E estamos de volta...
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Espigão de selim: Syntace P6 Carbon
Projectado para ser um quadro de endurance, o R230 utiliza uma medida de espigão de 27.2mm, um pouco em contra corrente com a tendência actual do "mais e maior".
Ao contrário de outros componentes que se querem com índices máximos de rigidez, uma certa dose de flexão no espigão é vantajosa, no sentido em que há um aumento do conforto do ciclista em pisos degradados e uma maior absorção do “ruído” da estrada.
Com a proliferação dos quadros com tubagens mais generosas e, consequentemente dos espigões 31.6mm, mais rígidos, percorre-se agora um caminho inverso, em busca de algum do conforto perdido.
Com os fabricantes de quadros pouco interessados em voltar aos tubos mais finos, recai sobre os fabricantes de espigões essa “responsabilidade”. Desde a construção S.A.V.E. da Cannondale, passando pelo espigão Ritchey com fibras de basalto até à nova versão HiFlex do Syntace P6, várias são as propostas centradas no objectivo de oferecer ao ciclista algum incremento de conforto.
Perante a vantagem de conseguir um maior conforto, o único contra desta opção da Lynskey foi mesmo o facto me obrigar a comprar um espigão novo. Pequeno inconveniente diria, tendo em conta a promoção que uma conhecida loja online fez ao seu stock de espigões mais “antigos”.
Para minha sorte e proveito, um dos espigões que estava em promoção, a menos de metade do preço normal de mercado, era precisamente o Syntace P6, que já estava destinado a integrar esta montagem desde sempre, uma vez que teve uma prestação absolutamente irrepreensível na BMC.
Discutivelmente este será um dos mais completos espigões de selim do mercado e olhando para as características, percebe-se porquê.
Para começar são 3 espigões num só. A sua cabeça de fixação em alumínio tem um engenhoso sistema de plataforma que permite colocar o selim numa posição com recuo, sem recuo e com avanço face ao eixo do espigão. E consegue-o com um total suporte dos carris do selim, inclusivé nas posições mais extremas.
Mesmo com o selim instalado já fora dos limites impostos pelo fabricante, o apoio proporcionado pela cabeça é fantástico e não creio ser fácil partir carris de selim com este espigão, inclusivé carris de carbono. Estes últimos, normalmente massacrados pelos espigões mais minimalistas, ficam protegidos e envolvidos. E devidamente envolvidos uma vez que mesmo quando confrontado com os volumosos carris do SpeedNeedle, o espigão contina a proporcionar um aperto sólido e que não causa nenhum tipo de dano ao carril. Este é, por isso, um dos espigões seguros para este selim, estando indicado pela própria Tune como sendo compatível com o SpeedNeedle. Para mim esta é uma característica vital e garante que nesse particular o meu selim esteja protegido e rigorosamente como novo, sem marcas nem danos.
Continuando na cabeça temos as ferragens de aperto em titânio, sendo que os parafusos são colocados com um ângulo pronunciado o que permite ajustes mesmo com chaves em L de oficina, normalmente equipadas com uma cabeça de plástico volumosa.
O corpo do espigão é feito em carbono 3k, com uns simpáticos 9cm de inserção mínima. Todos os logos e marcações de altura estão por baixo do verniz o que lhes garante a longevidade e protecção adicional.
A juntar a todas estas características e para assegurar total tranquilidade de utilização, a Syntace garante o espigão durante 10 anos e, tal como a maioria do itens de carbono da marca, está certificado para uso em Downhill, não possuíndo igualmente restrições a nível do peso do utilizador. Isto é, no mínimo, um garante da enorme confiança que a Syntace tem nos seus produtos.
Devo confessar que apesar de o P6 ter sido a primeira escolha para o projecto da Lynskey, há um outro espigão que poderá vir a integrar esta montagem. No entanto utiliza uma cabeça um pouco mais agressiva do que a do congénere alemão. Por isso, preciso ainda de fazer mais alguma pesquisa e encetar alguns contactos com outros utilizadores de Speedneedle, para aferir dos compromissos a longo prazo que a troca poderá acarretar, nomeadamente a nível dos carrís de carbono.
Se entender que o compromisso é aceitável, avançarei para a troca. Senão mantenho a configuração actual: mais do que provada, mais do que fiável...