Chapeau para a tua namorada. Os ciclistas desde os primórdios são pessoas que normalmente vêm de origens mais rurais, mais humildes, em que primam pela discrição e que de certa forma estranham ou não se sentem confortáveis rodeados de grandes massas de pessoas. Nós olhamos para a preparação dos ciclistas e mesmo isto vai ao encontro da discrição, longe dos olhares das pessoas, das grandes confusões, muitos deles não sabem falar inglês (é mais importante do que se pensa), está bem melhor mas há 20 anos era uma miragem. Eles passam muito tempo a treinar sozinhos, em altitude, onde quase não há pessoas, são muitas horas sozinho. E maior parte deles quando se vê rodeado de tantas pessoas, não se conseguem soltar e andam muito restringidos. Há algumas excepções mas o Pogacar é o único grande ciclista com star quality do pelotão a partir da próxima época. E mesmo este, quem não se lembra que quase corou e sentiu-se mal por ter "roubado" a vitória do Tour ao Roglic. Hoje em dia é alguém que está muito mais habituado aos adeptos e percebe como funciona o estrelato. Mas depois olhamos para um Vingegaard, e este quase foge das pessoas.
Na minha opinião, desde há muitos anos, que digo que faltam mais bad boys no ciclismo, faltam rock stars, um Cavendish, um Super Mário, um Sagan, um Armstrong (não me batam), hoje em dia os sprinters são uns totós comparado há 20/30 anos atrás. Faltam grandes personalidades como o Vino, o Di Luca, o Pantani. E estes podiam ter sido muito maiores se soubessem falar inglês (principalmente os italianos) porque atraíam/cativavam mais público internacional.
