tenho seguido este tópico e outros em que a malta a reabilitação de bikes antigas e há uma questão que me leva a pensar nestas renovações, nomeadamente se devemos colocar perificos actuais e manter apenas o quadro ou se a renovação deve ser de modo a reabilitar os mesmos.
Não há uma regra a seguir nesse aspecto...de todo! Acho que grande parte do interesse está mesmo nessa liberdade e criatividade em fazer o que acharmos melhor. E, nesse sentido, tanto encontras pessoal altamente conservador (no bom sentido) e que aposta em manter as coisas dentro do seu formato original e tudo period correct, como encontras pessoal que gosta de reinventar, misturar conceitos e chegar a resultados mais híbridos. Lá está, tudo depende dos gostos, da matéria prima e da carteira de cada um.
E quando refiro matéria prima, refiro-me mais concrectamente ao quadro, que, no fundo, é a base de tudo. Gosto de olhar para os quadros como uma tela em branco que vais compondo da forma que bem entenderes. É isso que aprecio no mundo das bicicletas custom, a originalidade que as faz fugir dos padrões que são impostos no catálogo. E para isso nem é preciso olharmos apenas para quadros de pequenos construtores independentes que custam pequenas fortunas...com bom gosto, criatividade e, uma vez mais, algum dinheiro, podes dar esse toque "especial" a qualquer bicicleta.
Bem, mas voltando às bicicletas antigas (que é disso que aqui se fala), pessoalmente atrai-me mais a tal mistura entre o clássico e o moderno. Não me choca nada ver um quadro de aço clássico com umas rodas em carbono de perfil alto, por exemplo. Aliás, até gosto bastante! Claro que quando pegas num quadro antigo tens toda uma série de limitações ao nível de roscas, espaçamentos e pequenos pormenores que podem complicar ou mesmo impossibilitar a adaptação de material mais moderno...mas o fascínio da coisa está aí e há malta a fazer bons trabalhos nessas adaptações.
No entanto, também gosto muito de ver uma bicicleta da década de 70 ou de 80 toda recuperada e fiel à sua origem. E, para quem gosta mais desta vertente, o facto de colocares um componente ou uma pintura (há mesmo quem seja totalmente contra qualquer tipo de pintura que não a original) que não vá de encontro ao original é considerado um péssimo trabalho e o desvirtuar de um conceito. Experimenta participar numa exposição/concentração de bicicletas antigas e verás do que falo
. E, já agora, desengane-se quem acha que entrar por esta via (do fiel ao original) sai mais barato do que a mistura antigo/moderno. O material vintage, original, em bom estado e de qualidade é caro...muito caro. Mas lá está, também o há barato, usado, em pior estado e e paciência e o talento para recuperar esse material por vezes faz milagres.
Isto tudo para dizer que, basicamente, não há fronteiras nem regras nisto das bicicletas antigas. O que manda mesmo é o teu gosto pessoal e a possibilidade de o pôr em prática.