Faz quase um ano que adquiri a Bianchi Infinito C2C, projecto este pensado exaustivamente e indo por factores de eliminação de marcas, preços, componentes e focando-se naquilo que todos procuramos, qualidade e preço condizente sem acharmos que pagamos mais ou menos por aquilo que uma marca nos oferece, para no final o resultado ser aquele ou o mais aproximado possível ao idealizado no projecto em papel.
Também neste projecto inicial estava em mente ter uma bicicleta com umas linhas bonitas mas não exageradas, focando-se num quadro da gama media alta, sendo este também um factor de eliminação, dado que queria algo que se enquadrasse um pouco com o clássico mas que mostrasse evolução e que acima de tudo proporcionasse conforto e gozo por ter uma bicicleta escolhida e pensada para mim e não montada ao gosto da marca com os componentes da marca.
Desde o pensamento de adquirir uma bicicleta nova até à formalização do projecto final demoraram mais ou menos uns três meses de procura exaustiva com todos e prós e contras os quais depois se seguiram todos os processos de compra e alteração dos diversos componentes na loja e que já foram falados superficialmente no inicio deste tópico.
Em muitos anos que já ando no mundo das duas rodas e ao longo desse tempo fui tendo algumas bicicletas, umas melhores outras piores, a Bianchi Infinito é de longe a bicicleta mais cara que já tive e a única onde a fibra de carbono é dominante, sendo por isso a melhor que tenho e que nem tem sequer termo de comparação com as anteriores.
Actualmente a fibra de carbono é coisa comum e quem anda nestas lides ou acompanha o desenvolvimento de toda a tecnologia que está envolta no ciclismo e já estranha que algum componente novo não seja fabricado em fibra de carbono ou outro material mais exótico. Quando comecei a ouvir falar em carbono, ainda devíamos estar um pouco longe do ano 2000 e nessa altura para o meu nível de conhecimento era impensável que um material preto e mole uns anos mais tarde viesse a ser o rei para a estrutura principal dos quadros das bicicletas, isto quando o aço e alumínio eram os reis dos materiais para o fabrico e desenvolvimento dos quadros das bicicletas.
Passado este texto incial, vou agora passar a uma analise mais conclusiva de alguns componentes da Bianchi que acho que merecem a minha atenção passados mais alguns meses desde a minha ultima analise mais a fundo.
BIanchi Infinito – Quadro
Estectica: é um quadro que se encontra na linha e design das marcas italianas, é quadro que não deixa ninguém indiferente pois é muito bonito e consegue ser sóbrio e elegante com um desenho limpo graças à passagem interna dos cabos.
Conforto e rigidez: nestes dois campos, acho que estes dois parâmetros estão num nível muito superior e fazem esta bicicleta ser no meu entender uma das melhores. Mesmo sem ter outras grandes experiencias noutras marcas de bicicletas, por aquilo que já fui falando com outros utilizadores, e tendo opurtunidade de fazer uns testes drives a Bianchi tem neste quadro um exemplo daquilo que deve ser o conforto, de todas as voltas que dei e comparando com outras bicicletas que tive, este é o quadro que menos mossa faz no meu corpo. No campo rigidez, já aqui o tinha dito, não notei qualquer torção ou que o quadro tivesse um desempenho mais fraco por a força ser desperdiçada e não chegar ás rodas. O quadro na zona do pedaleiro mostra uma contrução bem cuidada e bem sólida e mesmo quando se pedala de pé, nota-se que essa zona não tem cedências.
Com o passar dos Kms, ainda não tive nenhum barulho parasita no quadro, mesmo quando as estradas são um pouco piores ou até quando se passa por troços em paralelo, aquilo que para mim foi novidade na transição para uma bicicleta em carbono é o absorver da rugosidade do alcatrão o que dá a sensação de estarmos sempre em boa estrada. Outro pormenor importante que também ainda não notei, embora não tenha escolhido nenhuma estrada péssima, foi os cabos a baterem no interior no interior do quadro, dado que este quadro Bianchi utiliza a passagem interna dos cabos.
