Vamos andando e logo decidimos!!
Portela - ponto das decisões
Hoje foi o dia mais épico em cima da bicicleta na minha curta experiência nestas andanças.
Começando pelo início.
Saí de casa eram 9:45 em direção ao ponto de encontro com os dois companheiros de percurso para hoje. A grande questão é que não fazia a mínima ideia do que seria o percurso. O amigo Élvio era o responsável por essa ação. Quando me juntei a eles o percurso ainda não estava planeado mas seguimos em direção a Machico. Até Machico fomos sempre em conversa, ainda houve tempo para uma discussão acesa com um condutor que fez-me uma rasante mas lá chegamos a Machico. Aqui o percurso começou a ganhar forma. "Sobe para a Portela" disse o Élvio. Lá fomos nós subida acima.
Já aqui relatei esta subida pela ER108, declive elevado no início mas depois suaviza totalizando 9.2km a 6%.
Consegui meter um excelente ritmo nesta subida e fui sempre na frente do pico-pelotão e à chegada à Portela houve espaço para um sprint para ser o 1º a chegar. Surpreendi o Elvio com um ataque a 200 metros da meta.
Terminada a 1ªgrande subida do dia mantinha-se a incógnita do que seria o resto do percurso. Na Portela só temos duas alternativas - ou descemos para o Porto da Cruz ou vamos para o Santo da Serra (ER102). É aqui que o Élvio surpreende-me e propõe-me o que deveria ser o resto do percurso. "Descemos para o Porto da Cruz e subimos em São Roque do Faial até o Poiso"...a minha reação foi de ficar com a boca aberta. Pensei cá para mim...não saí de casa para isto mas vamos lá. Apartir daquele ponto até o Poiso todo o percurso era desconhecido para mim. Foi pena que o 3º elemento da equipa desistiu e voltou para casa.
Seguimos a ER108, sempre a descer até o Porto da Cruz e depois em subida até São Roque do Faial. Desde a Portela até o Poiso foi sempre a lamentar não ter trazido a minha máquina fotográfica, tal foi a beleza da envolvente!!
Penha de Águia
Montanhas que separaram o Sul do Norte - estas já tinham sido superadas
Seria em São Roque do Faial que começaria a parte épica desta jornada. Sabia que era uma subida muito dura, com partes muito inclinadas mas por desconhecimento do percurso não a analisei como deve ser(agora sei que são 13.5km's com declive médio perto dos 10%). Lá ouvi os concelhos do Élvio (que já subiu + que 1 vez) e lá fomos os dois num ritmo doseado. Dividimos a subida imediatamente em dois, tendo como ponto de referência o Ribeiro Frio. Esta 1ª parte da subida (8.5km) embora tivesse zonas inclinadas tinha também partes em que o declive reduzia o que permitia manter a cadência e descansar.
À chegada ao Ribeiro Frio deparei-me com uma paisagem envolvente fantástica (infelizmente não há fotos) e terminamos a 1ª parte do percurso sabendo que a parte pior ainda estava para vir.
Ainda pensamos em parar mas ficou decidido que era para fazer tudo de uma vez e lá fomos. Logo que saímos do Ribeiro Frio a estrada começa a ficar com inclinações ridículas e não havia maneira de baixar. Eu sou um ciclista que embora adore subir não gosto de subidas longas e inclinadas. Deste ponto em diante sabia que ia sofrer muito e assim foi. A roda do Élvio fugiu e só o ia vendo a grande distância (está muito mais apto para estas subidas que eu). Para piorar o alcatrão está em muito mau estado o que acabou por cortar o pouco ritmo que levava. Depois de muito sofrer e de praguejar lá cheguei à placa que indicava que estava a chegar ao Poiso. Quando lá cheguei fiquei a saber que tinha chegado 5 minutos depois do Élvio.
Foto da chegada ao Poiso
Agora é a descer!!!
Após pausa para restabelecer algumas forças lá começamos a descer em direção à Camacha pela ER203. Estrada em muito mau estado e que doeu muito para descer. Chegou a um ponto que já não sabia como me sentar e como agarrar no guiador tal era o desconforto. Chegado à Camacha apanhei a ER102 até às Águas Mansas e descer a ER206 até casa, 5h depois.
Para além da subida mais extensa fiz também o percurso mais extenso de sempre. Atingi os 69,5km com um acumulado a rondar os 3000 metros.
A única tristeza que fico foi não ter levado a máquina fotográfica para mostrar-vos toda a beleza que vi. As poucas fotos que tirei foram com o telemóvel quando parávamos. Uma coisa é certa, do Ribeiro Frio para cima era impossível parar para tirar fotos - não ia conseguir encaixar os pedais e arrancar naqueles declives.
Fica a promessa que as fotos que aqui faltam virão num futuro próximo.
Se interessar a alguém aqui fica o
percurso
Boas pedaladas
BS