De uma singela rotunda até a um quase invisível marco hectométrico, plantado a 738.5Km de distância…
Os pólos da terceira terceira estrada mais extensa do mundo foram estes dias ligados por um trio de aventureiros, curiosos para saber que segredos se escondiam ao longo da famosa Estrada Nacional 2.
Foi então, em modo Randonneur, que eu o Valter e o Luís atravessamos o nosso pais de Norte a Sul, de Chaves até Faro seguindo a estrada maior.
57 horas a pedalar numa jornada contínua que apenas teve a benesse de cinco esquivas horas de sono. O tempo para a travessia era curto e a estrada longa… mas a nossa doideira foi maior!
Pedalamos de forma continuada a todas as horas do dia ou da noite: fosse às três da tarde em Bigorne ou Almodôvar, fosse às três da manhã em Góis ou Montemor-o-Novo. Um verdadeiro desafio à nossa resistência e resiliência...
Das paisagens do montanhosas do Alvão e Douro às idílicas curvas da Serra do Caldeirão, passando pela inevitável visita ao centro geodésico de Portugal, esta foi uma aventura plena de peripécias, provações e desafios.
Fomos pois, munidos da curiosidade e da vontade de fazer as coisas de uma maneira diferente e ousada. Juntos começamos, quase sempre juntos pedalamos e claro, juntos e radiantes terminamos.
Desta loucura fica a inquantificável experiência acumulada, as memórias que perdurarão no tempo e o sublinhar do imenso respeito que a N2 merece. Esta é, de facto, uma estrada única e que, por isso, proporciona uma experiência igualmente única na sua continuada metamorfose.
E quem possa julgar que percorrê-la numa só jornada é algo de simples e linear, talvez saia surpreendido ao tentar...
De nossa parte, está feito! Sem grandes salamaleques nem projectos muito elaborados: Uma ideia, um convite e a vontade de fazer acontecer. A aventura é assim mesmo! Simples e impulsiva.
Para já impõe-se o sempre difícil regresso aos horários civilizados do quotidiano. Mas, lentamente, vai-se instalando de novo a normalidade nas nossas vidas.
Eu pessoalmente não tenho nada de especial planeado para os próximos tempos, mas na gaveta há sempre um rabisco pronto a saltar para o GPS.
Logo veremos o que dita a marcha dos dias…
Até lá!