trepadores da Figueira
Well-Known Member
Para 2012 fica já aqui um apelo á participação massiva de todos os meus amigos, mesmo os que ainda não conheço, para virem comigo pedalar de Tróia a Sagres a 15 de Dezembro.
O Tróia-Sagres não é uma Organização da Ciclonatur, nem é uma organização sequer. É tão sómente o resultado de um convite que faço aos meus amigos para virem comigo fazer esta ligação por estrada e ajudarem-me a levar por diante esta minha obstinação anual.
O Percurso do Tróia-Sagres são 200 Kms medidos com um GPS. A bicicleta a utilizar , de 1 ou mais lugares, caracterizada como tal por apresentar: guiador de BTT e apoios no quadro para cantilevers ou travão de disco. Tudo o restante é da livre escolha de cada um.
Sugere-se (mas, sendo um passeio de amigos cada um é livre de fazer como quiser):
* Partida de Tróia às 8:00 para o 1º grupo
* O horário dos barcos em Setúbal que viabilizam este timing são: 6:45 e 7:55
* Cada grupo no máximo com 7 pessoas
* Cada pessoa deve procurar encaixar-se num grupo que à partida se proponha a rolar a uma média que esteja ao seu alcance.
* As partidas feitas segundo a vontade de cada grupo já constítuido, bastando apenas fixar a hora a que estão a partir.
* As partidas devem ser feitas espaçadas e não devem os grupos rolar juntos mantendo sempre uma distância razoável entre eles de forma a possibilitar o bom desenvolvimento do trânsito nas estradas, que embora não principais têm algum movimento neste fim de semana.
* Aconselha-se que os grupos mais lentos partam primeiro.
* Habitualmente fazemos 2 paragens de cerca de 5 minutos cada para abastecimento. A primeira cerca do Km 73 junto ao cruzamento para S. Torpes em frente à Central Termo-eléctrica de Sines e a segunda na povoação do Rogil no café o Pão do Rogil, ao Km 150. No entanto cada grupo pode escolher fazer as paragens que quiser com a duração que quiser.
* O objectivo é chegar antes do Sol posto que por esta altura será cerca das 17h.
* Para fins estatísticos o tempo que normalmente contabilizamos é o tempo a andar, portanto as paragens não contam.
* Os carros de assistência não devem andar em marcha lenta atrás dos grupos mas sim deslocarem-se por etapas de cerca de 20 Kms cada esperando até que o seu ciclista ou grupo passe e alguns minutos depois arrancar de novo, ultrapassar o grupo de novo e parar uns quilómetros mais à frente, repetindo sempre esta tarefa. Próximo do Rogil e se assim o entender é de boa estratégia que o carro de assistência em antecipação prepare os cafés ou outras bebidas ou comidas no café O Pão do Rogil para quando o grupo chegar ter tudo preparado.
* Os carros de assistência devem tentar não perturbar o trânsito nas estradas e encostar sempre em local retraído na berma da estrada.
* Para quem tem GPS o traçado do percurso está disponível na nossa página de GPS
A história do Tróia - Sagres
Quando fiz 40 anos, o que aqui entre nós, não foi assim há tanto tempo, estabeleci para mim próprio um teste anual para contrariar a sensação de velho que minhas filhas já adultas me faziam sentir.
Tinha de ser um teste duro e dificilmente ao meu alcance. Como por essa altura fazia atletismo de fundo e sobretudo ultramaratonas, não fazia muito sentido estabelecer objectivos no desporto para o qual estava bem treinado. Daí pensei na bicicleta que era algo que não praticava com regularidade.
Em cada Natal, com a reunião de toda a família, ficamos particularmente mais sensível ao tema da velhice e nesse mesmo ano de 1990 decidi que a viagem que invariavelmente fazia a Sagres para passar o fim de ano com a família passaria a fazê-la de bicicleta todos os anos até que pudesse. Este era o teste, ir de Tróia a Sagres de bicicleta num só dia e chegar antes de anoitecer.
