6. A parrochia está no simo da villa e outeiro dentro de um forte do povo, contíguo a um forte del Rey, que tem suas pessas.
(…) 25. A Vila foi murada por El Rei na Guerra de Setecentos e Quatro como também tinha o já tinha sido na do Levantamento, não é propriamente Praça que esteja guarnecida mas sim tem um forte de El Rei com suas pessas que no tempo da guerra costumam guarnecer os Reis com gente militar e os muros estão em muita parte demolidos e os quartéis de El Rei e fortes.
A vila foi sede de Concelho até 1836, quando este foi suprimido e anexado ao de Salvaterra do Extremo.
Pouco resta do castelo medieval ou das defesas setecentistas. A Junta de Freguesia fez instalar um cemitério sobre os restos das suas muralhas, encobrindo-as e descaracterizando-as. Não há informações sobre a proteção ou classificação deste património.
Saindo da vila, em direcção a Segura, entramos na estrada, que o companheiro da viagem referiu-se como: "A MELHOR ESTRADA QUE JÁ FIZ"
Apertada, bom piso (excepto alguns locais mais degradados pela passagem ilegal dos camiões demasiado carregados), cheio de curva e contra curva, com subida e descida, mas onde a tendência é descer (ou seja cota inicial acima da cota final).
Neste contornar, e a tirar fotos, dei-me por mim a descer a mais de 60... com o telemóvel na mão!
Infelizmente, o nevoeiro não deu para aproveitar as excelentes paisagens que temos, com vista para as duas serras (Gardunha e Estrela) - fica para a próxima.
Assim que se começa a entrar na onda da estrada, rápidamente se circula a velocidades do WORLD TOUR, até começarmos avistar SEGURA:
Passamos a ponte que liga os dois paises, e com Segura como pano de fundo
O Rio Erges vai carregadinho de água, e a Primavera pinta quase todos os recantos de verde, violeta (rosmaninho), amarelo e branco.
SEGURA - História:
As origens da fortificação raiana de Segura são obscuras, a povoação apenas sendo mencionada nos primeiros anos da monarquia portuguesa. Entretanto, a sua posse definitiva, pela Coroa de Portugal, só se efetivou em 1282.
O castelo medieval
A primeira referência sobre o castelo data do reinado de D. Dinis (1279-1325), quando, em 20 de Agosto de 1299, o soberano isentou os seus moradores dos impostos tradicionalmente pagos em Salvaterra do Extremo, com a condição de estes construírem um castelo. Vinte anos mais tarde, o monarca doou os domínios da vila e seu castelo à Ordem de Cristo, que aqui instituiu uma comenda, prova de que, nesta fase, Segura já se constituía em um expressivo centro regional.
Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), o soberano doou os domínios da vila e seu castelo ao Frei Nuno Martins (1376). Nesse período iniciou-se a edificação de uma barbacã, defesa que se articulava com um fosso.
Posteriormente, sob D. Manuel I (1495-1521), encontra-se figurado por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). A povoação foi elevada a vila e sede de concelho em 1510, posição que desfrutou até 1836, quando foi anexada ao município de Salvaterra do Extremo.
Da Guerra da Restauração aos nossos dias
No contexto da Guerra da Restauração da independência a povoação e sua fortificação readquiriram importância estratégica sobre a fronteira da Beira Baixa. Por essa razão, as suas defesas foram reformuladas, sendo a vila dotada de uma muralha envolvente, abaluartada.
Essa defesa foi insuficiente para deter a invasão francesa, que por essa fronteira penetrou durante a Guerra Peninsular, em 1807. Posteriormente, em 1846, foi extinto o seu governo militar, o que conduziu ao desmantelamento das defesas, absorvidas desde então pelo progresso urbano.
No início do século XX, foi erguida a Torre do Relógio, hoje referido como uma lembrança do passado militar de Segura, embora sem conexão com o mesmo. Os remanescentes do conjunto defensivo encontram-se classificados como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 8 de Maio de 1959.
Agora, estavamos na EX-117, Espanha. A Aventura iria continuar, e neste momento, só tinhamos aproximadamente 1/2 do caminho feito!