A nova interface já se encontra disponível para teste há alguns dias e agora está também disponível para o público. A princípio parece confusa mas rapidamente se percebe que as funções anteriores transitam para esta nova versão, embora num arranjo diferente. Há mais controlo sobre a interface mas as colunas esquerda e direita são fixas o que torna um monitor grande numa mais valia significativa.
A altimetria engasga-se um pouco no redesenho e é necessário colocar a suavização em níveis altos, para eliminar o efeito "strava no telemóvel" que tende a exagerar de forma ridícula a elevação real das voltas. No entanto é com enorme prazer que assisto ao regresso do algoritmo mais fiável que existe no que diz respeito ao cálculo da elevação real de um percurso planeado no computador.
Existem mais coisas boas, como o facto de agora ser efectivamente possível corrigir o traçado das voltas numa determinada secção, sem ser necessário começar tudo de novo, uma vez que anteriormente uma alteração dupla significava imediatamente uma linha recta no mapa e a inutilização do percurso criado.
A forma de editar os pontos de cue sheet está também muito interessante, sobretudo porque nos mostra em detalhe o contexto rodoviário que rodeia esse ponto em particular, ajudando a incluir informação pertinente no aviso a apresentar.
Mas, por outro lado, os novos mapas de rotas cicláveis não estão bem adaptados à realidade da bicicleta de estrada e tentam formar o percurso com recurso a qualquer "quelho" que esteja marcado como transitável. Isto acontece porque os mapas disponíveis são demasiado detalhados o que, nem sempre é uma coisa boa. Como esta opção de usar qualquer estrada é perigosa para os mais distraídos e frustrante para quem quer mapear em blocos de vários quilómetros entre pontos a melhor opção é mudar a forma de roteamento para o modo automóvel, que se fixa melhor em estradas mais importantes na zona que queremos mapear.
Infelizmente desapareceu também a vista de satélite, consequência do abandono dos mapas Google. É uma baixa de peso, mas como já estou habituado a planear em paralelo com a vista fotográfica do Bing, acaba por não passar de um pequeno incómodo alternar entre janelas.
Ponto negativo também é o facto de o BRT agora não funcionar em Safari, sendo necessário recorrer por exemplo ao Chrome, em sistemas Macintosh.
Em suma e no global, foi uma evolução positiva. Não é o mapeador mais exuberante que existe mas, para mim, a sua relativa simplicidade, eficácia e, sobretudo, precisão que fazem dele o melhor.
Vamos agora ver se, em breve, poderá existir uma versão do BRT na língua de camões...