Lê o que está a sublinhado, eu não vejo nenhum problema em colocar a dita "marca branca", mas também não te sei dizer se o rendimento é diferente pois tenho cartão de combustível da empresa em que trabalho e estou limitado a abastecer sempre no mesmo sitío...
Combustíveis: há margem para baixar os preços
A posição dominante das principais gasolineiras reflecte-se na forma ineficiente como o preço dos combustíveis é fixado. É essencial criar uma autoridade reguladora para assegurar concorrência e transparência no sector.
Temos denunciado a falta de concorrência como o principal motivo para combustíveis caros e resistentes a possíveis descidas, desde Setembro de 2008. Sem outra justificação, Portugal apresenta, desde 2006, preços superiores à média da União Europeia. É o caso da gasolina de 95 octanas, a sexta mais cara. Por ser um bem idêntico em toda a Europa, seria de esperar que, a prazo, os preços médios se aproximassem. Cerca de 90% da gasolina vendida é refinada cá, pelo que o carácter periférico do nosso país não justifica as diferenças. Mais: o custo de transporte só representa 2,4% do valor antes de impostos. Com apenas 4 petrolíferas – Galp, BP, Repsol e Cepsa/Total – a dominarem 73% do mercado, a formação dos preços levanta muitas questões.
Mais rápido a subir, mais lento a descer
O ajuste do preço da gasolina às variações do preço do petróleo segue diferentes velocidades. Comparado com o resto da União Europeia, Portugal demora mais a descer: enquanto uma semana basta para os operadores “lá fora” acertarem os preços, Portugal precisa, por norma, de duas. Já nos períodos de subida, acompanha o padrão europeu, cerca de uma semana.
Talões e promoções escondem margem para descer preços
Com um desconto de quase 12 cêntimos face ao preço final médio, a procura de combustíveis nos postos dos hipermercados tem crescido. De facto, representaram 18% do volume de gasolina vendida no primeiro semestre de 2010. Como as grandes superfícies, as gasolineiras têm margem para descer os preços. Os talões de desconto, cartões de fidelização ou descontos de parcerias escondem essa possibilidade, como prova o nosso exemplo.
Um cliente com talão de desconto de um hipermercado obtém uma redução de 5 cêntimos por litro na Galp. Caso abasteça 30 litros ao Sábado, o ganho equivale a 8 cêntimos por litro, por receber um jornal grátis. Se for ao cinema com os pontos acumulados no cartão FastGalp, amealha um ganho correspondente a 1 cêntimo por litro. No total, soma uma redução de 14 cêntimos por litro de gasolina, o que supera os 11,9 cêntimos de desconto nos postos dos hipermercados. Conclusão: estas políticas promocionais confirmam haver margem para descidas e a companhia petrolífera parece concordar ao criar um posto low-cost.
As gasolineiras argumentam que o combustível das grandes superfícies é de qualidade inferior, o que permite ser mais barato. Nenhum regulador esclareceu esta divergência. Porém, as gasolinas são obrigadas a cumprir critérios legais controlados pelas autoridades competentes, as Direcções Regionais de Economia e ASAE.
Entidade reguladora já
Em 2009, o relatório da Autoridade da Concorrência concluiu não haver cartelização no sector, entendido como uma vitória para as petrolíferas. Porém, confirmou-se a ineficiência na formação dos preços, um abuso que sempre denunciámos. No estudo, foram ainda detectados problemas estruturais e exigidas soluções. Facilitar a abertura de postos combustíveis aos hipermercados ou reduzir os prazos de concessão nas auto-estradas são exemplos. Quase 2 anos depois, a nossa investigação demonstra que as ineficiências persistem e as petrolíferas tardam em cumprir as suas obrigações. Em nome da concorrência e transparência do sector, é urgente criar uma entidade reguladora.
Impostos não justificam ineficiências
Os impostos são responsáveis por 58,6% do preço final dos combustíveis. Tal permite que as gasolineiras escudem-se na política fiscal para justificar o elevado preço dos combustíveis. A tributação tem um peso muito forte, mas isso não explica os problemas que verificámos antes de aplicados os impostos.
Fonte: Deco Proteste