Ora se por um lado com a minha devoção ao BTT, o que aconteceu logo no ano a seguir, isso tornou o objectivo a alcançar menos duro e fácil de conseguir, por outro lado a mudança da hora de Inverno para um hora mais cedo veio a tornar as coisas mais complicadas.
Nesse 1º ano de 1990 levei 10 horas e 25 minutos a chegar a Sagres depois de muito suor e lágrimas. Em 2003 no entanto gastei apenas 6 horas e 12 minutos.
Vários são os factores que podem contribuir positivamente para tornar a viagem mais: fácil:
Ir em grupo, o tempo colaborar, não haver vento de frente, a boa alimentação nos dias anteriores, dormir suficientemente nas noites anteriores, comer um farto pequeno almoço no dia, e ter um carro de assistência.
Felizmente todos os anos há uns quantos amigos que respondem afirmativamente ao meu convite para me acompanharem nesta loucura o que torna a viagem mais agradável e o convívio ao jantar nesse dia transforma-se num dos bons momento da minha vida.
A tomada de tempo na chegada a Sagres é feita na placa toponímia de entrada na vila e a concentração depois da chegada é junto ao Posto de Turismo de Sagres.
O dia da viagem
Baseado na experiência dos anos anteriores começo em Tróia por preparar a sandes que vou comer na 1º paragem e deixar na Assistência, encher o Camel-Bak de água até à 1º paragem e enfiar uma barra energética atrás na blusa. Durante todo este tempo mantenho-me bastante agasalhado por causa do frio. A seguir faço uns bons exercícios de aquecimento das articulações e procuro isolar-me por uns momentos para entrar descontraidamente no espírito do que vou fazer a seguir. Dou algumas instruções ao meu grupo de como vamos progredir em grupo, isto é; Vamos sempre em fila indiana cabendo a cada um a tarefa de puxar à frente durante 2 Kms se não houver vento de frente e 1 Km se o vento soprar de Sul com pouca intensidade, se o vento for muito forte encurta-se ainda mais o espaço que cada um puxa à frente.A rotação faz-se por "queda" para trás do que vai na frente.
Procuramos rolar durante os primeiros 10 minutos a uma velocidade inferior a 30 Kms/h (sem vento) e a partir daí vamos progressivamente aumentando o ritmo durante os 20 minutos seguintes de forma a que nos fixemos numa velocidade de rolamento média de 35/38 Kms/h (nas zonas planas) até ao final em Sagres.
O percurso que faço é sempre o mesmo todos os anos e ano após ano tenho assistido a um progressivo melhoramento do piso das estradas o que também contribui para uma melhor e mais cómoda viagem
O percurso
- Saída de Tróia na rotunda à saída dos ferry.
- Passagem por Comporta, Torre e Carvalhal
- Virar à direita para MELIDES no entroncamento a seguir.
- Passagem por Pinheiro da Cruz e Melides
- Virar à direita para Santo André/Sines no entroncamento a seguir
- Em ALDEIA DE BRESCOS virar à esquerda para SINES
- Passagem pela Cidade Nova de Santo André, entrar na via rápida para Sines e na rotunda perto de Sines seguir em frente na direcção do Algarve.
- Junto a Sines não seguir para Sines e virar à esquerda na direcção do Cercal.
- Passagem junto à central Termo-eléctrica (aqui faço a 1º paragem de 5 minutos para abastecimento).
- Virar à direita para PORTO COVO no entroncamento mais à frente.
- Virar à esquerda na direcção ALGARVE no entroncamento a seguir.
- Virar à esquerda na direcção ALGARVE no 2º entroncamento a seguir.
- Passagem por Foros de Pouca Farinha, Vale Mouro e Ribeira da Azenha.
- Virar à direita nas Brunheiras na direcção de Vila Nova de Milfontes.
- Passagem sobre a ponte do rio Mira junto a Milfontes e uns bons quilómetros mais à frente- Sair para a direita na direcção do CABO SARDÃO,
- Virar para a esquerda na direcção de Fataca no entroncamento a seguir.
- Passagem por Fataca, cruzamento de Daroeira e Malavado.
