Não sei que a crítica do enfoque exclusivamente no nome era para mim, mas se reparares já no meu primeiro post neste tópico, há 3 meses, eu referi que o nome era uma das lacunas,
em simultâneo com a falta de força da imagem gráfica da marca.
É o conjunto que falha no seu todo, e pessoalmente falham as 2 partes (nome e imagem) a título individual.
O Valdemiro é outro exemplo de como o trabalho só foi feito pela metade. Vende, é verdade. Tem produto de qualidade, é verdade (excepção feita a algumas queixas ultimamente com as pinturas), mas falta-lhe um pequenino passo para se tornar numa marca verdadeiramente interessante.
Se calhar nem é esse o objectivo dele, pode querer manter-se no pequeno negócio e pronto mas, pessoalmente, vejo ali potencial para muito mais, a começar na fabricação caseira e a acabar na história e tradição por detrás do nome dele. Tudo isso poderia ser uma alavanca fantástica para outro campeonato.
Mas ficou algures a meio do caminho...
Com o exemplo do Clio, acabas por ir de encontro aquilo que eu defendo e que que traduz o ciclo de vida do produto.
A fase de introdução caracteriza-se por um alto investimento em termos de meios que permitam ao produto ganhar notoriedade. Ao ganho de notoriedade, a fase de crescimento do produto segue-se a maturação, que é onde o produto está na fase em que gera maiores dividendos.
E nesta fase surge o dilema do produto. Ou se injecta novidade e o produto segue novo ciclo de crescimento e maturação, ou então deixa-se cair o produto e este morre naturalmente.
(explicação completa do CVP na wikipedia
Ciclo Vida do Produto)
O que acontece com o Clio e em geral a indústria automóvel, é que os construtores querem definir tendências com alguma antecedência. Daí os carros parecerem estranhos até se entranharem. Mas a estranheza tem de ser acompanhada pela tal fase de bombardeamento que corresponde a uma ambientação e habituação a um novo produto. Mas tudo isso é pensado e programado para levar os consumidores numa determinada direcção, ou pelo menos assim se espera.
Agora temos aqui, e no forum btt, dois instrumentos muito valiosos de pesquisa de mercado, uma vez que o público já está segmentado (utilizadores de bicicletas) e portanto, entre "gosto", "não gosto", "há uma mixórdia de componentes", "são feitos na china", "comprava já uma", etc... há alguns dados importantes que se poderão ir tirando no sentido de ajustar a marca ao que o público alvo espera encontrar nesta oferta em específico.
E o que as marcas/organizações/entidades portuguesas por vezes fazem, é encarar a crítica como uma tentativa de derrotismo. A crítica, quando devidamente fundamentada, é um instrumento de apoio à tomada de decisões e deve ser entendida de uma forma positiva. Independentemente ou não de gerar mudança.