Ora bem, antes de mais, e não querendo estragar o divertimento, pedia-vos que a coisa não descambe para conversas paralelas sobre loiça das Caldas, tamanhos, formas, cores e sabores...Façam-no por mensagem privada, troquem fotos e o que o valha, criem um tópico para o efeito, mas não me desgracem isto...
Voltando ao assunto que estava a ser discutido, agradeço os comentários de todos e vejo argumentos válidos em cada um deles
Até porque isto pode ser visto de diferentes perspectivas e nenhuma delas estará errada, pois baseia-se obviamente em opiniões pessoais. Esta acaba por ser uma troca de ideias que tanto pode ser feita no tópico desta bicicleta, como num qualquer outro tópico criado para o efeito, pois é um assunto transversal.
Morg, concordo com a analogia aos carros clássicos e já a tinha feito na minha cabeça. É daquelas coisas que gostamos de ver, mas só nas mãos dos outros
. Daí eu procurar desde início desmistificar um pouco isto de ter uma bicicleta de linhas e de inspiração clássicas (o que não quer dizer que seja clássica). Neste momento, encaro-a como encarava a minha bicicleta anterior, com um ou outro cuidado extra. Inicialmente ainda pensei manter duas bicicletas de estrada e guardar esta para os tais "dias especiais", mas achei que não faria sentido e não podia dar-me a esse luxo. Quanto à questão da evolução, percebo o que queres dizer, mas nesse aspecto não sei até que ponto tiramos vantagens da tal evolução. Lá está, em comparação com bicicletas tecnologicamente bem mais avançadas, e falo por experiência própria, nenhuma superou a esta ao nível do conforto, da performance, da segurança, da polivalência e de tantas outras coisas. Ok, superaram no peso, por algumas centenas de gramas, mas isso torna-se totalmente irrelevante numa análise comparativa. Se falarmos de bicicletas realmente clássicas, com shifters no quadro, pedaleiras triplas em aço e aros e restante transmissão de época, aí obviamente sentimos as limitações da evolução tecnológica (ou da falta dela). Agora em bicicletas como esta acaba por juntar-se o melhor de dois mundos, ou seja, geometrias clássicas com componentes modernos, pelo que ao nível do comportamento da bicicleta não se nota qualquer handicap tecnológico.
Pedro, também considero que há espaço para tudo e não é por ter optado pelo aço que desprezo o carbono, o alumínio, o titânio ou qualquer outro material. Reconheço vantagens e desvantagens em todos e o ideal mesmo seria ter uma de cada
Também tenho bicicletas em alumínio e não fecho a porta ao carbono, embora neste momento não esteja minimamente para aí virado...por nenhuma razão em especial...simplesmente porque a tal paixão leva-me para caminhos diferentes, que por vezes se sobrepõem à razão. Também concordo que o gosto pelas italianas baseia-se precisamente mais na paixão do que na razão. Mas, lá está, gosto de manter as coisas em aberto e puxar um pouco pela razão, talvez por isso também morem por cá uma alemã e uma francesa (isto já parece um harém...
). Uma vez mais, por nenhuma razão em especial...simplesmente porque sim.
grouk, compreendo perfeitamente o teu ponto de vista e é, sem dúvida, pertinente. Mostra, acima de tudo, que muito daquilo que nos move na escolha de uma bicicleta (para além dos €€€ ) é o uso que pretendemos fazer dela. Obviamente que para quem treina diariamente e de uma forma intensiva, esta, ou outra do género, não será a opção mais sensata. Quanto à questão de lhe faltar uma história, é normal que assim seja pois trata-se de um quadro construído em 2012, replicando o modelo da década de 80. Ou seja, no fundo encaro-a como uma bicicleta nova e moderna mas com geometria e inspiração clássica. Não pretendo fazer de conta que ando na bicicleta do Saronni e não pretendo assumir algo marcadamente clássico. É uma bicicleta recente, tal como uma Tarmac, uma Caad, uma Madone, etc... e é assim que deve ser encarada. Se tivesse em mãos um quadro de época, certamente tentaria ser-lhe o mais fiel possível. Mas não é esse o caminho que pretendo, mas obviamente dou imenso valor a quem o faça. E, claro, uma bicicleta com uma história gravada nas suas imperfeições e mazelas tem o seu encanto. No entanto, também não acho justo encarar este Master como uma mera réplica de glórias passadas pelo simples facto de que a casa mãe, as mãos e os cérebros na sua base continuam a ser as mesmas de há 20 ou 30 anos. Ou seja, não é propriamente uma empresa manhosa na China que pegou no modelo e desatou a produzir réplicas de qualidade duvidosa. As mãos são as mesmas de onde saíram os tais quadros com história, logo isso tem o seu valor.