- Virar à esquerda na direcção de S. Teotónio no entroncamento a seguir
- Virar à direita na direcção de Lagos no entroncamento ao chegar a S. Teotónio.
- Passagem por Baiona, Odeceixe, Maria Vinagre, Rogil (aqui faço a 2º paragem para abastecimento no café O PÃO DO ROGIL onde em antecipação já mandei o meu carro de assistência pedir para preparar um chá quente e uma tosta mista) e Aljezur.
- Virar à direita na direcção de SAGRES no entrocamento mais à frente onde se larga a estrada principal que vai para Lagos.
- Passagem por Alfombras, Bordeira, Carrapateira e Vila do Bispo.
- Em Vila do Bispo tomar a via rápida para Sagres.
- Chegada a Sagres, na 1º rotunda sair à esquerda na direcção do centro da vila. Na 2º rotunda junto à Praça da República, seguir em frente pela esquerda na direcção da Baleeira. - Como habitualmente este ano a paragem faz-se junto ao Posto de Turismo em frente à Praia da Mareta.
Obrigado pela vossa companhia, camaradagem e encorajamento.
Os números da história do Tróia-Sagres em BTT
Participações melhor tempo
1990 - Sozinho - 10h 25m
1991 - 2 loucos (acabo sozinho) - 9h 45m
1992 - Sozinho - 8h 36m
1993 - Sozinho - 8h 15m
1994 - 2 loucos (acabamos 2) - 8h 02m
1995 - 2 loucos (acabo sozinho) - 8h 05m
1996 - 8 loucos (acabam 7) - 7h 23m
1997 - 18 destemidos, 2 loucas mulheres (acabam 10 e as 2 mulheres) - 6h 38m
1998 - 40 destemidos, 4 loucas mulheres (acabam 39, incl. 4 mulheres) - 6h 32m
1999 - 48 destemidos (acabaram 32 ) - 7h 02m
2000 - 57 destemidos, 1 destemida mulher (acabaram 52, incl a mulher) - 6h 23m
2001 - 63 destemidos, 1 mulher (acabaram muitos e a corajosa mulher) - 6h 42m nota: Todos os tempos apontados foram realizados pelo grupo em que eu me inseria excepto em 2001, que fiz 6h 55m
2002 - 165 participantes, algumas mulheres, (acabaram mais de 90%), melhor tempo que constitue novo record: 6h 04m. Bati o meu record pessoal e fiz 6h 17m.
2003 – 334 participantes, muitas mulheres, (acabaram muitos), melhor tempo é de 5h 56m. Bati de novo o meu record que passa a ser de 6h 12m.
2004 – 220 participantes, algumas mulheres (acabaram quase todos), melhor tempo é de novo record e passa a ser de 5h 25m. Fui em passeio este ano e fiz 6h 52m.
2005 – Cerca de 350 participantes, muitas mulheres. Quase todos acabaram, alguns a altas horas da noite. Bati de novo o meu record, embora não tivesse disposto a isso no ínicio. É agora 6 h 06.
2006 – Cerca de 500 participantes.
2007 – Cerca de 500 participantes
2008 – Cerca de 600 participantes à partida em Tróia, mas devido ao temporal que se fez sentir todo o dia, só cerca de 150 chegaram ao fim. Devido a uma teimosa gripe e à consequente pioria da mesma durante o evento, pela primeira em 19 anos do Tróia Sagres não consegui completar, tendo ficado pelo km 140. Febre e arrepios de frio ditaram a minha sorte daquele dia.
2009 - Cerca de 740 partiram de Tróia num dia muito ameno e perfeito para o evento. Foi o 20ª Tróia-Sagres, e tenho muitos amigos a pedalar comigo. A convalescer de uma lesão no joelho, este ano demorei 7h 20m a chegar a Sagres. Muito ajudado por um grupo de velhos amigos que formaram uma parede na minha frente durante todo o caminho. Obrigado André, Bruno, José Carlos, Borrego, Cláudio, Suzana e Diogo.
