Não foi preciso ponderar muito, a sério que não foi...
A história
Como forma de completar o treino de BTT e combatendo a logística que normalmente uma volta de BTT implica (aparelhar, chegar ao monte, curtir, voltar a casa e depois ter de fazer a lavagem e manutenção), ponderei a compra de uma bicicleta de estrada por forma a rentabilizar o pouco tempo que tenho disponível.
Como basicamente posso treinar das 7 da matina às 9.30 e só saio ás 19 (e picos!) ao final do dia, a estradista era a solução "ready-set-go!" que procurava.
Equipar (calção, camisola e capacete), água no bidão, bicicleta à porta e... estamos a treinar!
Queria portanto uma bicicleta de estrada e queria algo económico. Mas nas pesquisas que fui fazendo, cedo me apercebi que económico e bicicleta de estrada eram dois mundos que raras vezes se cruzavam.
O olho fugia para os mil, e muitos (muitos) euros. A carteira falava em 700, para poder estourar o resto na de BTT. Comecei por eliminar todas as marcas de renome. Sora ou Tiagra, com nada de atractivo nos acessórios e esgotando logo o orçamento, não me era nada apelativo.
Procurei usado. Nada... dava-se um chuto no OLX, Miau e similares e apareciam 20 bicicletas com quadros 46, 50 e 52. Agora, eu precisava de um 56/57. Portanto, nada feito.
Até que, calmamente a navegar pelo site da Decathlon, reparei que os modelos de topo das bicicletas de alumínio, tinham dado um tombo nos preços. Fiquei imediatamente de olho na Sport 4. Caíra de 899 para 619 euros e o equipamento já se aproximava do que pretendia. 10V com um grupo de qualidade, um quadro de um fabricante que já aprovara anteriormente (Tive uma montagem com um 8.2 de BTT que adorei!) e como sou um bocado imune à febre do "brand status", 10 minutos depois estava ao telefone a mandar vir uma para Portugal.
Sim, porque não havia disponíveis por cá. Na loja da Maia foi a primeira que venderam, es estavamos no final de produção deste modelo (O de 2009 mudará as cores, mantendo o equipamento). O processo de encomenda é pouco amigável. Exigiram um sinal, mesmo perante o meu desagrado com o facto. Ultrapassadas as formalidades, 4 dias depois, vinda de Espanha, estava cá a minha Sport 4.
Uma semana depois de me entregarem a minha já a loja tinha mais 4 in loco para venda. Pelo que me disseram a minha esteve exposta durante o dia até eu a ir levantar e fez virar muitas cabeças. Também assim pensei quando a vi ao vivo. Afinal de contas era muito mais interessante do que nas fotografias!
O fio dental
Resumidamente:
Quadro: Decathlon em alumínio com escora wishbone em carbono
Forqueta: Decathlon com lâminas em carbono e ponteiras e tubo em alumínio
Transmissão: Completa Shimano 105 com exepção da pedaleira, uma Truvativ Elita Triple
Travões: Decathlon
Pneus: Hutchinson Top Speed kevlar
Rodas: Mavic Aksium Race
Periféricos: Espigão Decathlon, Avanço Decathlon, Guiador ITM e selim Selle Royal Xsenium
Peso: Não tive oportunidade de pesar a bicicleta no formato original. Os reviews indicam 9.2kg/9.5kg para o meu tamanho, o 57.
Impressões:
Como estava à espera, a habituação não é imediata mas as diferenças de comportamento são imediatamente notórias. As relações mais pesadas favorecem o arranque e a manutenção da velocidade a rolar. No lado negativo estão as intermináveis subidas a penar em ritmo leeeeeeeento.
A gestão do ritmo é diferente e talvez por isso senti alguma dificuldade depois de 3 semanas parado no BTT, só fazendo estrada. Quando voltei ao monte, apliquei o mesmo ritmo da estrada e as pilhas acabaram antes do normal. Na segunda saída já melhorou e aos poucos vou sentido os benefícios do treino extra, nomeadamente no rigor da cadência e na gestão do esforço.
