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BMC SLT01 Team Machine - Queijo, vacas, relógios, montanhas e a rebeldia helvética!

fmm

Member
Re: Handbuilt

Ok, já percebi que essa informação colocada pelo Alnm era relacionada com a 1ª foto.
AS desculpas pela "baralhação".

Abraço

Filipe
 

joaoosilva

New Member
Re: Handbuilt

Boas Duchene

A bike esta mesmo a pedir umas EASTON...:) em relação aos M5, ( não leves a mal nem me pediste a opinião) mas não gosto muito, só tive a oportunidade de ver em fotos mas têm um design demasiado "bruto" para o meu gosto, aquela forma redonda não " me gusta " :)
Não sei se conheçes estes, mas quando falaste em minimalista e já que não eram os TRP nem Zero G ainda pensei nestes: http://www.eecycleworks.com/eebrake.html
Também têm um look bem cru e industrial e segundo eles um poder de travagem excelente.
Abraço
 

duchene

Well-Known Member
Re: Handbuilt

Os cubos easton não são certificados para levar porrada de um tipo de 90 quilos em estradas secundárias... São bonitos, mas fica-se por aí. :D
Aliás, à primeira vista as rodas novas até são bastante banais, mas como disse o artesão que as montou: "I know, radial/3x looks much better but, in first place, my wheels are for riding". Esta frase resume toda a filosofia que suportou a montagem.

Quanto aos travões, naturalmente é uma questão de gosto pessoal. Como disse os EE também foram considerados, mas face ao gigantesco número de pivots e ao ar algo "retro classic" ficaram de fora da equação. No entanto não deixam de ser uns excelentes travões, que seguramente fariam qualquer um feliz. No meu caso, os M5 e o tal lado bruto e industrial fizeram-me mais feliz um pouco e, por isso, foram os escolhidos.

Por ora estamos na complicada fase do cable routing... como sou um pouco paranoico com as simetrias, curvas, contacto entre espirais, logotipos das espirais, e afins, perco horas nesta etapa aparentemente simples, mas que de linear não tem nada. Até porque, depois de cortar, não há volta a dar!

accable.jpg


Falta terminar, fitar, afinar travões e mudanças e fazer o teste de estrada. Vamos ver se ao fim de um mês e pouco ainda sei andar de bicicleta de estrada!
 

joaoosilva

New Member
Re: Handbuilt

Desculpa n reparei q tinhas falado na possibilidade dos EE, em relação as EASTON foi meio na brincadeira numa de a tornar cada vez mais à semalhança das da equipa BMC :)

Abraço e bom trabalho ai pela oficina! :)
 

duchene

Well-Known Member
Re: Handbuilt

Obrigado a todos pelas simpáticas palavras. De facto penso que acabou por ser mais interessante verem as rodas e os novos upgrades ao vivo. No entanto não foi só do lado da BMC que se viram coisas engraçadas...

acking.jpg


[Ficha técnica:]
Aros: No Tubes Alpha 340 Tubeless / Clincher (24F/28T)
Raios roda frente: Sapim Superspokes
Raios roda trás: Sapim Race lado cassete, Sapim Superspokes lado oposto cassete
Cubos: Chris King R45 em preto
Cabeças de raios Sapim Polyax Alu em preto
Enraiamento: 2x frente, 2x trás

Peso final: 1289g

Com as recentes alterações, a BMC desceu para os 7184g de onde já não deverá baixar muito mais. Os próximos upgrades deverão anular-se em termos de peso ganho, peso perdido pelo que o resultado final não andará longe destes valores, que considero excelentes dado a robustez geral do conjunto.

Os próximos milhares de quilómetros permitirão aferir se estou certo ou não...
 
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joao49

Member
Re: Handbuilt

duchene desculpa o abuso mas mete ai fotos desse canhao de corpo inteiro :) ainda nao mostraste o "pacote todo" e estou com muita curiosidade de ver serio..pena nao ter ido ao encontro :(...
abraço
 

duchene

Well-Known Member
Prestando provas

Na primeira página do tópico já está colocada uma foto actual. Numa próxima volta faço fotos mais detalhadas...