2010 - Cerca de 1200 à partida de Tróia (Alguns a partirem mais à frente na Comporta). Uma grande festa por essas estradas do Sul do país. Com esta dimensão de participação, num evento que não é uma organização é impossível de saber exactamente quantos partiram e quantos chegaram. Mas, obrigado a todos os que me acompanharam este ano e tornaram esta minha obstinação de ligar Tróia a Sagres de bicicleta todos os anos por altura do Natal, um dia inesquecível onde não pude esconder a emoção ao ver tanta gente animada do mesmo espírito, o espírito da superação pessoal, do mais puro antivedetismo e da mais simples e sincera vontade de pedalar horas a fio. OBRIGADO a todos.
Pela primeira vez num Tróia-Sagres furei logo ao km 20 e só consegui arranjar uma roda de substituição ao km 105. Mesmo assim adorei cada quilometro dos que fiz.
2011 - Cerca de....(mais que muitos). Muitos mais que no ano anterior. Impossível de contar. Saí pelas 7:30 e nas rectas desde Tróia à Comporta via na minha frente filas compactas de ciclistas que ainda de noite se fizeram à estrada. Nunca poderia alguma vez ter imaginado, há 20 anos atrás, no que o meu Tróia-Sagres se viria a tornar. Uma autentica e expontanea festa do ciclismo nacional na sua forma mais livre e descomprometida que nesta altura do ano preenche as estradas da costa para sul e que congrega gentes de todas as idades e classes sociais. Sem qualquer pretenciosismo, sem qualquer organização, sem qualquer cobertura mediática, sem qualquer ambição, com a harmonia de um caos organizado, o Tróia-Sagres tornou-se a maior CLÁSSICA do ciclismo nacional. Orgulho-me de ter sido o embrião deste acontecimento e enquanto puder tudo farei para zelar pela sua continuidade com esta sua fórmula que sempre se baseou num passeio de amigos ao fim de semana. UM GRANDE OBRIGADO a todos os meus velhos e novos amigos.
Este ano tive a alegria de ter por companhia durante os priemiros 100 kms, a minha companheira de sempre, a Berta, de quem me despedi em Milfontes para fazer sózinho, os restantes kms até Sagres. Terminei exactamente ao sol-posto, missão cumprida.
xau e bons treinos
O Tróia-Sagres não é uma Organização da Ciclonatur, nem é uma organização sequer. É tão sómente o resultado de um convite que faço aos meus amigos para virem comigo fazer esta ligação por estrada e ajudarem-me a levar por diante esta minha obstinação anual.
O Percurso do Tróia-Sagres são 200 Kms medidos com um GPS. A bicicleta a utilizar , de 1 ou mais lugares, caracterizada como tal por apresentar: guiador de BTT e apoios no quadro para cantilevers ou travão de disco. Tudo o restante é da livre escolha de cada um.
Sugere-se (mas, sendo um passeio de amigos cada um é livre de fazer como quiser):
* Partida de Tróia às 8:00 para o 1º grupo
* O horário dos barcos em Setúbal que viabilizam este timing são: 6:45 e 7:55
* Cada grupo no máximo com 7 pessoas
* Cada pessoa deve procurar encaixar-se num grupo que à partida se proponha a rolar a uma média que esteja ao seu alcance.
* As partidas feitas segundo a vontade de cada grupo já constítuido, bastando apenas fixar a hora a que estão a partir.
* As partidas devem ser feitas espaçadas e não devem os grupos rolar juntos mantendo sempre uma distância razoável entre eles de forma a possibilitar o bom desenvolvimento do trânsito nas estradas, que embora não principais têm algum movimento neste fim de semana.
* Aconselha-se que os grupos mais lentos partam primeiro.
* Habitualmente fazemos 2 paragens de cerca de 5 minutos cada para abastecimento. A primeira cerca do Km 73 junto ao cruzamento para S. Torpes em frente à Central Termo-eléctrica de Sines e a segunda na povoação do Rogil no café o Pão do Rogil, ao Km 150. No entanto cada grupo pode escolher fazer as paragens que quiser com a duração que quiser.
* O objectivo é chegar antes do Sol posto que por esta altura será cerca das 17h.
