Volta e meia volta-se a este assunto.
Temos que ter a noção bem clara de que este método (estimar w pelo tempo de subida, desnível e extensão) tem limitações. É uma estimativa, não é uma medição como quando é usado um powermeter.
Num powermeter se sabemos que por exemplo a margem de erro são +/- 2% e temos um valor de 400w para uma subida, podemos afirmar com muita certeza que o esforço realizado está entre os 392w e os 408w. Reparem que usando aparelhos caros e avançados e medindo diretamente temos ainda um espectro de valores.
Quando fazemos a estimativa pelo tempo, extensão e desnível, há vários factores a considerar:
- A subida é constante ou não?
- A subida foi feita no início, meio ou fim da etapa?
- A subida foi feita à fundo? (porque muitos dos valores das tabelas foram de passagens nos topos mas a meio da etapa por exemplo)
- Quanto da extensão da subida foi feita a solo?
- O piso numa tentativa anterior tinha um tapete igual, melhor, pior?
- Tinhas comboio a puxar parte da subida? (de preferência da tua equipa)
- Vento? (direcção/intensidade)
- A subida está na primeira semana ou na 3ª? (fadiga acumulada)
- Houve um TT no dia anterior?
E outros factores que talvez tenha esquecido.
Como podemos ver os valores serão interessantes, mas devemos ter sentido crítico ao usa-los.
E tentar usar subidas em que haja muitas passagens, para haver um homogenização e tentar limitar as variâncias que descrevi anteriormente.
E nas que temos muitas passagens, um padrão é claro; o pelotão actual anda aditivado, mas comparados com os colegas do período pre-2008/2009 são uns meninos de coro. A qualidade do doping (no sentido de ser eficaz no rendimento) dos anos 90 e inícios da década de 2000 é uma coisa brutal. Também pudera. Combinações de hgh, esteróides, drogas tipo clembuterol (para secar e manter massa muscular), corticóides, EPO e transfusões, todas em simultâneo só poderia dar ETs mesmo.
Outra situação. Tenho visto nas estimativas tiradas do site "subiendo como una moto" serem usadas casa centesimais (nos valores de w/kg). Vendo as limitações do método que citei anteriormente, como podem ver não faz sentido nenhum.