A Volta a Portugal – antevisão do percurso
A Volta a Portugal ganhou forma. É um percurso a norte do país, como a grande maioria das Voltas anteriores, curiosamente incrementado, com um organizador sediado no sul, que ao longo da época apenas realiza provas na sua área de influência.
A corrida irá ser interessante, como o comprova o grau de selectividade das etapas. Em dez , metade têm final em contagens de Montanha, Senhora da Assunção em Santo Tirso (2.ª etapa), Senhora da Graça em Mondim de Basto (3.ª etapa), Gouveia (4.ª etapa) e Torre (8.ª etapa), e o contra-relógio entre Sabugal e Guarda (7.ª etapa) .
Ao iniciar a prova no norte, a prova corre riscos de alguma descaracterização. Não será muito comum assistir-se a duas chegadas selectivas como o são a Senhora da Assunção em, Santo Tirso ( 2ª etapa), e Senhora da Graça ( 3ª etapa), logo no início da Volta.
Valha-nos a primeira etapa, chegada a Oliveira do Bairro, para proporcionar uma rodagem, por pequena que seja, para afrontar as dificuldades seguintes.
Será, por força disso, uma Volta traiçoeira, em que nem todos se irão adaptar.
Com o passar dos anos, a Volta a Portugal cada vez se assemelha mais a uma Volta até o sul do Tejo, limitada com uma incursão pelo Minho, deixando de fora o nordeste transmontano, ao que não será alheio as limitações orçamentais das Câmaras Municipais destas regiões, o que impede a visita da caravana, há já alguns anos.
Por outro lado, com apenas dez dias de corrida, num país tão assimétrico como nosso, não é muito fácil a um organizador levar a prova do Algarve a Trás Os Montes, sem recorrer a grandes neutralizações, sempre indesejadas pelos ciclistas.
Temos, na essência, um percurso duro e selectivo, ao qual não se podem deixar grandes críticas negativas, face ao esforço que representa colocar de pé esta organização.
Mesmo assim, a Volta terá duas estreias : Trofa e Sabugal, ambas com partidas de etapa.
Uma outra novidade terá sido, finalmente, o retorna à Covilhã, depois dos ” arrufos ” entre a edilidade e a organização. E o regresso parece via a dar que falar, pois partindo da Covilhã, os ciclistas darão uma pequena volta de “ aquecimento” para entrarem na Serra via Penhas da Saúde , descem a Manteigas e sobem as Penhas Douradas para depois terminarem de Seia para a Torre pelo Sabugueiro.
Com uma prova tão pequena, o figurino com uma etapa em linha a terminar em Lisboa, não se nos afigura a melhor solução. Melhor seria , se a ultima etapa fosse disputada em c/relógio, o que faria aumentar o nível competitivo.
Eis a nossa previsão :
4 Agosto: Prólogo Fafe
5 Agosto: 1.ª Trofa – Oliveira do Bairro
6 Agosto: 2.ª Ol. Azeméis – Sr.ª da Assunção
7 Agosto: 3.ª V. Castelo – Sr.ª da Graça
8 Agosto: 4.ª Lamego – Gouveia
9 Agosto: 5.ª Oliveira do Hospital – Viseu
10 Agosto: Descanso
11 Agosto: 6.ª Aveiro – Castelo Branco
12 Agosto: 7.ª Sabugal – Guarda (CRI)
13 Agosto: 8.ª Seia – Torre
14 Agosto: 9.ª Covilhã – Sertã
15 Agosto: 10.ª Sintra – Lisboa
PS – esperamos não nos termos enganado nesta antevisão do percurso da Volta .
Fonte: Jornal Ciclismo