Grouk
Para mim o grande problema dessa foto é a bicicleta estar do lado errado do poste e claro o Clio que também estraga um bocado...
Lyp
Tenho o LCD mas obviamente não o levo nas voltas porque torna a câmara mais volumosa. Não tenho o back wireless.
O enquadramento é feito sempre a olho, mas a experiência faz com que não ande muito longe do resultado que pretendo. Naturalmente que volta e meia corto algo que não devia, mas aprendi a viver com isso.
Quando a câmara está no chest mount, tenho marcações feitas no pivot de aperto para tomadas de vista nos drops e nos hoods, por forma a conseguir captar um bom equilíbrio entre estrada, paisagem e bicicleta.
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A Gopro tem uma objectiva de aproximadamente 14mm, em equivalente ao sistema 35mm. Com um ângulo de visão de 170º, é com facilidade que captamos os nossos pés, inadvertidamente!
É uma câmara de especialidade e isso acarreta vantagens e limitações. A grande angular foi a escolha de engenharia, porque resolve vários problemas de uma só vez. Por um lado o enorme campo de visão compensa pequenas falhas de enquadramento potenciadas pela falta de visor óptico ou digital de origem. Por outro lado a construção física deste tipo de objectivas faz com que não tivesse sido necessário instalar um sistema de autofoco na Gopro já que a enorme profundidade de campo proporcionada dispensa a necessidade de mais esse componente móvel. Ou seja, tudo foi pensado no sentido de criar uma máquina que fosse o mais simples, robusta e redundante possível.
Obviamente que se fazem coisas interessantes com uma gopro mas, pessoalmente, nunca será uma capaz substituta de uma máquina fotográfica mais completa. A total ausência de controlos manuais deixa totalmente ao critério dos sistemas electrónicos o registo e processamento das fotografias. Isto poupa trabalho ao utilizador mas pode ser frustrante em algumas ocasiões. Por outro lado o efeito grande angular é interessante em algumas situações, mas cansativo se utilizado de forma sistemática. Por isso nas minhas crónicas tento intercalar imagens captadas com outros dispositivos.
Agora é inegável o seu aspecto prático e a versatilidade em termos de captura de tomadas de vista que seriam extremamente complicadas de obter com outras câmaras tradicionais. Em suma, compreendendo as limitações e utilizando as vantagens a nosso favor, esta é uma pequena câmara muito interessante e capaz para registar as aventuras a solo, com amigos, na planície ou na montanha.
E sim, quem carrega no botão tem um papel preponderante no resultado final da fotografia. Por várias razões. Primeiro porque a imagina antes sequer de a registar. Porque se posiciona e posiciona a máquina de acordo com o objectivo pretendido. E depois quando as coisas não correm como o previsto deverá ter a capacidade de perceber o que correu mal e corrigir, buscando um resultado que o satisfaça.
Já agora estafa-me um bocado a discussão em torno da perfeição técnica das fotografias. Com o grande boom do digital nos últimos anos, as pessoas preocupam-se agora mais em obter fotografias perfeitas do que em captar momentos perfeitos. Tome-se como exemplo o Robert Capa.
Uma das suas fotografias mais famosas tem desfoque causado pelo movimento e os pés do sujeito estão cortados. Mas o "momento decisivo" que imortaliza é de uma força tal que prende o observador independentemente de qualquer imperfeição técnica. E grandes fotos de grandes vultos da fotografia replicam esta relação vezes sem conta... e são essas que ficam para sempre! Não é a panorâmica super HD, sem distorção, sem ruído e com 4 filtros de vidro que fizemos depois de 3000000 ziliões de tentativas e que nem sequer vai sair do computador ou do facebook.
Dito isto, uma câmara é uma câmara. E a melhor câmara é aquela que anda sempre connosco e que traz de volta boas memórias para mais tarde recordar. Tal como dizia o jingle!