Isso que referes é um facto.
Acho que muita gente ainda entendeu bem o que significa potência. Os Watts representam o esforço que as nossas pernas estão a despender, tendo em conta a força (medida pela deformação dum strain gauge) e a cadência (medida através do número de rotações).
Por esse motivo, aquilo que constatas em termos de dados nas descidas, planos e subidas é apenas reflexo daquilo que “naturalmente” acontece em termos de esforço. Nas descidas não precisas de desenvolver tanta potência para atingir determinadas velocidades. Em plano e a subir, logicamente não tens as mesmas facilidades que a descer portanto é normal que os números de potência tenham que ser superiores. Sobretudo a subir!
Isto não é diferente do que acontece com um veículo motorizado. A potência, a rotação que exiges dum motor numa subida é superior ao que se exige em plano ou a descer.
Mas referes outra questão muito importante, pedal smoothness e torque efectiveness!
A primeira, a suavidade da pedalada, é fundamental para a segunda. A partir do momento em que “esmagamos” o pedal perde-se eficiência. Se numa subida pode parecer que não faz muita diferença… a rolar em plano é do dia para a noite! Isto é técnica!
O torque efectiveness… vou apenas referir que muito se perde pela falta de estabilidade do core abdominal quando numa posição mais “inclinada”. Porque é que não se perde tanto nas subidas? Pela posição mais “erecta” que normalmente se assume numa subida. Lembra-te que o nosso core abdominal está habituado a manter a estabilidade quando estamos de pé ou sentados. Portanto quando as costas estão alinhadas com as pernas ou com um angulo de 90 graus. Naturalmente não estão habituado a ângulos de 45 ou menos.
É precisamente a estabilidade do core que evita que o corpo “se balanceie” no selim quando impomos ritmos mais fortes, seja em força, em cadência ou em ambas. É o core abdominal que “bloqueia” no nosso trem inferior e minimiza as ineficiências que referes. Obviamente que também existe trabalho de técnica.
My 2cents