Basicamente as impressões que recolhi ao longo dos últimos 1200Km e 23.000m de acumulado que percorri desde que instalei os pratos há cerca de 2 meses reforçam o que já disse anteriormente sobre os pratos da Rotor.
Como podes ver se leres os tópicos anteriores, coloquei os dois pratos, pois só assim faz sentido usufruir das vantagens deste sistema.
Em termos funcionais são praticamente exemplares. As passagens para o prato maior são muito rápidas e precisas, assim como a queda para o prato mais pequeno. No entanto as passagens ao prato superior devem ser feitas com calma e sem carga excessiva nos crenques, já que o perfil do prato permite zonas de maior afastamento da corrente em relação à caixa do desviador, o que pode provocar o conhecido efeito Schleck.
Em termos estéticos são divinais, sendo que, no entanto, o anodizado poderia ser melhor, não tendo os topos dos dentes pretos resistido muito tempo à abrasão da corrente. Pese embora o facto de que não há alastramento das zonas coçadas, que se mantêm iguais desde as primeiras voltas e que num olhar mais rápido não se notam por aí além no conjunto da bicicleta.
Em termos biomecânicos notei de imediato uma pedalada mais redonda e suave continuando este a ser o benefício mais óbvio para mim e também aquele que mais me interessava.
Ganhei o equivalente a um carreto para o mesmo tipo de percurso e andamento o que me poupa bastante nas subidas mais complicadas que são feitas numa cadência um pouco maior, que se ajusta melhor ao meu estilo de pedalada. Com a adição da cassete 11-26 estou agora perfeitamente à vontade para enfrentar as surpresas com mais de 20% de inclinação que volta e meia se lembram de aparecer nos meus percursos.
Outra melhoria evidente foi na capacidade de manter relações de cadência/velocidade mais elevadas, sobretudo nas tiradas mais planas
Como já tinha referido o quadrícep foi inusitadamente solicitado o que provocou desconforto naquela zona no primeiro para de utilizações. Depois disso o músculo fortaleceu e não mais tive queixas, além do natural cansaço da volta em si.
A propaganda refere uma redução do cansaço global, mas isso é naturalmente inquantificável. Normalmente não tenho cãibras e por isso nesse aspecto não posso afirmar taxativamente que existiu uma melhoria. Uma volta dura é sempre uma volta dura e portanto no final há sempre mossa. Umas vezes maior, outras vezes menor...
A instalação foi simples e rápida como já descrevi. Depois de um reaperto ao final de 150Km, não necessitaram de mais nenhum ajuste. Poderei mais tarde explorar outras posições de rotação mas para já sinto-me bem com o ajuste recomendado por defeito.
Não são de todo um investimento suave. Com o preço deste kit compram-se 3 jogos de pratos da SRAM de gama média. A durabilidade a longo prazo confirmará se é um gasto aceitável em termos de manutenção regular. No entanto acredito que pelo menos conseguirão aguentar dois anos com as devidas atenções com troca regular de correntes, o elemento mais barato de toda a cadeia de desgaste.
Se é uma solução milagrosa? Não.
Se na minha perspectiva valeu o investimento efectuado? Sim.
Caberá a cada um aferir do interesse e da possibilidade de colocarem uns pratos destes. Se o ciclista ocasional poderá não tirar grande vantagem do sistema, quem faz mais quilómetros ou procura um pouco mais de rendimento, poderá vir a notar a diferença. Ainda assim, não faltam casos de quem não tenha notado rigorosamente nada ao passar do sistema convencional para este, daí que não é uma solução universal.