Ter o pelotão do World Tour traz um impacto positivo grande às economias locais em qualquer parte do mundo. Não são só os atletas e o pessoal de apoio, são também os orgãos de comunicação e toda a estrutura da organização que nessitam de locais para dormir, para comer, para se abastecer, etc., etc. etc. É também a publicidade gratis à região na cbertura televisiva (sem necessidade de parolices tipo "Há Volta"). Acho que no nosso país não há bem noção da dimensão deste impacto.
Daí que continuo a dizer, façam a Volta a Portugal que quiserem (com amadores, sem amadores, com 10 dias, com 20 dias, o que for), mas comecem também a apostar na unica grande prova de dimensão internacional que temos no nosso país, a Volta ao Algarve, e comecem a expandir-lhe os horizontes. Já está bem localizada no calendário UCI e já possui algum prestigio. Os ciclistas do pelotão nacional com dois dedos de testa já há muito perceberam que se querem evoluir é na Volta ao Algarve que têm que se mostrar. Se uma clássica no fim de semana anterior ajudar a fixar aqui as equipas então façam a clássica, é uma boa ideia, mas o importante é que cada vez mais as equipas do World Tour se apercebem do potencial do país (naquela altura do ano não há muito melhor na Europa em termos de clima), e assim passarmos a ter uma prova de referencia em Portugal.
Não tem muito a ver, mas era graças ao nosso clima nessa altura do ano que o Autodromo do Estoril tinha uma boa ocupação no Inverno, estando quase sempre presentes em testes as grandes equipas de Formula 1. Quando acabaram com o Grande Prémio o impacto económico não foi só naquela semana do ano (perguntem aos hoteis e restaurantes da zona, que ainda hoje têm saudades).
Acreditem que quando as camaras se começarem a aperceber do impacto de uma coisa destas começam a fazer fila para receber a prova, mesmo sem o direito a ser entrevistado na na RTP entre a actuação de dois organistas vocalistas. "If you build it, they will come!"
Só como exemplo, em França uma localidade que queira receber o Tour tem que submeter uma, ir para a fila, e, na melhor das hipoteses, se for tudo aprovado, pode contar receber a prova três anos depois (e pelo meio cumprir uma série de exigencias como alcatroar as estradas onde a prova vai passar).