Reconhecimento PCT: Douro Granfondo / Percurso MEDIOFONDO
Introdução e alertas iniciais
Se bem se recordam, no ano passado colocámos à disposição de todos os interessados e, em especial, daqueles que pretendiam participar no Gerês Granfondo e que não tivessem possibilidade de fazer um reconhecimento desta prova, um humilde contributo que lhes permitisse conhecer melhor o percurso que iriam ter pela frente. Pelo que muitos de vós nos foram transmitindo, a informação foi útil, por isso, desta feita, disponibilizamos a descrição do percurso do Douro – Mediofondo, a que se seguirá, logo que possível, a versão longa desta prova, o Granfondo.
Repetimos o nosso alerta: “o resultado final da experiência depende do “material” utilizado, e importa referir que, infelizmente, a nossa vida profissional não passa pelo ciclismo, pelo que as referências de índole mais qualitativa, como “difícil”, “longo” e por aí fora, têm que ser colocadas no contexto do ciclista de fim-de-semana”.
Uma consideração inicial, em especial para quem não conhece o Douro, ou mesmo que conheça o Douro, nunca tenha tido oportunidade de pedalar nestas estradas. Meus amigos: preparem-se, porque esta prova vai ser de cortar a respiração, de perder o fôlego e de cair para o lado. Pela vertente desportiva? Isso dependerá de cada um, mas pelas paisagens, pela beleza deslumbrante deste cenário único no mundo, será certamente. Somos suspeitos por afirmar isto? Somos, sim senhor. Mas venham cá e depois digam lá se temos ou não razão.
Ora vamos lá ao que interessa, o percurso do Mediofondo do Douro.
Partir do Porto
Esta nossa aventura PORTO Cycling Team começou bem cedo, no Porto, como não poderia deixar de ser. Para os mais distraídos, uma pergunta: já tentaram arranjar alojamento na Régua, para o dia da prova? Não está fácil... Se conseguirem, tudo bem. Se não, tratem de fazer contas ao tempo que demorarão a chegar, estacionar o carro… Dá? Claro que sim. É confortável? Claro que não.
Como dizíamos, o dia começou bem cedo. Cedo demais, de acordo com alguns, que entre bocejos e grunhidos matinais, lá foram colocando as bicicletas nos veículos que nos levaram até ao nosso ponto de partida, no centro da Régua, junto ao Douro, onde alguns companheiros nos esperavam. Partimos quase às 7 da manhã e, com uma breve paragem para tomar café, a habitual logística de tirar as bicicletas, calçar, vestir, etc., iniciámos o percurso às 9h10m. A partida, no dia da prova, está prevista para as 9h, pelo que entendemos que, para quem vai no próprio dia e parte da zona do Porto, é imprescindível sair antes das 6h30. Parece-nos que há para aí uns quantos que vão fazer uma pausa na leitura e vão pesquisar qualquer coisa no booking.com…
A incontornável foto da Partida. Sim, a segunda bicicleta a contar da direita é de BTT. O material pode não parecer o mais adequado para este percurso, mas aquele motor aguenta tudo...
Km 0 ao Km 25: O Plano Maravilhoso
Uma pequena amostra do que irão encontrar
Disse Miguel Torga: “Entre! A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso". E é justamente a sensação de pedalar no Reino Maravilhoso o que domina todo o trajeto entre a Régua e o Pinhão. São 25 quilómetros, sempre acompanhados pelo rio Douro, praticamente planos, em que, no dia da prova, a única dificuldade será acompanhar o ritmo dos mais afoitos.
A ponte sobre o Douro marca o fim deste plano. O pavé do Pinhão é desconfortável, mas o trajeto é curto. Uns quantos metros após a estação dos comboios, começa a primeira subida do dia: Pinhão – Favaios.
