A volta incompleta
4ª feira foi dia de cumprir promessa, e como sou homem de palavra não fugi à minha responsabilidade.
Há tempos, quando fui ao Montejunto, a volta incluía a serra D'Aire e Candeeiros, mas esta última fico apenas no papel. Mas havia uma possibilidade e essa eu não deixei passar.
Como tinha que vir para a Figueira da Foz, pensei logo na possibilidade de "matar a fome". Disse à minha esposa: "Tu vais de carro e eu de bicicleta". Ela aceitou.
Em linha reta o trajecto teria uns 90kms mas o projecto duplicava a parada. Pensei... mas não muito. Apesar de saber a minha condição física, e de já não fazer estas aventuras há uns 2 anos, não hesitei ou não seja eu um homem de.............
Tive que refazer o percurso, na véspera, mesmo na hora de me ir deitar. A alteração foi forçada pela imposição de ter horas para chegar e cumprir compromissos assumidos antes.
Era 4,30 da matina e eu dava as primeiras pedaladas. Sem qualquer luz, nem atrás nem à frente, confiei nos famosos olhos de gato, que eu já tinha comprovado em outras ocasiões.
Aproveitei a hora e a falta de trânsito para transgredir o código. Andei cerca de 5kms na IC8, para poupar um bom par de kms. Para minha surpresa passaram por mim 3 carros.
Depois entrei em estradas completamente desertas, e escuras. Apenas um chiar incomodativo das roldanas do meu desviador traseiro, que não tinham gostado do banho do dia anterior... pudera já se tinham esquecido do último banho que foi há uns dois anos atrás.
Quando passava Ferreira do Zêzere já o céu clareava, a Este, o que me deixava já vislumbrar os números dos meu companheiro de viagem: O meu Conta Kms.
Já em Tomar, o dia estava bem claro, e o movimento citadino já era notório, mas eu não ia a sentir-me confortável. As pernas estavam presas, e o corpo doía. Ainda não tinha chegado à minha zona de conforto.
Entrocamento passou, e a agora entrava em terreno desconhecido, em termos de pedaladas. Torres Novas rapidamente foi alcançada, para depois ter o privilégio de comer uns fantásticos figos de uma figueira. A esta hora (8,30) já procurava local para parar um pouco e comer alguma coisa, mas estava tudo fechado.
Por fim entrei na estrada que fui obrigado a incluir no roteiro, no dia anterior, que sobe a serra D'Aire e Candeeiros. NÃO GOSTEI!!!!!! NEM UM BOCADINHO!!!!! Tinha em mente subir a serra por uma estrada característica desse terreno, deserta, fascinante.... mas o que encontrei foi exactamente o contrário. Pelo menos encontrei um café aberto!!! Refiro-me à estrada que passa por Minde e Mira D'Aire.
A descida, já perto de Porto de Mós, é engraçada porque tem uns ganchos que me deu alguma "pica".
Finalmente Batalha e a entrada na N1 até Leiria. Antes porém fui regalar os olhos na Bike Zone, onde pude ver uma "jóia" que me fez babar.... A única coisa que de desagradou nela eram as rodas. Voavam na primeira oportunidade. Nunca tive uma boa relação com as Mavic.
Passei a cidade de Leiria, e apanhei a N109 que me levaria ao meu destino. Nesta altura, aliás já bem lá atrás, o corpo tinha entrado em velocidade de cruzeiro, os artelhos tinham-se habituados aos movimentos repetitivos, e o ânimo voltado, assim como as forças.
Finalmente fui “acaçado” pela minha esposa, uns 10 kms antes da meta proposta. De qualquer modo o objectivo foi concluído, à excepção da serra D’Aire e Candeeiros que teima em ser mais teimoso que eu. Mas essa teimosia tem os dias contados.
Dados da volta:
186 kms
25,00 kms/h média
8 horas em cima da bicicleta
1800m de ac+
Mapa
Fotos - Não há nem uma. Ainda não desenjoei