Boa noite a todos.
Infelizmente também sofro deste problema, apesar de só ter 26 anos de idade. O meu pai tem varizes e a minha avó materna também, portanto era só uma questão de "quando" (e não "se") eu as iria ter. Antes de dar conta do problema praticava desporto, principalmente ciclismo, com alguma frequência. Contudo, junte-se uma profissão em que passo muito tempo de pé, algum desleixo da minha parte também ao passar longos tempos sentado na mesma posição (durante os tempos mortos), e o factor hereditário, e o desporto de pouco valeu.
Comecei a dar conta do problema há cerca de 7, 8 meses atrás. Fui treinar em estrada com um amigo, e numa de "vamos à aventura" acabámos por fazer muitos mais kms que o normal, cerca de 160. Umas semanas antes disto já tinha vindo a notar uma veia mais dilatada que o normal, no gémeo da perna esquerda, mas não liguei muito. No entanto, após cerca de 90km, comecei a sentir uma dor aguda e muito intensa na zona dessa mesma veia, de tal forma que tive de parar várias vezes, pois não conseguia pedalar. Coloquei água fria, tentei esforçar um pouco mesmo doendo, e passei a sentir só uma impressão em vez de dor. O amigo que me acompanhava disse-me que era normal, do esforço, pois não era normal fazermos tantos kms seguidos. Não fiquei muito convencido, até porque a veia dilatada já lá estava antes, e continuou, obviamente. Para além disso, começaram a surgir algumas marcas na canela esquerda parecidas com nódoas negras de um qualquer impacto, e pensei eu que fossem mesmo só isso... Só que estas "nódoas" não desapareceram com o tempo, e quando finalmente fui a uma consulta com o médico de família, este disse-me que todas essas marcas eram varizes e que muito provavelmente teria que ser operado. Depois disto passei ainda cerca de dois meses sem ir a um médico, pois de certa maneira estava com algum receio do diagnóstico e mais que provável operação. Durante este tempo devo dizer que sentia a perna bastante cansada ao fim do dia, por vezes dores, e algo um pouco estranho: pulsações. Finalmente decidi então ir a um médico para me submeter ao inevitável.
O que vou dizer a seguir não tem muito a ver com o tópico em si, mas pode servir de conselho para quem tenha o mesmo problema e procure atendimento médico.
Tentei primeiro a Clínica de Santo António, na Amadora, e devo dizer que fiquei muito desiludido com o médico que me atendeu, para não dizer mesmo revoltado. Primeiro que tudo tratou-me por "tu" sem me conhecer, para além de ser de uma arrogância e antipatia tremendas. Parecia que estava ali contrariado. Nem me deixou contar como e quando surgiu o problema. Quando eu disse "Acho que tenho varizes" respondeu-me "Como é que sabe se ainda não fez nenhum exame?". Marcou um eco-doppler (um género de ecografia ás pernas para detectar quais as veias em mau estado) para dali a 2 semanas. Voltei para fazer o exame, confirmou que tinha de ser operado, e perguntou-me se era mesmo isso que queria. Respondi "É a única solução, não é?". Resposta do "Sr. Dr.": "Não, tem outra solução - ficar assim!". Naquele momento pensei insultar tal pessoa, mas mantive a calma e decidi simplesmente não aparecer na data da operação, dia 26 de Fevereiro.
Tentei então o Hospital da Luz, onde tive a primeira consulta dia 31 de Março: atendimento 5 estrelas, um médico atento, simpático, compreensivo, que me fez o exame na hora e explicou todos os pormenores: o que são as varizes, como surgem, como prevenir, etc. Ficou então marcada a minha operação para quando houvesse vaga, o que acabou por acontecer dia 23 de Abril (curiosamente, e precisamente, há um mês atrás). Foi-me explicado também que a tendência para ter varizes irá sempre permanecer comigo, esta operação apenas serviria para retirar as veias já danificadas, mas não há garantias que não venha a ter novamente este problema, antes pelo contrário, dado o meu historial e o da minha família.
No meu caso, ainda pouco avançado, tinha 2 hipóteses: queimar as varizes, ou fazer um corte na virilha e alguns pequenos furos ao longo da perna para, simplesmente, as retirar. (De referir que o exame detectou algumas varizes, sem gravidade, a surgir já na coxa e também na perna direita, para além da maior no gémeo, que referi anteriormente). Foi-me dito que queimar não seria a melhor solução para mim, pois como sou magro e as veias estão à superfície, acabaria por ficar com marcas na pele.
Fui então operado, pelo tal método do corte na virilha e "furos" na perna. Entrei para o bloco por volta da meia noite (a minha única reclamação para com o hospital, pois a cirurgia estava marcada para as 15.30, mas devido a "problemas" com outro doente fiquei o dia inteiro à espera, e em jejum), para uma cirurgia de cerca de 1h, e por volta das 3 já estava a acordar da anestesia geral. Foi-me feito um corte na virilha, com cerca de 4, 5cm, e os tais "furos" ao longo da perna. Na parte de trás da coxa, na lateral, e no gémeo. Pouco passava das 8 da manhã quando o médico que me operou entrou no quarto e me disse, para minha surpresa, que assim que a enfermeira me viesse mudar os pensos e ajudar a levantar podia ir embora.
Sentia dores, como é óbvio, mas conseguia andar sem ajuda. Foi-me recomendado que em casa deveria andar e não passar muito tempo imobilizado.
Dia 2 de Maio tive nova consulta, para retirar os pensos e ver "como estava a coisa". Tudo impecável, pelos vistos, embora não seja algo bonito de se ver, a perna fica cheia de hematomas. Ainda tive algumas dores nestas últimas semanas, mas têm vindo a desaparecer. Perguntei ao médico quando poderia voltar a fazer desporto, e disse-me para aos poucos ir tentando para ver como me sentia. Neste momento, passado um mês, ainda se notam alguns pequenos hematomas a desvanecer, os pequenos "furos", que mal se notam, pois são muito pequenos, cerca de 1, 2mm, e uma ligeira dor junto ao joelho se passar algum tempo com a perna flectida. O pior de tudo é a cicatriz na virilha, mas até pode ser que alguém ache piada.
Dia 5 do próximo mês tenho nova consulta, que deve ser para o diagnóstico final, e espero eu a partir daí voltar a fazer tudo o que fazia antes sem problemas.
Recomendações para prevenir futuros problemas: usar sempre meias de compressão até ao joelho, não ficar muito tempo parado, fazer exercício físico, dormir com os pés elevados. Como disse anteriormente, nada garante que não venha a ter varizes novamente. O mais certo é vir a ter, mas quanto mais tarde, melhor.
Desculpem-me este post tão longo, mas achei que deveria explicar tudo isto para quem tem o mesmo problema que eu. Se alguém tiver alguma questão não tenha problemas em colocá-la