Pois este fim de semana foi para a caminhada. Após maratona de bike a semana passada nada melhor que uma caminhada de mochila às costas e dormir ao relento.
Eu e mais um grupo de amigos fomos fazer a trilha dos túneis entre o Pocinho - barca de Alva - La Fregenda, aproveitando a linha desactivada do comboio. Deixamos os carros no Pocinho, e com as mochilas às costas começamos o nosso passeio que se iria prolongar por 47 kms, debaixo de um sol abrasador. Ânimo nos limites superiores, só sabiamos que nada sabíamos do que estava para a frente. Logo ao início fomos alertados por um sujeito que deveríamos levar muita água porque não havia nada em todo o percurso a não ser em Barca de Alva, 30 kms acima.
Logo começamos a ver que a coisa não ia ser fácil. Para alem do calor caminhar em traves de linha em mau estado ou mesmo no cascalho, torna o avanço mais lento e doloroso. Apesar de todos irmos bem equipados os pés começaram a sentir o peso do corpo + o da mochila, onde levavamos sacos-cama, colchonetes, alimentos, fogareiros, etc. Caminhar em casacalho não é fácil, porque os pés não vão estáveis e mesmo com solas grossas os bicos das pedras começam a magoar. Mas nada que incomodasse o nosso animos ou não estivessemos habituados.
As horas foram passando e o calor a exigir a ingestão de líquidos, e a nossa preocupação aumentava porque na realidade nem casas nem fontes. Berber água do rio era uma possibilidade mas desde logo descartada pelos mais "sensíveis" por esta não ser limpa. O nosso objectivio era a estação de Almendra para passarmos a 1ª noite, mas ficamo-nos pela de Castelo Melhor. Relativamente perto havia uma casa de uma das quintas do Porto Ferreira. Fomos lá procurar água e como não estava viva alma tomamos a liberdade de encher os recipientes numa torneira que lá existe. Na realidade a água era um pouco turva, mas nem nos importamos, porque ela foi como coca cola gelada num dos dos nossos passeios de bike. Dormimos ao relento nessa estação, e foi impressionante a calma, que nos rodeava. No outro dia, 6ª feira, acordamos cedo e antes de partir fomos reabastecer de água ao mesmo sitio. Só que já estava lá gente e pedimos permissão para fazermos o mesmo, ao que ela nos disse que não enchessemos lá porque a água não prestava... era água do rio
. Foi para bom para que alguns preconceituosos engolissem o tinham dito no dia anterior.
A 6ª feira foi ainda mais quente, e mais dura pela vegetação que existe no meio da linha, muitas vezes silvas e cardos, que nos arranharam todos. Finalmente Barca de Alva. Encontrar um fontanário foi a primeira preocupação e ao encontrá-lo parecíamos crianças a brincar com a água. Depois veio a escolha do local para pernoitar, ao que nos foi indicado um no cais onte encostam os barcos de turismo que ligam o Porto a esta localidade. Tinhamos os WC públicos, e as pessoas são extremamente simpáticas. Um grande elogio para as GENTES DE BARCA DE ÁLVA. Continuem assim.
Sábado, à tarde foi para mais uma tirada, desta vez a parte mais emotiva e bela do percurso do lado espanhol. Sempre a subir, teve o bálsamo dos túneis onde podíamos refrescar e descansar. As pontes, sobretudo duas delas, são medonhas para mim, que sofro de vertigens "agudas". Tive que as fazer pelo mato. Num dos túneis vimos uma colónia imensa de morcegos, e nos penhascos uma colónia de abutres. Finalmente tivemos que ultrapassar um tunel de 2 kms que parecia não ter fim.
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este blog. Não é meu nem as fotos minhas, mas poderão ficar com um bichinho que vos leve lá. Recomendo vivamente....
Aos que tem vertigens, preparem-se porque vão sofrer um pouco.