A máquina comporta-se à altura, digo eu. À falta de termo de comparação e empiricamente posso dizer que o conjunto funciona bastante bem e cumpre na íntegra as minhas expectativas iniciais.
As rodas aguentam os rigores dos meus 98 quilos sem grandes queixas, não sinto grande torsão lateral, nem mesmo quando faço uso das generosas plataformas dos pedais para esmagar e puxar os crenques com "violência" e faço aquela dança tipo sprinter tresloucado. O rolar é suave graças aos rolamentos e a barulho do cepo é normal. Ou diria, silencioso ao pé do Sun Ringlé de BTT!
Os travões já se sabe, não havendo grande atrito dos pneus com o asfalto, não há milagres. Em suma, cumprem a função até bloquear a roda, daí para a frente, é pura sorte!
A transmissão é precisa e muito suave. As relações são bastante próximas o que permite manter o andamento fluído. O conjunto é bastante silencioso, mesmo com a roldana da KCNC. A pedaleira truvativ peca pelos 3 pratos que não são tão estéticos como os dois pratos, mas a avozinha já deu uma ajuda nas subidas mais crónicas aqui da vizinhança, quando a força ainda era pouca. Agora nos últimos tempos não a tenho usado, preferindo sofrer um pouco mais, se a subida for curta.
A forqueta lida muito bem com as pequenas irregularidades avulsas. Naturalmente em paralelo "mal amanhado" a velocidade desce drasticamente e a bicicleta parece que se vai desmontar a qualquer momento.
Apesar da escora traseira ser em carbono não noto flexão, notando apenas uma ligeira torção lateral. Contudo e sem surpresa, ao passar para a FS de BTT entramos num mundo de conforto aparte!
Resumindo: Como caloiro que sou nestas andanças, está sempre tudo bem. Não há nenhum elemento que me incomode particularmente ou que note que possa ser radicalmente melhorado. Alguns ajustes aqui e ali e é só.
Upgrades:
Estando o conjunto bastante equilibrado e o quadro esteticamente interessante, faltava só dar um toque mais actual ao espigão, selim e aproveitar para renovar a frente. Com as alterações que introduzi, além do factor estético, pesou (ou melhor, deixou de pesar) a redução de peso. Passa dos 500g a redução conseguida com a troca de Selim, Espigão, avanço e guiador!
Em breve coloco a tabela dos ganhos reais e o peso final.
Foi então trocado:
Espigão de origem com 340g pelo KCNC Ti Pro Lite de 142g
Avanço de origem com 160g pelo Ritchey WCS com 110g
Guiador de origem com 360g pelo Ritchey WCS com 244g
Selim de origem com 362g pelo Selle Italia SLR XC Gel Flow com 180g
Aperto de espigão de origem com 30g pelo MSC de 9g
Anilhas de direcção de origem pelo cone de carbono da PRO com 16g
Corte da coluna de direcção à medida, menos 3 g.
Roldana de origem do 105 pela KCNC - peso igual: 8g
Grades de bidão em alumínio, mais 38g x 2
Total: 8868g
Coloquei também fita vermelha da SRAM. Fica um contraste interessante e o conforto pelo que já rolei, é bastante bom.
Em princípio a brincadeira ficará por aqui. Apenas conto por uns apertos bling, eventualmente os titanol da A2z em vermelho e, quiçá alguma parafusada também vermelha.
Para cortar radicalmente no peso poderia trocar de rodas, mas sinceramente não me estou a ver a gastar 250 ou 300 euros... Posso ainda trocar a pedaleira por uma compact e os travões pelos 105. Estaríamos a falar, estou convencido, de poucas dezenas de gramas. Portanto e como a questão funcional desses elementos para já está assegurada, não se pensa mais nisso.
Contas feitas, somando o preço em loja com os upgrades temos 810 euros de bicicleta. Se em conversa já me torceram o nariz à marca , ao vivo recebe alguns elogios pela montagem simpática e equilibrada.
À medida que vá havendo novidades comportamentais ou na composição da "isabelinha de lata", vou colocando por cá.
Fotos do antes:
Amanhã vou tentar colocar fotos do depois!