* Para fins estatísticos o tempo que normalmente contabilizamos é o tempo a andar, portanto as paragens não contam.
* Os carros de assistência não devem andar em marcha lenta atrás dos grupos mas sim deslocarem-se por etapas de cerca de 20 Kms cada esperando até que o seu ciclista ou grupo passe e alguns minutos depois arrancar de novo, ultrapassar o grupo de novo e parar uns quilómetros mais à frente, repetindo sempre esta tarefa. Próximo do Rogil e se assim o entender é de boa estratégia que o carro de assistência em antecipação prepare os cafés ou outras bebidas ou comidas no café O Pão do Rogil para quando o grupo chegar ter tudo preparado.
* Os carros de assistência devem tentar não perturbar o trânsito nas estradas e encostar sempre em local retraído na berma da estrada.
* Para quem tem GPS o traçado do percurso está disponível na nossa página de GPS
A história do Tróia - Sagres
Quando fiz 40 anos, o que aqui entre nós, não foi assim há tanto tempo, estabeleci para mim próprio um teste anual para contrariar a sensação de velho que minhas filhas já adultas me faziam sentir.
Tinha de ser um teste duro e dificilmente ao meu alcance. Como por essa altura fazia atletismo de fundo e sobretudo ultramaratonas, não fazia muito sentido estabelecer objectivos no desporto para o qual estava bem treinado. Daí pensei na bicicleta que era algo que não praticava com regularidade.
Em cada Natal, com a reunião de toda a família, ficamos particularmente mais sensível ao tema da velhice e nesse mesmo ano de 1990 decidi que a viagem que invariavelmente fazia a Sagres para passar o fim de ano com a família passaria a fazê-la de bicicleta todos os anos até que pudesse. Este era o teste, ir de Tróia a Sagres de bicicleta num só dia e chegar antes de anoitecer.
Ora se por um lado com a minha devoção ao BTT, o que aconteceu logo no ano a seguir, isso tornou o objectivo a alcançar menos duro e fácil de conseguir, por outro lado a mudança da hora de Inverno para um hora mais cedo veio a tornar as coisas mais complicadas.
Nesse 1º ano de 1990 levei 10 horas e 25 minutos a chegar a Sagres depois de muito suor e lágrimas. Em 2003 no entanto gastei apenas 6 horas e 12 minutos.
Vários são os factores que podem contribuir positivamente para tornar a viagem mais: fácil:
Ir em grupo, o tempo colaborar, não haver vento de frente, a boa alimentação nos dias anteriores, dormir suficientemente nas noites anteriores, comer um farto pequeno almoço no dia, e ter um carro de assistência.
Felizmente todos os anos há uns quantos amigos que respondem afirmativamente ao meu convite para me acompanharem nesta loucura o que torna a viagem mais agradável e o convívio ao jantar nesse dia transforma-se num dos bons momento da minha vida.
A tomada de tempo na chegada a Sagres é feita na placa toponímia de entrada na vila e a concentração depois da chegada é junto ao Posto de Turismo de Sagres.
O dia da viagem
Baseado na experiência dos anos anteriores começo em Tróia por preparar a sandes que vou comer na 1º paragem e deixar na Assistência, encher o Camel-Bak de água até à 1º paragem e enfiar uma barra energética atrás na blusa. Durante todo este tempo mantenho-me bastante agasalhado por causa do frio. A seguir faço uns bons exercícios de aquecimento das articulações e procuro isolar-me por uns momentos para entrar descontraidamente no espírito do que vou fazer a seguir. Dou algumas instruções ao meu grupo de como vamos progredir em grupo, isto é; Vamos sempre em fila indiana cabendo a cada um a tarefa de puxar à frente durante 2 Kms se não houver vento de frente e 1 Km se o vento soprar de Sul com pouca intensidade, se o vento for muito forte encurta-se ainda mais o espaço que cada um puxa à frente.A rotação faz-se por "queda" para trás do que vai na frente.
