Boas pessoal.
Domingo passado foi dia de mais uma volta. Seria pecado mortal perder um dia excelente, no que respeita à meteorologia.
Foi feita a volta do “tripeno”
Hora e local de encontro combinado no dia anterior, lá estávamos prontos em ponto hora. No dia anterior telefonei ao Luís Cabaço e ele disse-me que o encontro seria às 7,15 da manhã. Confesso que estranhei a hora, embora seja habitual as 7,30, mas aceitei com agrado a sugestão (se fosse para trabalhar… pensaria duas ou mais vezes). Fiquei a saber ainda que teríamos uma companhia. Essa companhia já tinha visto um dia, mas nunca tinha andado com ele. Sabia que o homem é um atleta, em perfeita forma, porque pratica muito desporto, sendo o ciclismo um deles. No Sábado tinha pedalado 140kms.
O frio era mais que muito, mas o ânimo era ainda maior. Lá partimos felizes e contentes rumo ao desconhecido… em parte. Há uns tempos atrás andava eu pelo Gmaps, a sonhar, e fui construindo uma voltinha lá para os lados de Góis. Partilhei-a com o Luís e ele disse-me que seria uma volta muito dura, e que deveríamos deixá-la lá mais para a primavera. Mal sabia eu o que ele me preparava.
Perguntei-lhe qual era a ementa. Não é que o rapaz me apresentou na travessa minha ideia, apenas com uma alteração!!!
mapa
Fiquei curioso com o que tínhamos pela frente. Até Góis não houve nada a salientar… apenas o frio. Fazer 10 kms a descer deu para ficar gelado. Não gostei desta parte. Já conhecia bem o percurso. Só não conhecia o que estava para a frente.
Em Góis atravessamos a ponte, lindíssima por sinal, e entramos no mundo desconhecido, por todos.
E começou logo a subir bem, mas logo a coisa abrandou. Foram alguns kms assim, num sobe desce constante, umas vezes mais outras menos distantes do rio Ceira. Estrada muito, muito bonita, encravado entre duas montanhas. O rio ia bem cheio de água, tornando-o ainda mais bonito. Os incontáveis açudes estavam muito bonitos com as águas a passarem por cima.
Com frequência os aglomerados populacionais eram constituídos por casas típicas em xisto, mas infelizmente o cimento também anda muito por lá.
Mas eu ia desconfiado. Eu sabia que a N112 andava lá em cima no topo da montanha e que a queríamos apanhar, mas a estrada teimava a seguir para Leste sem atravessar o rio e começar a subir. Perguntei ao nosso guia se o GPS tinha encravado, mas ele disse que não, e que seria na aldeia do Colmeal que teríamos mudança de sentido. Mas eu sabia que quanto mais nos aproximássemos da encosta mais inclinada e dolorosa seria a ascensão.
Bem mas lá apareceu a tal e desejada ponte… para a outra margem. E agora? Não tínhamos alternativa senão subir. Mas quanto tempo? Com que inclinações? Era tudo uma incógnita…
A inclinação começou logo “apetitosa” e assim se manteve ao longo dos 8,5 kms da subida. Raramente, muito raramente, vi o meu VDO a baixar dos 8%. As diferenças de cadência logo se estabeleceram e cada um subia conforme podia e ao seu ritmo. Penando, sofrendo, gemendo, gritando… nem sei muito bem a palavra escolher, chegamos finalmente ao alto.
Senhores organizadores do Skyroad desafio-vos a incluir este troço no vosso percurso. Seria uma cereja em cima do vosso bolo… acreditem.
Grupo refeito lá seguimos pela N112 que vem da Pampilhosa da Serra. Agora restava apanhar a N2, e descer o que tínhamos subido e subir o que tínhamos descido. Na grande descida de Alvares aproveitei para me deixar ir e tentar recuperar alguma energia.
A minha mente agora estava bem concentrada nas duas maiores dificuldades que me esperava. O alto da Louriceira e os 3 kms de subida até minha casa. Ainda parámos na barragem do Cabril para tirar as últimas fotos, e pela frente tínhamos que subir até Pedrogão Pequeno, local onde nos separaríamos.
Restava-me percorrer os últimos 3 kms em subida com a famosa reta do tratores pelo meio. São apenas 700 metros, em subida e totalmente lineares,com um stand de tratores a meio. Psicologicamente são demolidores, especialmente porque quando lá chego já vou satisfeito.
Foram 126kms rodados e 2572m ac+.
Domingo há mais, mas desta feita pela vaidade... vamos ver.
P.S1: Obrigado aos dois companheiros. Espero poder andar mais vezes na vossa companhia.
P.S.2: Quero públicamente agradecer aos generosos dadores, que me permitiram comprar um telemóvel com câmara, para vos deliciar com estas mágnificas fotos.
Querem mais? Vejam
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