“Panorama do Pinhão” e uma nota mental: É preciso voltar cá, com mais calma…
Km 25 ao Km 40: Pinhão-Favaios - a primeira subida do dia
A subida do Pinhão até Favaios, cerca de 13 kms, tem uma pendente média de 4% e, para além da dificuldade imposta pelo ritmo escolhido por cada um, do ponto de vista do desafio desportivo, não há propriamente muito a dizer. Já quanto a tudo o resto, desde a paisagem, a sensação única de serpentear entre as vinhas do Douro, as vistas… Imaginar uma estrada daquelas repleta de ciclistas é de arrepiar. Os senhores da organização que ponham lá o drone a filmar, se faz favor. Vai-se fazer história!
Na entrada de Favaios, a rotunda com a homenagem ao Moscatel da zona, marca quase, quase, o fim da subida. São só mais uns metros num pavé que não é particularmente desconfortável e, no centro da localidade, o corte à esquerda é o início da primeira descida do dia.
Km 41 a km 50: A 1ª Descida do Dia - Favaios / Rio Pinhão
Não há nada de muito relevante a assinalar nesta parte do percurso, exceto as habituais recomendações de cautela na descida que, como é habitual nestas paragens, tem algumas curvas bem fechadas. Porém, ao chegar à localidade de Cheires, CUIDADO! piso em pavé, inclinações na casa dos 10% e curvas fechadas… A organização deste evento tem provas mais do que dadas nestas coisas e, seguramente, no “dia D” não faltarão avisos, bandeiras, alertas, etc. Mas fica aqui mais um. Cheires é uma localidade que fica após Sanfins do Douro, algures lá pelo km 44.
Km 50 a km 54: A 2ª Subida do Dia - Onde a Porca torce o Rabo?
A ponte sobre o Rio Pinhão marca o início de nova subida. 4 kms a 8%. Curta e grossa, portanto. As inclinações são respeitáveis, mas a distância é relativamente limitada, pelo que este obstáculo rapidamente ficará para trás.
O início da Subida
Perto do fim, onde a Porca vai torcer o rabo, ai vai…
Km 55 a km 70: Nova descida: Sabrosa / Pinhão
Nova descida até ao Pinhão, desta feita composta por cerca de 15 kms. Novamente, nada a assinalar, para além de repetir os avisos de cautela. O piso é bom, mas as curvas são apertadas, por isso, juizinho, menos velocidade significa mais segurança e melhores oportunidades para apreciar a paisagem.
Km 71 a km 88: Pinhão – Ribeira de Temilobos
Nova passagem pelo Pinhão, e regresso à N222, a caminho da Régua, ou seja, o regresso ao trajeto plano inicial, feito em sentido contrário. Até ao cruzamento com a ribeira de Termilobos, a pouco mais de 8 kms da Régua. O nome, Temilobos, diz tudo: É precisamente aqui que os Lobos, e respetivos amigos, se tivessem juizinho, continuariam sossegados até chegar ao ponto de partida. Mas não. Temer Lobos? Nã, esses tipos não pedalam nada… Como diz um dos nossos atletas de elite, do PORTO Cycling Team, “se fosse fácil, chamava-se futebol…” e, por isso, toca a virar em direção a Vacalhar.. digo, Vacalar…
Km 88 a km 94: Ribeira de Temilobos - Armamar
Não se deixem enganar pelo ar confiante do ciclista e pelo bom aspeto do equipamento. Esta subida vai doer…
É “só” a última subida do dia: 7 kms a 7,1%. Enfim, tal como se costuma dizer, “no pain, no gain” e “gain”, não sei, mas “pain”, não faltará. A subida termina bem no centro de Armamar. A partir daí, é só descer até à Régua.
Km 95 a km 110 – A descida final de um trajeto d’ouro
E já está. A descida final não deve trazer grandes dificuldades, já que essencialmente estamos numa estrada larga e com bom piso. E, no fim, a reentrada gloriosa na Régua. A sensação é que estamos perante aquele que pode ser um evento mítico. Mas deixaremos as avaliações para o reconhecimento do percurso do Granfondo. Até lá, uma última recomendação, por parte de quem não tem qualquer relação com a organização da prova, para além do respeito devido a quem trabalha com profissionalismo e dedicação: Ainda há alguns lugares vagos, por isso, quem está na dúvida, não hesite...