Despedir de 2013 (?...)
Sinceramente, vejo o tempo como algo contínuo, e nunca tive esta sensação de “terminar” um ano. Talvez pelas dificuldades impostas, ou possuir um strava, que me lembra os kms efectuados… e aqueles que gostava de ter efectuado (!), este último fim-de-semana do ano, decidi que deveria ser algo mais que a “volta dos tristes”, e ir um pouco mais além...
Em casa estava já combinado não ter lugar marcado na hora de almoço, facto que me permitiu alongar a volta sem stress, embora houvesse um tempo limite!
Equipamento de Inverno, bidons, e umas nozes, fazem parte do que levo à saída para um excelente dia de sol, e céu limpo. Maravilha viver neste País!
A volta planeada e carregada no GPS consistia em seguir junto da costa até Santa-Cruz, voltando depois para o “interior”, e terminando ao longo do Rio Tejo.
Ao longo da Marginal, cruzo-me com mais um cicloturista, que curioso pelos guarda-lamas que levava, abriu tópico para metermos converça e conhecer mais um amante das pedaladas (dobráveis incluído!), e atendendo ao facto das voltas planeadas coincidirem, lá fomos nós a dar ao pedal… e à língua!
Tudo ia calmo, apreciar a paisagem, rolar… enfim um dia de Inverno Brutal!
O mar, estava um pouco assanhado, e as suas ondas, enviavam um spray para a estrada, sujando os óculos.
Em algumas zonas, as ondas conseguiam transpor a parede com mais de 10metros, tendo como resultado zonas de alcatrão molhado. Os guarda-lamas efectuaram o seu serviço sem qualquer problema, não havendo nem um salpico para a cara, ou para o rabo, e como não eram rios enormes, até os sapatos ficaram livres de “salpicaria”
Somos então passados por um grupo de ciclistas que trazia na frente do “pelotão” uma lebre! Fantástico… boleia até Cascais!
O ritmo era muito acima do que desejava, mas a boleia iria retirar algum tempo nesta zona. 40s… 40 e picos, e sempre a crecer, até que ao chegar ao inicio da subida para a Malveira, o pelotão começa alongar – normal para enfrentar uma subida. Decidi manter-me com os da frente, mas perto do final, o aviso sonoro do medidor de pulsasão (HRM), referiu que tinha entrado na zona proibida a que tinha definido! +170 pulsações por minuto (PPM) – raios!
Abrando um pouco, mas a maldita da pulsação não quer descer dos 17X ppm. Penso na volta planeada, e na distância que faltava, e decidi não continuar no encalço porque hoje, mais importante que os segmentos do Strava & KOMs, era a volta em si.
Rapidamente o recente companheiro da pedalada se junta, e lá seguimos pelas estradas paralelas ao Oceano, falando das "nossas" desdobráveis e como são excelentes mesmo em trajectos longos, até que devido ao horário tardio, cada um segue o seu rumo e muito rápidamente (depois de me ter desorientado num dos cruzamentos) chego perto da Ericeira (Praia de S. Julião), e cá vai uma foto da praxe:
Subida do Lizandro para a Ericeira, e mais uma vez, um grupo a passa por mim (ia mesmo lento!
), ao que aproveito a boleia, pelo menos até chegar à Ericeira, onde decido comer qualquer coisa com vista para o Oceano. Não é todos os dias que passo aqui, pelo que nada como aproveitar ainda para mais, sendo pleno Inverno!
Depósitos atestados, sigo para Ribamar em direcção a Santa Cruz, mas ao chegar à rotunda onde deveria cortar para Santa Cruz, verifico que estou atrasado.
Decido (e ainda bem!) não seguir até Santa Cruz, e começo a minha viragem para o “interior”.
Trucifal era o meu ponto de referencia. E ao passar esta bela vila, o GPS indica-me um caminho…... sim? A estrada indicado no GPSIES como sendo uma M, não era mais que um estradão de terra batida e não alcatrão! Raios!!! Porque não vi isto no Google Maps! Um dilema apodera-se de mim: Seguir por uma alternativa, a qual iria ter como finalidade o Carregado, ou ir pela N8 para Lisboa?
Decido, por razões de horários, ir pela 2ª hipótese.
Pessoalmente detesto a N8… nunca me aconteceu nada mal, e até tem zonas bonitas, mas o trânsito elevado, e o facto de ser muito aberta, torna-a num martírio para quem nela circula sozinho…de bicicleta!!
Conforme pedalava, passei por zonas e terras que nunca tinha prestado atenção!
