@jocarreira eu fui um desses que estava lá sem condição física (pelo menos nunca tinha feito nada com mais de 100 km) para fazer isto mas confesso, só quebrei mais quando já não conseguia apanhar grupos que pudesse acompanhar, o que no meu caso aconteceu já depois de Odeceixe e quebra final surge uns km's mais à frente, já depois de Aljezur. Ainda assim, e por nunca mas nunca ter ido "à morte" consegui chegar a Sagres no tempo que me tinha posto como objectivo, menos de 10 horas e ainda poder fotografar o por do Sol
De resto correu-me tudo muito bem, não tive furos nem problemas mecânicos. Tive frio (principalmente nos pés) até o Sol nascer mas na Comporta já estava bem, fui sempre comendo e bebendo mas aos 100 km's tive mesmo de parar para comer algo mais consistente pois estava a sentir-me a fraquejar um pouco. Foi a única paragem que fiz de ficar sentadinho a descansar, talvez uns 15 minutos, em VN Milfontes. De resto as paragens foram curtas apenas para comer uma barra em condições e seguir viagem.
Positivo: que bichinho me ficou de voltar para o ano e a sensação de companhia todo o percurso. Para quem anda 95% das vezes sozinho é algo de muito significativo. E claro, ter conseguido chegar, superado o desafio e pensar em todo o caminho que ficou para trás e ter feito aqueles 5 km's finais, antes de entrar mesmo na aldeia de Sagres, a abrir, a sentir o vento na cara e os músculos no limite
.
Vi também um grupo, penso que seria o grupo onde ia o Gamito e afins, a abrir naquelas subidas depois de Santiago, ainda pensei que estava na volta
Parou um rapaz que vinha nesse grupo ao pé de mim e diz-me "Epa, também quero agua daquelas!!".
O facto da Atlantic Ferries fazer um barco mais cedo, indica a importância deste evento, não organizado (!)
O mais ou menos: não classifico como negativo porque não sei em que condições o fizeram mas vi pelo menos duas pessoas a fazer subidas à Nibali, se é que me entendem. Se vão pelo desafio, é pelo desafio! mas por mim é na boa
Negativo: algumas quedas....vi duas, pequenas mas devido às pessoas, talvez pelo cansaço, irem encostar e não conseguirem tirar os pedais de encaixe e uma outra que tive conhecimento, mais grave (visita ao hospital) mas felizmente está tudo bem, apenas mazelas.
E como sempre, o espirito de alguns.....à entrada de Aljezur passam por mim 3 ou 4 individuos de BTT e um deles diz "Não percebo como é que ainda por aqui anda malta de estrada!"....sinceramente, era escusado. Depois disso ainda passaram talvez uns 30 ciclistas, a esmagadora maioria de estrada.....
Para o ano, se a saúde e o tempo o permitirem, lá estarei novamente pois é, sem dúvida uma experiência muito boa