A história
Como forma de completar o treino de BTT e combatendo a logística que normalmente uma volta de BTT implica (aparelhar, chegar ao monte, curtir, voltar a casa e depois ter de fazer a lavagem e manutenção), ponderei a compra de uma bicicleta de estrada por forma a rentabilizar o pouco tempo que tenho disponível.
Como basicamente posso treinar das 7 da matina às 9.30 e só saio ás 19 (e picos!) ao final do dia, a estradista era a solução "ready-set-go!" que procurava.
Equipar (calção, camisola e capacete), água no bidão, bicicleta à porta e... estamos a treinar!
Queria portanto uma bicicleta de estrada e queria algo económico. Mas nas pesquisas que fui fazendo, cedo me apercebi que económico e bicicleta de estrada eram dois mundos que raras vezes se cruzavam.
O olho fugia para os mil, e muitos (muitos) euros. A carteira falava em 700, para poder estourar o resto na de BTT. Comecei por eliminar todas as marcas de renome. Sora ou Tiagra, com nada de atractivo nos acessórios e esgotando logo o orçamento, não me era nada apelativo.
Procurei usado. Nada... dava-se um chuto no OLX, Miau e similares e apareciam 20 bicicletas com quadros 46, 50 e 52. Agora, eu precisava de um 56/57. Portanto, nada feito.
Até que, calmamente a navegar pelo site da Decathlon, reparei que os modelos de topo das bicicletas de alumínio, tinham dado um tombo nos preços. Fiquei imediatamente de olho na Sport 4. Caíra de 899 para 619 euros e o equipamento já se aproximava do que pretendia. 10V com um grupo de qualidade, um quadro de um fabricante que já aprovara anteriormente (Tive uma montagem com um 8.2 de BTT que adorei!) e como sou um bocado imune à febre do "brand status", 10 minutos depois estava ao telefone a mandar vir uma para Portugal.
Sim, porque não havia disponíveis por cá. Na loja da Maia foi a primeira que venderam, es estavamos no final de produção deste modelo (O de 2009 mudará as cores, mantendo o equipamento). O processo de encomenda é pouco amigável. Exigiram um sinal, mesmo perante o meu desagrado com o facto. Ultrapassadas as formalidades, 4 dias depois, vinda de Espanha, estava cá a minha Sport 4.
Uma semana depois de me entregarem a minha já a loja tinha mais 4 in loco para venda. Pelo que me disseram a minha esteve exposta durante o dia até eu a ir levantar e fez virar muitas cabeças. Também assim pensei quando a vi ao vivo. Afinal de contas era muito mais interessante do que nas fotografias!
O fio dental
Resumidamente:
Quadro: Decathlon em alumínio com escora wishbone em carbono
Forqueta: Decathlon com lâminas em carbono e ponteiras e tubo em alumínio
Transmissão: Completa Shimano 105 com exepção da pedaleira, uma Truvativ Elita Triple
Travões: Decathlon
Pneus: Hutchinson Top Speed kevlar
Rodas: Mavic Aksium Race
Periféricos: Espigão Decathlon, Avanço Decathlon, Guiador ITM e selim Selle Royal Xsenium
Peso: Não tive oportunidade de pesar a bicicleta no formato original. Os reviews indicam 9.2kg/9.5kg para o meu tamanho, o 57.
Impressões:
Como estava à espera, a habituação não é imediata mas as diferenças de comportamento são imediatamente notórias. As relações mais pesadas favorecem o arranque e a manutenção da velocidade a rolar. No lado negativo estão as intermináveis subidas a penar em ritmo leeeeeeeento.
A gestão do ritmo é diferente e talvez por isso senti alguma dificuldade depois de 3 semanas parado no BTT, só fazendo estrada. Quando voltei ao monte, apliquei o mesmo ritmo da estrada e as pilhas acabaram antes do normal. Na segunda saída já melhorou e aos poucos vou sentido os benefícios do treino extra, nomeadamente no rigor da cadência e na gestão do esforço.