Pintura: Até ao momento a pintura parece-me de grande qualidade e ao nível daquilo que outras marcas oferecem no mesmo segmento de mercado, após algumas limpezas e lavagens a pintura mantem-se como no primeiro dia em que chegou a casa.
Para resumir, este é um quadro da gama media alta da Bianchi, que por o que já li vai ser continuado em 2012 apenas com modificações de pintura, o que para mim indica que a Bianchi tem neste quadro um vencedor dentro da gama de onde se insere e uma aposta para quem procura conforto aliado a qualidade.
Bianchi Infinito – Avanço, guiador, espigão de selim e pedaleiro
Sobre o avanço, guiador e espigão de selim pouco ou nada tenho a dizer, pois são componentes que equipam as Pinarello e sendo a Pinarello uma marca de top não ia equipar as suas criações com componentes de qualidade duvidosa e com pesos exagerados. Para já estes componentes parecem-me de excelente qualidade e parece que foram feitos para condizer com a pintura da Bianchi, pois aqui acho que a marca Bianchi descura um pouco os detalhes e a personalização dos seus componentes para bicicletas onde outras cores que não o verde celeste predominam.
Pedaleiro - até ver estou a gostar bastante e acho que este componente tem uma excelente qualidade, embora eu sempre torci um pouco o nariz aos pedaleiros em carbono por causa de toda a tensão e força que este componente sofre. O pedalar mostra-se ágil e leve o que eu penso que deriva do sistema mega-exo e penso também que sendo um pedaleiro de topo da Most tinha estar a um nível bem superior de qualidade funcionalidade. A relação 50*34 para mim foi uma novidade e um pouco estranha ao principio, mas como pedalo muito em cadência e raramente uso a talega, dificilmente hoje voltaria a ter relações maiores para uma bicicleta de estrada para grandes quilometragens, no meu entender o 50*34 mostra-se perfeito para todo o tipo de terreno ou para quem tem uma condição física mais baixa.
Bianchi Infinito – Transmissão Shimano Ultegra
Foi a primeira vez que tive componentes Shimano, não colocando aqui a qualidade em causa, nunca fui adepto da Shimano devido à passagem dos cabos por fora, dando sempre a ideia de um estendal da roupa e as manetes terem um desenho massudo e serem pouco estéticas, nesse aspecto a Campagnolo esteve sempre à frente e agora a SRAM para mim leva a coroa no que ao design de manetes diz respeito.
Pois bem, com a passagem dos cabos por dentro e com uma estética bem mais apelativa, a Shimano deu-me o prazer de fazer a escolha para a Bianchi, sobre o grupo Ultegra a única coisa que se pode dizer ao longo deste tempo é que respira qualidade, funcionalidade, suavidade e silencio. Para quem vem dos grupos Campagnolo (eu vinha de um Record 10V na bicicleta que vendi para comprar a Infinito) a coisa logo assim que se estranha é ausência de barulho na passagem das mudanças e a suavidade do conjunto, não há aquelas pancadas secas tão características da Campagnolo, dando muitas vezes a sensação de duvida se a mudança entrou ou não. Até ver também não tive de dar nenhuma afinação ao grupo, tudo funciona na mesma desde o primeiro dia, embora me fique a sensação que os grupos Shimano quando são sujeitos a condições climatéricas mais adversas, tipo chuvas, tenham uma maior tendência para desafinações. Outro pormenor que estranho bastante na Shimano, é a manete que deveria ter a função única e exclusiva para travar tem outra função que é a de subir as mudanças no carreto ou na pedaleira, é funcional mas no mínimo não deixa de ser estranho quando se compara com a Sram e Campagnolo onde a manete para travar só tem mesmo essa função, penso que este factor será mesmo assim o ponto mais estranho e difícil de habituar pois muitas vezes ainda procuro na parte superior das manetes a patilha para descer mudanças…. Talvez para isto ajude a minha segunda bicicleta, (bike de inverno) estar equipada com Campagnolo.