Procuramos rolar durante os primeiros 10 minutos a uma velocidade inferior a 30 Kms/h (sem vento) e a partir daí vamos progressivamente aumentando o ritmo durante os 20 minutos seguintes de forma a que nos fixemos numa velocidade de rolamento média de 35/38 Kms/h (nas zonas planas) até ao final em Sagres.
O percurso que faço é sempre o mesmo todos os anos e ano após ano tenho assistido a um progressivo melhoramento do piso das estradas o que também contribui para uma melhor e mais cómoda viagem
O percurso
- Saída de Tróia na rotunda à saída dos ferry.
- Passagem por Comporta, Torre e Carvalhal
- Virar à direita para MELIDES no entroncamento a seguir.
- Passagem por Pinheiro da Cruz e Melides
- Virar à direita para Santo André/Sines no entroncamento a seguir
- Em ALDEIA DE BRESCOS virar à esquerda para SINES
- Passagem pela Cidade Nova de Santo André, entrar na via rápida para Sines e na rotunda perto de Sines seguir em frente na direcção do Algarve.
- Junto a Sines não seguir para Sines e virar à esquerda na direcção do Cercal.
- Passagem junto à central Termo-eléctrica (aqui faço a 1º paragem de 5 minutos para abastecimento).
- Virar à direita para PORTO COVO no entroncamento mais à frente.
- Virar à esquerda na direcção ALGARVE no entroncamento a seguir.
- Virar à esquerda na direcção ALGARVE no 2º entroncamento a seguir.
- Passagem por Foros de Pouca Farinha, Vale Mouro e Ribeira da Azenha.
- Virar à direita nas Brunheiras na direcção de Vila Nova de Milfontes.
- Passagem sobre a ponte do rio Mira junto a Milfontes e uns bons quilómetros mais à frente- Sair para a direita na direcção do CABO SARDÃO,
- Virar para a esquerda na direcção de Fataca no entroncamento a seguir.
- Passagem por Fataca, cruzamento de Daroeira e Malavado.
- Virar à esquerda na direcção de S. Teotónio no entroncamento a seguir
- Virar à direita na direcção de Lagos no entroncamento ao chegar a S. Teotónio.
- Passagem por Baiona, Odeceixe, Maria Vinagre, Rogil (aqui faço a 2º paragem para abastecimento no café O PÃO DO ROGIL onde em antecipação já mandei o meu carro de assistência pedir para preparar um chá quente e uma tosta mista) e Aljezur.
- Virar à direita na direcção de SAGRES no entrocamento mais à frente onde se larga a estrada principal que vai para Lagos.
- Passagem por Alfombras, Bordeira, Carrapateira e Vila do Bispo.
- Em Vila do Bispo tomar a via rápida para Sagres.
- Chegada a Sagres, na 1º rotunda sair à esquerda na direcção do centro da vila. Na 2º rotunda junto à Praça da República, seguir em frente pela esquerda na direcção da Baleeira. - Como habitualmente este ano a paragem faz-se junto ao Posto de Turismo em frente à Praia da Mareta.
Obrigado pela vossa companhia, camaradagem e encorajamento.
Os números da história do Tróia-Sagres em BTT
Participações melhor tempo
1990 - Sozinho - 10h 25m
1991 - 2 loucos (acabo sozinho) - 9h 45m
1992 - Sozinho - 8h 36m
1993 - Sozinho - 8h 15m
1994 - 2 loucos (acabamos 2) - 8h 02m
1995 - 2 loucos (acabo sozinho) - 8h 05m
1996 - 8 loucos (acabam 7) - 7h 23m
1997 - 18 destemidos, 2 loucas mulheres (acabam 10 e as 2 mulheres) - 6h 38m
1998 - 40 destemidos, 4 loucas mulheres (acabam 39, incl. 4 mulheres) - 6h 32m
1999 - 48 destemidos (acabaram 32 ) - 7h 02m
2000 - 57 destemidos, 1 destemida mulher (acabaram 52, incl a mulher) - 6h 23m
2001 - 63 destemidos, 1 mulher (acabaram muitos e a corajosa mulher) - 6h 42m nota: Todos os tempos apontados foram realizados pelo grupo em que eu me inseria excepto em 2001, que fiz 6h 55m
2002 - 165 participantes, algumas mulheres, (acabaram mais de 90%), melhor tempo que constitue novo record: 6h 04m. Bati o meu record pessoal e fiz 6h 17m.