Nomes curiosos, outros engraçados!
E é nesta estrada que verifico que já tinha percorrido 110km, e estava fino como o aço!!!
A isto se deveu a inversão do avanço (passou a ter inclinação positiva) e a colocar todos os espaçadores abaixo do avanço. Se em termos estéticos fica horrível, a nível de conforto está aprovadíssimo, e mais uma vez a máxima do que é belo, é cilindrado pela máxima: conforto e pratico!
As novas calças de Inverno, compradas na Decatlon (creio serem as top de gama da marca?), e com o “padding” com gel, e sei lá mais o quê, também fazem as suas delícias.
Nesta área de equipamento pessoal, não haja dúvida que compensa gastar dinheiro! Pessoalmente, até acho que compensa mais que gastar em umas coisas novas para a bike.
A temperatura mantém-se bem e já em Castelo Branco, na altura do Natal, as tinha experimentado e atendendo às temperaturas com que circulei pareceram logo uma óptima compra.
Mas este conforto todo, não me estava animar muito, porque não sabia onde estava (sim tinha o GPS, mas mentalmente desconhecia), e parecia que faltava uma eternidade… Ir sozinho também não ajudou muito, e o tempo que nesta altura já estava farrusco e frio, fazia-me pensar num banho quente… e no café, que neste dia não tinha tomado…!
A mente deambula por vários pensamentos e verifico que aqui está a essência do ciclismo! Kms, e kms a fio, onde máquina e homem são levados a conhecer locais que muitas das vezes só vamos de carro! Aquele pensamento: "estou mesmo muito longe de casa...!"
No meio destes pensamento, avisto a placa que tinha escrito "Malveira"!
A minha mente parece que teve um novo despertar! De repente… parecia que estava em Casa!
Da Malveira a Lousa foi feito num instante, mas de Lousa a Loures… foi mesmo um tirinho, descendo a Serra a uma boa média.
Olhando para o relógio, vejo que não tenho tempo para terminar rolando pela Marginal até Oeiras, pelo que decidi ir por Alvalade, Saldanha, Cais do Sodré… e comboio até casa – Shame on me!
Mas quem estava em casa todos agradecem esta “batota”, permitindo ainda terminar o dia em companhia da família.
Resumindo este ano 2013 com a SAGE
A Sage 7.0, demonstrou ser uma bicicleta bastante polivalente, permitindo com o avanço baixo e sem um espaçador, ter uma posição mais de ataque, sendo reactiva, e bastante manobrável.
O conforto, muito pelas finas escoras, permite um nível de conforto que vai além do esperado num quadro de alumínio, e onde o selim, pela sua forma e largura, permite um conforto bastante aceitável.
As rodas demonstraram ter um rolar digno de uma boa nota, mas sinceramente preferia que fossem mais pesadas se aumentasse a rigidez lateral das mesmas (talvez seja bruto de mais!)
Os pneus têm durado, e apresentam um feeling muito fino e previsível – como eu gosto. A largura 25 demonstra ser algo acertado! Com perto de 2500kms, não apresentam um desgaste significativo, mas para o ano, pretendo ver se aguentam pelo menos mais uns quantos milhares de kms. Por agora, estão aprovados!
A cassete 12-27 que foi adicionada foi uma mais-valia, não havendo quebra no andamento como sentia na cassete 11-25, sendo que os 2 dentes extra na maior cremelheira, ajudem bastante nos terrenos por onde circulo.
Pessoalmente, creio que a bicicleta foi uma boa compra, e alerto para o facto dos tamanhos serem um pouco compactos comparativamente a outras marcas.
Se tivesse para comprar uma bicicleta, não hesitaria em apostar novamente na marca, apresentando um nível de equipamento acima e uma disponibilidade imediata, algo que noutras marcas, já não se passa.
Acessórios de fazer menção:
Grades de bidon SKS estão também aprovadas, sendo fácil colocar e remover os bidons da Camel.
Guarda-Lamas, foram uma excelente opção, tendo em conta a utilização anual da bike.
Decorrido este ano, e embora não tenha efectuado 1 ano de uso, adianto já que foi uma boa compra e para o ano, espero poder multiplicar os kms efectuados.
A volta - dados strava:
Distance: 151.1Km
Elevation: 2104m
Moving time: 6:23:47
Elapsed time: 7:00:56
Average Speed: 23.6 Km/h
Max Speed: 72.4 Km/h
Calories: 4031
Aproveito para desejar um BOM ANO 2014, com Saúde e Muita Pedalada!