Quanto aos upgrades mais recentes:

Travões M5

acbrams.jpg


Os travões M5 são, de facto, qualquer coisa de especial. Multiplicação de força aparte, a sensação que transmitem é que estamos a apertar o aro directamente com uma garra hidráulica e não com com um sistema diferido de cabo e manete. O travão da frente tem uma flexão praticamente nula e o travão de trás apresenta uma flexão semelhante à que experimentei num travão da frente convencional shimano, equipado com cabos nokon. Ou seja, muito reduzida. Para isto contribui naturalmente a espiral que é um verdadeiro tanque e que, por isso, exigiu horas de preparação antes dos cortes finais!

A travagem é sólida, e muito muito positiva com as mãos no topo das manetes que é como ano 98% das vezes. Como sou pesado (90Kg) a progressividade e modelação são dadas pelo meu próprio peso. Com as mãos nos drops é muito fácil colocar a roda de trás a derrapar e levantar a bicicleta com o bloqueio da roda da frente. No entanto, ciclistas mais leves tendem a não gostar do comportamento tão directo destes travões precisamente porque se transformam num poderoso interruptor on/off quando confrontados com menos massa para abrandar.

Comportamento à parte, esteticamente resultam perfeitos neste projecto e são ainda mais bonitos ao vivo do que nas fotos.


ZTR, King e Superspokes

acpavement.jpg


Esta fotografia resume de forma exemplar o porquê da escolha das rodas ter demorado mais de 6 meses...

Adquiri este fantástico vício de traçar as rotas que faço longe das estradas principais, com incursões nos mais inusitados troços de estrada isolada que, não raras vezes, se apresentam neste estado. Fendas no alcatrão, buracos e até ramos e paus.

Juntemos a este cocktail um ciclista pesado e temos condições muito particulares que exigiram um par de rodas também ele especial, principalmente porque teriam em consideração o factor peso. Poderá parecer um contra-senso procurar umas rodas leves para condições agrestes uma vez que umas rodas 32/32 com enraiamento 3x seriam perfeitamente à prova de bala. Pois, mas se posso arrastar menos 800g montanha acima, porque não? Aliás, era esse um dos pressupostos iniciais: Construir um clincher pensado para subir uma vez que, apesar de o fazer em câmara lenta, o que mais gozo me dá nas minhas voltas é enfrentar subida após subida, em busca das óbvias recompensas cénicas que se escondem no final de cada grande ascensão.

O cuidado que foi posto na montagem é evidente desde logo na roda da frente. Poderia ter optado pelo convencional enraiamento radial que tão em voga está agora. No entanto este apresenta 2 características que, para mim, eram problemas: Coloca um stress desnecessário nas flanges do cubo uma vez que o impacto é transmitido de forma directa e perpendicular desde o aro, via raio, até ao cubo e, consequência desta primeira, são rodas menos confortáveis sujeitando portanto todo o conjunto a esforços muito maiores quando submetidas a repetidos impactos, como é o caso das estradas negligenciadas por onde ando.

Assim, com um enraiamento 2x os raios ficam a exercer força tangencial no cubo, o que distribui as forças de uma forma menos agressiva.

Os raios escolhidos foram os novíssimos SuperSpoke da Sapim. Destinados a ocupar o topo da gama Sapim são basicamente os CX-Ray com uma secção mais fina, antes de sofrerem o processo que os tornaria num raio em lâmina. São por isso raios altamente resistentes à fadiga, extremamente leves e que comportam uma característica que neste caso é muito apreciada: São raios "maleáveis". Ou seja, ao contrário dos Laser ou dos Race que são raios mais rígidos (também pela sua maior secção) os CX-Ray e agora os SuperSpokes, são raios que têm um pouco mais de flexão nas mesmas condições de tensão.

Ora a minha opção foi no sentido de obter a roda mais confortável possível mas que fosse isenta de torção negativa. Entenda-se, nada de tocar nas pastilhas de travão quando forem sujeitas a torção quer do pedalar quer do curvar.

E na estrada comprovei ontem, com uma selecção de troços extremamente degradados (quem conhece a N224 entre Arouca e Castelo de Paiva sabe do que falo), que estas rodas são algo enigmático. Fiquei com a mesma sensação que tive quando montei as rodas equipadas com CX-Ray na bicicleta de BTT: agora tenho suspensão nas rodas!

De facto, a bicicleta tornou-se notoriamente mais confortável! As pequenas irregularidades são filtradas de uma forma impressionante e mesmo nos grandes impactos existe uma segurança a manter o controlo que supera o que já tinha experimentado anteriormente. Isto reflecte-se também na reduzida agressividade que agora é transmitida ao guiador com o consequente aumento do meu conforto ao longo dos quilómetros.