2003 – 334 participantes, muitas mulheres, (acabaram muitos), melhor tempo é de 5h 56m. Bati de novo o meu record que passa a ser de 6h 12m.
2004 – 220 participantes, algumas mulheres (acabaram quase todos), melhor tempo é de novo record e passa a ser de 5h 25m. Fui em passeio este ano e fiz 6h 52m.
2005 – Cerca de 350 participantes, muitas mulheres. Quase todos acabaram, alguns a altas horas da noite. Bati de novo o meu record, embora não tivesse disposto a isso no ínicio. É agora 6 h 06.
2006 – Cerca de 500 participantes.
2007 – Cerca de 500 participantes
2008 – Cerca de 600 participantes à partida em Tróia, mas devido ao temporal que se fez sentir todo o dia, só cerca de 150 chegaram ao fim. Devido a uma teimosa gripe e à consequente pioria da mesma durante o evento, pela primeira em 19 anos do Tróia Sagres não consegui completar, tendo ficado pelo km 140. Febre e arrepios de frio ditaram a minha sorte daquele dia.
2009 - Cerca de 740 partiram de Tróia num dia muito ameno e perfeito para o evento. Foi o 20ª Tróia-Sagres, e tenho muitos amigos a pedalar comigo. A convalescer de uma lesão no joelho, este ano demorei 7h 20m a chegar a Sagres. Muito ajudado por um grupo de velhos amigos que formaram uma parede na minha frente durante todo o caminho. Obrigado André, Bruno, José Carlos, Borrego, Cláudio, Suzana e Diogo.
2010 - Cerca de 1200 à partida de Tróia (Alguns a partirem mais à frente na Comporta). Uma grande festa por essas estradas do Sul do país. Com esta dimensão de participação, num evento que não é uma organização é impossível de saber exactamente quantos partiram e quantos chegaram. Mas, obrigado a todos os que me acompanharam este ano e tornaram esta minha obstinação de ligar Tróia a Sagres de bicicleta todos os anos por altura do Natal, um dia inesquecível onde não pude esconder a emoção ao ver tanta gente animada do mesmo espírito, o espírito da superação pessoal, do mais puro antivedetismo e da mais simples e sincera vontade de pedalar horas a fio. OBRIGADO a todos.
Pela primeira vez num Tróia-Sagres furei logo ao km 20 e só consegui arranjar uma roda de substituição ao km 105. Mesmo assim adorei cada quilometro dos que fiz.
2011 - Cerca de....(mais que muitos). Muitos mais que no ano anterior. Impossível de contar. Saí pelas 7:30 e nas rectas desde Tróia à Comporta via na minha frente filas compactas de ciclistas que ainda de noite se fizeram à estrada. Nunca poderia alguma vez ter imaginado, há 20 anos atrás, no que o meu Tróia-Sagres se viria a tornar. Uma autentica e expontanea festa do ciclismo nacional na sua forma mais livre e descomprometida que nesta altura do ano preenche as estradas da costa para sul e que congrega gentes de todas as idades e classes sociais. Sem qualquer pretenciosismo, sem qualquer organização, sem qualquer cobertura mediática, sem qualquer ambição, com a harmonia de um caos organizado, o Tróia-Sagres tornou-se a maior CLÁSSICA do ciclismo nacional. Orgulho-me de ter sido o embrião deste acontecimento e enquanto puder tudo farei para zelar pela sua continuidade com esta sua fórmula que sempre se baseou num passeio de amigos ao fim de semana. UM GRANDE OBRIGADO a todos os meus velhos e novos amigos.
Este ano tive a alegria de ter por companhia durante os priemiros 100 kms, a minha companheira de sempre, a Berta, de quem me despedi em Milfontes para fazer sózinho, os restantes kms até Sagres. Terminei exactamente ao sol-posto, missão cumprida.
xau e bons treinos