A máquina comporta-se à altura, digo eu. À falta de termo de comparação e empiricamente posso dizer que o conjunto funciona bastante bem e cumpre na íntegra as minhas expectativas iniciais.
As rodas aguentam os rigores dos meus 98 quilos sem grandes queixas, não sinto grande torsão lateral, nem mesmo quando faço uso das generosas plataformas dos pedais para esmagar e puxar os crenques com "violência" e faço aquela dança tipo sprinter tresloucado. O rolar é suave graças aos rolamentos e a barulho do cepo é normal. Ou diria, silencioso ao pé do Sun Ringlé de BTT!
Os travões já se sabe, não havendo grande atrito dos pneus com o asfalto, não há milagres. Em suma, cumprem a função até bloquear a roda, daí para a frente, é pura sorte!
A transmissão é precisa e muito suave. As relações são bastante próximas o que permite manter o andamento fluído. O conjunto é bastante silencioso, mesmo com a roldana da KCNC. A pedaleira truvativ peca pelos 3 pratos que não são tão estéticos como os dois pratos, mas a avozinha já deu uma ajuda nas subidas mais crónicas aqui da vizinhança, quando a força ainda era pouca. Agora nos últimos tempos não a tenho usado, preferindo sofrer um pouco mais, se a subida for curta.
A forqueta lida muito bem com as pequenas irregularidades avulsas. Naturalmente em paralelo "mal amanhado" a velocidade desce drasticamente e a bicicleta parece que se vai desmontar a qualquer momento.
Apesar da escora traseira ser em carbono não noto flexão, notando apenas uma ligeira torção lateral. Contudo e sem surpresa, ao passar para a FS de BTT entramos num mundo de conforto aparte!
Resumindo: Como caloiro que sou nestas andanças, está sempre tudo bem. Não há nenhum elemento que me incomode particularmente ou que note que possa ser radicalmente melhorado. Alguns ajustes aqui e ali e é só.
Upgrades:
Estando o conjunto bastante equilibrado e o quadro esteticamente interessante, faltava só dar um toque mais actual ao espigão, selim e aproveitar para renovar a frente. Com as alterações que introduzi, além do factor estético, pesou (ou melhor, deixou de pesar) a redução de peso. Passa dos 500g a redução conseguida com a troca de Selim, Espigão, avanço e guiador!
Em breve coloco a tabela dos ganhos reais e o peso final.
Foi então trocado:
Espigão de origem com 340g pelo KCNC Ti Pro Lite de 142g
Avanço de origem com 160g pelo Ritchey WCS com 110g
Guiador de origem com 360g pelo Ritchey WCS com 244g
Selim de origem com 362g pelo Selle Italia SLR XC Gel Flow com 180g
Aperto de espigão de origem com 30g pelo MSC de 9g
Anilhas de direcção de origem pelo cone de carbono da PRO com 16g
Corte da coluna de direcção à medida, menos 3 g.
Roldana de origem do 105 pela KCNC - peso igual: 8g
Grades de bidão em alumínio, mais 38g x 2
Total: 8868g
Coloquei também fita vermelha da SRAM. Fica um contraste interessante e o conforto pelo que já rolei, é bastante bom.
Em princípio a brincadeira ficará por aqui. Apenas conto por uns apertos bling, eventualmente os titanol da A2z em vermelho e, quiçá alguma parafusada também vermelha.
Para cortar radicalmente no peso poderia trocar de rodas, mas sinceramente não me estou a ver a gastar 250 ou 300 euros... Posso ainda trocar a pedaleira por uma compact e os travões pelos 105. Estaríamos a falar, estou convencido, de poucas dezenas de gramas. Portanto e como a questão funcional desses elementos para já está assegurada, não se pensa mais nisso.
Contas feitas, somando o preço em loja com os upgrades temos 810 euros de bicicleta. Se em conversa já me torceram o nariz à marca , ao vivo recebe alguns elogios pela montagem simpática e equilibrada.
À medida que vá havendo novidades comportamentais ou na composição da "isabelinha de lata", vou colocando por cá.
Fotos do antes:
Amanhã vou tentar colocar fotos do depois!
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