O regresso ao Paraíso - Serra da Freita e Mizarela
Setembro 2015, 5 de Setembro
Desde a minha ultima passagem na Serra da Freita, em Abril de 2014, que tinha ficado um espinho entalado por lá ter passado a correr, sem grande tempo para ver toda a paisagem e disfrutar de uns valentes quilómetros de bicicleta por aquelas estradas fantásticas do planalto da Serra da Freita com toda a calma que o local merece. Já desde essa altura que andava a planear voltar à Serra da Freita, mas não queria repetir o percurso que tinha feito e já tinha revirado o mapa algumas vezes com alguns traçados, mas nenhum que me satisfizesse. Há algum tempo atrás o user Petrix colocou uma serie de fotos no seu tópico de um percurso que tinha feito pela N227 e que incluía a subida à Serra da Freita, aquilo despertou-me a curiosidade e a partir daí foi traçar um percurso que saísse de Arouca, tivesse a N227 e o prato principal uma nova subida à Serra da Freita por uma vertente nova e depois para terminar o passeio o planalto da Serra da Freita com passagem na Frecha da Mizarela.
Já tinha o percurso delineado á duas ou três semanas e, durante a semana passada o meu companheiro de aventuras, o Manuel, pergunta-me:
- Quando é que vamos passear?
-Se correr bem e o tempo estiver bom, no próximo sábado, respondi-lhe.
-Vamos para onde?
-Existe este passeio com passagem por tal parte, aquele outro que passa por tal sitio e existe um ali para Arouca que gostava de fazer.
-Arouca, responde o Manuel…. Hum a ultima vez foi penoso, mas quero acabar com os fantasmas e estou melhor, vamos para Arouca.
Sábado ainda de madrugada, toca o despertador, levantar, preparar algumas coisas que ainda faltavam, tomar pequeno almoço e toca a rumar até Arouca.
Viagem de carro, quase toda ela feita ainda de noite até perto de Castelo de Paiva. Aqui já se começavam a ver os primeiros raios de luz, foi apanhar a N224 e tranquilidade absoluta até Arouca, esta estrada é mesmo um deserto, mas como já disse, prefiro faze-la de bicicleta, de carro é um tormento por as centenas de curvas e curvinhas que tem.
Chegamos a Arouca, estacionar os carros no local do costume, preparar bicicletas e os sacos com a logística para a viagem e cerca de 20 minutos depois estávamos a sair.
Alguma neblina matinal em Arouca e o tempo algo fresco, mesmo estando no verão optamos por levar vestimenta de manga comprida e que bem que soube nas primeiras horas de viagem.
Um inicio em descida e um pequeno olhar lá para cima para o planalto da Serra da Freita que umas horas depois nos havia de receber e, rapidamente chegamos à viragem para a EM 511-2, a partir daqui era em subida, ritmo baixo, sossego total.
Estrada perfeitamente ciclável e sem grandes estragos, chegamos a Lourosa de Matos e aí a primeira grande dificuldade do dia, cerca de um quilómetro com inclinações menos próprias para quem anda de bicicleta, algo entre os 12 e os 19%.
Dificuldade ultrapassada, continuamos em subida, bastante fácil e dava para ir vendo toda a envolvência paisagística, as casas, as pessoas na sua labuta nos campos, ouvia-se de longe a longe o barulho de água e dos pássaros, fantástico.
Chegamos a Chão de Ave, nova viragem à esquerda para uma estrada secundária, CM 1356, estrada esta não tão boa como a anterior, com o alcatrão a acusar a passagem dos anos e lá estávamos novamente em subida. Mais uma vez paisagem muita idêntica à anterior e muito sossego.
Subida feita, descida até Varziela, esta descida tem algumas partes onde o piso está bastante degradado e com algumas crateras de tamanho considerável. Finda a descida, entramos numa estrada muito melhor, rotunda à esquerda e estávamos na N227.
Passagem por Cepelos, fizemos a nossa primeira paragem para um café.
Café tomado e seguimos vigam na N227 por Irijó, Currais. A estrada ia sempre subindo, nada de muito considerável face ao que já tínhamos apanhado anteriormente. A N227 é uma estrada fantástica, praticamente sem trânsito, piso em muito bom estado, sossego e em algumas partes tem bons apontamentos paisagísticos.