O reverso da medalha seria, poderá assumir-se, uma roda demasidado flexível. Mas tal não acontece. Nos troços de descida que ontem apanhei a seco, especialmente a descida da Freita, notei a mesma resposta positiva que tinha com as Shimano. A frente não ficou hesitante e mantém as trajectórias sólidas a curvar.

acwheel.jpg


A mesma filosofia foi aplicada atrás, e aqui é que residia o verdadeiro teste de fogo. A roda de trás sofre duas forças adicionais relativamente à roda da frente: A torção assimétrica causada pela pedalada e a pressão adicional colocada pelo constante peso do ciclista.

Aqui a questão da torção foi resolvida com a colocação de raios Sapim Race do lado da cassete, no sentido de tornar a roda mais sólida. De igual forma o lado da cassete, devido ao ângulo dos raios ser menor, exige tensões maiores o que reforça ainda mais a necessidade de colocar um raio mais robusto. Do lado oposto voltaram os Superspoke e, pelos mesmos motivos da roda da frente o enraiamento foi a dois cruzamentos quer do lado da cassete quer do lado oposto.

O resultado correspondeu exactamente ás expectativas. Ontem encontrei por mais que uma vez a situação que normalmente fazia as Mavic tocar nas pastilhas de travão: Uma pequena rampa feita com duas mudanças mais pesadas do que o normal. Normalmente isto seria suficiente para, nas pedaladas mais sólidas, fazer a roda torcer demasiado. Com as ZTR isso não aconteceu e portanto nesse departamento cumprem com distinção os requisitos.

Ou seja, o resultado final não foi um par de rodas incrivelmente rígido até porque isso seria prejudicial à luz do que referi no início deste bloco de texto. O objectivo era fazer umas rodas suficientemente rígidas para não causarem incómodo mas, a partir daí, procurar tanto quanto possível o conforto.

Resta aferir a qualidade da montagem. 500Km volvidos, sendo que mais de 150 foram realizados em condições bastante adversas em termos de pavimento (cumulativamente foi das voltas em que apanhei piso em pior estado), as rodas estão exactamente como no dia em que saíram da caixa, em termos de desvio ou empeno.

O pré-tensionamento, esforçamento e re-tensionamento foram correctamente realizados na fase de montagem, conforme o esperado, e por isso não existirá certamente necessidade de as afinar nos próximos tempos. Afinal de contas é precisamente neste detalhe que se distingue uma boa montagem artesanal de uma montagem realizada por máquinas como no caso das rodas de série.

Uma última palavra para os cubos. Foi talvez o componente que demorou mais tempo a escolher, e a luta foi acérrima até ao final. O coração estava completamente rendido aos Phil Wood, mas a razão (de serem demasiado pesados) acabou por ditar a escolha dos Chris King como cubo à prova de bala a utilizar nesta montagem.

Com 0Km de rodagem era notório o arrasto já que em roda livre a cassete tinha tendência a rodar também. Mas logo na primeira saída para a estrada os vedantes dos rolamentos encontraram a sua posição definitiva e agora os cubos estão perfeitamente soltos. O novo anel de engate em titânio significou uma redução substancial do tradicional barulho "vespas enfurecidas" presente no anterior modelo de estrada, característica que me agradava de sobremaneira, mas não se pode ter tudo.

Daqui a alguns anos farei a respectiva análise da longevidade. Afinal de contas foi por isso que os Chris King ganharam um lugar nesta montagem!

Agora entramos em velocidade de cruzeiro nos upgrades à BMC. No horizonte estão para já apenas os pratos da Rotor, assim que seja possível encomendar o modelo de 2011, um parafuso aqui e ali e pouco mais.

98% do projecto está concluído e reflecte na perfeição aquilo que imaginei quando a odisseia começou.

