Para mim, uma bicicleta de Cyclocross já é uma coisa demasiado específica, pois é pensada para ter uma geometria específica e com o objectivo de ser muitíssimo leve, o mais leve possível (pois tem que ser transportada sobre obstáculos). É capaz de não servir para outros objectivos que não sejam o Cyclocross.
Existem bicicletas com quadros de geometrias mais abrangentes e que permitem o uso em múltiplos terrenos, seja estrada, seja gravilha, seja terra batida. Basta que as rodas sejam pensadas para acomodar pneus que permitam rolar bem em alcatrão como em terrenos mais instáveis e soltos. Não é difícil encontrar hoje em dia bicicletas que façam isso tudo sem dificuldade.
Não estou a considerar extremos como o contra-relógio (no lado das disciplinas de estrada) ou o downhill (no lado das disciplinas de MTB), estou a considerar tudo o que está pelo meio. E há hoje em dia milhentas bicicletas, quadros e opções que conseguem preencher os requisitos do que está pelo meio, sem que seja preciso ter 17 bicicletas diferentes.
Eu tenho uma bicicleta que não é nada de especial, quadro de aço 4130, marca Singular, modelo Osprey, mas que acomoda pneus até 700x33C e já fiz com ela passeios inacreditáveis, em terra batida, gravilha, pelo meio da serra de Monchique e serras próximas, e também já fiz estrada com ela, com pneus 25 e 28C, com e sem guarda-lamas, com carga à frente e atrás, sem problemas de nenhum tipo.