Quase a acabar, digo que com base de experiencia nestes meses que passaram e que complementa aquela analise que foi colocada aqui há uns meses atrás, esta tem apenas a ideia de transmitir de forma o mais imparcial possível a qualidade de uma bicicleta, pois todos nós achamos que a nossa bicicleta é sempre a melhor quanto mais não seja por esse mesmo factor, é nossa e pronto
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No ultimo ponto antes de acabar não foco em demasia nem em muitos pormenores o conta Kms, selim, pedais e pneus, pois há imensos utilizadores com estes mesmos componentes nas suas bicicletas, logo a minha opinião mantem-se que estes componentes tem uma excelente qualidade e não precisam de uma analise exaustiva, dado que outros utilizadores já o fizeram. Existem componentes como o selim em que cada rabo tem ter um selim adequado e nem sempre o mais caro ou mais sofisticado provam serem os melhores.
Conta Kms, até agora nada a apontar sem falhas, embora a minha experiencia no passado com aparelhos deste genero sem fios nunca tenha sido a melhor devido a existir sempre alguma avaria ou alguma falha, por isso para já é um aparelho que recomendo a quem procura algo do genero com qualidade e com as funções basicas e sem grandes tecnologias complicadas para mexer.
Foco aqui só um ponto nas rodas Mavic Ksyrium SL, dado que já li por aqui e em outros pontos da internet que estas rodas têm torção e que tocam nos calços dos travões, até ver comigo esse efeito ainda foi visto, talvez por eu ser magro e pesar cerca de 71Kg e ter uma pedalada mais em cadência utilizando relações de mudanças leves em vez de mudanças mais pesadas, logo não colocando tanto esforço e tanta torção nas rodas.
Relembro também que não faço nem nunca fiz nenhum tipo de competição, as minhas voltas têm unicamente o objectivo diversão, contacto com a natureza e nunca o objectivo competição, é-me irrelevante que alguém passe por mim ou que eu passe por alguém, não sou cão de caça para ir atrás de quem passa por mim e muito menos sou ladrão para tentar fugir a quem me apanha a roda e bem á boleia, para mim não é importante o tempo ou a media que levei a chegar do Ponto A ao Ponto D, mas sim saber que saí do Ponto A e passei por B, C e terminei em D satisfeito por ter feito um percurso idealizado por mim e adequado ás minhas características físicas.
Para finalizar, também termino por aqui este ano de 2010 no que a pedaladas de maior distancia diz respeito, encostando também a Bianchi para o período de repouso de inverno, sendo agora alvo de afinações e ajustes que sejam necessários, sendo que para isso em breve vai fazer uma visita ao mecânico.
Bianchi Infinito – Upgrades
Pois bem, como nunca estamos bem com aquilo que temos, muitos podem pensar e então upgrades não há nada pensado. Muito sinceramente não, acho que a bicicleta está perfeita e não precisa de upgrades, embora uma palavra me esteja na cabeça já há alguns meses, SRAM FORCE …. SRAM FORCE e SRAM FORCE.
É o upgrade que mais me moi o pensamento para o fazer e é a coisa que eu tivesse um desejo para realizar mais gostaria de fazer, não sendo necessário mas sim um capricho, não tenho nada contra o Shimano Ultegra, mas o SRAM Force poe-me muitas vezes a pensar e a pensar e vai ser ainda um upgrade que vai ser debatido, falado e tentar negociar durante este período de inverno e caso eu me decida, coloca a Bianchi Infinito no meu patamar da perfeição total, dado a estética e beleza que a Sram coloca nos seus grupos.
P.S. – Agora vou-me dedicar a tratar da minha bicicleta de inverno, companheira de há 19 anos na estrada e ainda actualmente, a qual depois vou abrir um tópico na “secção de antiguidades” do fórum para assim também fazer companhia a mais algumas bikes de inverno de alguns utilizadores que andam aos finais do dia
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