Resta aproveitar cada oportunidade de 2011 para continuar a surpreender os habitantes de algumas terriolas perdidas nas serras com a visão de um maluco solitário em cima de uma bicicleta esquisita. :cool:
 
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nogueira.nuno

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Re: Prestando provas

Parabens pelo projecto, sem duvida bem pensado ou imaginado como falas :)

Nao basta apenas comprar, isso qualquer um faz, agora saber o que comprar como aqui fizeste e que e de merito.
 

super.byke

New Member
Re: Prestando provas

Duchene, pude comprovar no encontro que tens uma bike espectacular. Parabéns pelo projecto.
Obrigado por partilhares os teus conhecimentos/investigações, pois é da partilha que se consegue o aumento do conhecimento geral.
até um dia destes por estas estadas do Norte :D
 

zanzas

New Member
Re: Prestando provas

ta 1 bom projecto sim . . . por acaso tb ando a montar a minha, depois faço 1 post . . . agora, se me permites, gostava de te fazer 3 perguntas, pois desconheço esses travoes

1-quanto pesam ?
2-quanto valem ?
3-onde se arranja ?

abraço
 

duchene

Well-Known Member
Re: Prestando provas

@nuno e super.bike
Obrigado mais uma vez pelas calorosas palavras. De facto tento colocar uma pitada de razão em toda a emoção das compras e até agora tem resultado. Além do mais, como já referi várias vezes tive uma espécie de epifania quando comprei o quadro e por isso já sei quase sempre o que se vai seguir, o que me deixa algum tempo para reflectir nas compras.

@zanzas
Podes encontrar o peso na lista detalhada na primeira página deste tópico e as restantes informações que procuras no site do fabricante: M5 Ligfietsen
 

fogueteiro

Active Member
Re: Prestando provas

André,

fiquei com muita pena de andar demasiado ocupado no encontro com as condicionantes inerentes à "organização" e preocupado com os mais atrasados, que nem pude apreciar a tua máquina mais em pormenor como queria. Embora eu tenha uma filosofia diferente sou um apaixonado e apreciador do material velocipédico, e tenho muita pena de não ter apreciado mais os pormenores, mas pelo "canto do olho" deu para ver que tens aí uma máquina de sonho. Aproveita-a ao máximo se possível pelos caminhos de interior, por são neles que verás as vantagens do teu investimento. Só o quadro... é uma obra de arte.
 

tranquilo

Active Member
Re: Prestando provas

Montagem sensacional mesmo! Esteticamente só não gosto muito dos travões, fora isso, está mesmo fantástica! Na minha opinião aí ficava a matar, de longe, uns Negative G personalizados. Mas quem sou eu para te estar a mandar bitaites, tu é que sabes do que gostas não é? ;D
Desculpa o offtopic mas andava a pensar montar umas rodas (para daqui a uns meses talvez) e a minha escolha de aros são precisamente esses Stan's por serem mesmo muito leves. Queria saber a tua opinião sobre os mesmos e as principais diferenças que notaste em relação às rodas Shimano se for possível, pois são um bocado caros quando comparados com a concorrência (se bem que a concorrência nem se aproxima desses pesos).

Um forte abraço e boas voltas.
 

duchene

Well-Known Member
Re: Prestando provas

Os NG, apesar de serem uns travões de topo, foram descartados ao mesmo tempo que os ZG por não me encherem as medidas esteticamente. É de facto complicado superar o minimalismo funcional dos holandeses. E como a cabeça sempre esteve nos M5...

Quanto aos aros, se achas os ZTR caros, sempre tens a possibilidade dos Kinlin XR200. Descartei-os essencialmente pelo facto de não serem preparados para tubeless, uma vez que acredito que nos próximos tempos venham a existir interessantes evoluções neste campo, tal como aconteceu no BTT.

Das dezenas de aros que analisei, os ZTR provaram ser de facto a melhor escolha entre peso/características e fiabilidade (esta última extrapolada dos aros de BTT). O único contra que lhes encontro é a fraca disponibilidade de furações reduzidas para malta mais leve, embora para mim o 24/28 tenha sido perfeito já que a King só faz cubos de estrada até ao mínimo de 20 furos.

As principais diferenças notadas para as Shimano prendem-se mais com os raios (a questão da souplesse que referi na análise) do que com o aro em si. Noto que as rodas são ágeis e aceleram com extrema facilidade, no entanto não consigo quantificar a melhoria uma vez que o aro das Shimano já era sub-400g e portanto muito próximo do peso deste. Em termos de flexibilidade, não é notória (embora naturalmente deva existir, dado ser um aro de perfil baixo) e por isso está dentro da minha tolerância.
 

Burning Dogma

New Member
Re: Prestando provas

Duchene, um pouco de OT, que lente usaste para a primeira foto, a do travão? Pergunto isto porque se nota um pouco de aberração cromática no tubo do quadro, por exemplo.
 
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