Caro MigC77, as palavras são tuas! Não sejamos hipócritas, a intenção está lá! Mas não é só tua, é de 99% dos consumidores.
Ou seja, segundo o que eu entendi, o teu conselho foi neste sentido: O user chega à loja e regateia o valor da bicicleta na qual está interessado. Quando/se atingir o valor que pretende, aí, introduz um dado novo na equação que é: "Pronto, estamos esclarecidos quanto ao valor mas, agora, sr. logista abata, por favor, a esse valor, um valor para minha bicicleta que quero entregar à retoma." E fica o user possivelmente ofendido quando o lojista lhe responder: "Nesse caso só posso dar (suponhamos) 200€ pela sua bicicleta!" quando o user, no alto da chico espertice, ambicionava certamente um valor bastante superior pois a sua bicicleta vale bem mais do que isso e o valor da retoma nada tem que ser com o valor do desconto que tem, à partida na bicicleta nova.
É esta a atitude que condeno!
Estamos de acordo na questão de que se o negócio não for proveitoso, ninguém o é obrigado a aceitar mas quantas vezes já ouvimos ou tivemos conhecimento de um caso passado com cunhado, primo da amiga da comadre, na qual uma determinada loja não foi além de X % de desconto numa bicicleta quando "a loja do lado tira, logo à partida, mais 10%. Certamente é porque não precisam...bla bla bla....depois queixam-se bla, bla bla,....." Todos conhecemos a cantiga
Vivemos dias nos quais o cliente tem uma postura supra autoritária - eu é que tenho os €, eu é que dito as regras. Quem quer, quer e quem não quer, quisesse porque certamente há quem queira!
Mas, MigC77, mais uma vez, esta minha revolta não é pessoal contra ti que nem sequer nos conhecemos. É contra o mercado em geral aqui na Tugalândia. Não é por acaso que as coisas estão como estão....
Diz-me sinceramente, mas peço-te por favor sinceridade.Achas razoável uma determinada pessoa que quer comprar um bem (neste caso uma bicicleta), chega a uma loja onde nunca havia posto os pés anteriormente e perguntar logo que desconto fazem num artigo?! Assim!!!! Uma pessoa que nunca lá gastou um tostão....com que legitimidade? com que direito? São coisas que não compreendo...
Meu caro acho que estás muito enganado em relação a mim e em relação à minha forma de pensar e agir como consumidor. Se há algo que não sou é hipócrita e por isso mesmo te digo com total frontalidade que cada um deve defender os seus interesses desde que isso não implique lesar terceiros. Julgo que em nada daquilo que disse estou a incentivar ninguém a lesar ou enganar ninguém. Pelo contrário! Defendo a transparência naquilo que está a ser negociado.
Se alguém aqui neste fórum sempre defendeu o lojista e a compra em loja física fui eu! Acho que a forma como se “consome” em Portugal no âmbito das bicicletas é o caminho para matar a loja local. Para teres uma noção, por exemplo o que normalmente faço quando preciso de trocar componentes em qualquer uma das minhas bicicletas é ir falar com a loja onde sou cliente e ver o preço que me fazem vs o preço online. Tendo em conta que no preço da loja já está incluido a mão de obra da montagem, faço as contas e se a diferença não for significativa compro na loja. Mas falo com o dono com total transparência mostrando-lhe os preços que consigo online e ele também fala comigo com total à vontade. Se me consegue fazer um bom preço sabe que lhe vou comprar. Assim não há mal entendidos nem chatices! Quando existe honestidade e transparência normalmente não há problemas.
Acho que agindo assim pelo menos lhe estou a dar hipóteses de competir com as lojas online que muito consumidores nem sequer dão. O que lixa um lojista é um gajo que chega lá à loja, sem nunca ter lá colocado os pés, sem nunca ter gasto lá um tostão, e sacar duma bicicleta e duma quantidade de caixas de artigos encomendados online e dizer agora quero que me monte isto tudo…
Agora o que NUNCA faço é comprar chinesices! Sou totalmente contra isso. É estar f@der não só os nossos lojistas, como os fabricantes europeus e por aí a fora…
Passo-te a esclarecer melhor em relação ao que sugeri ao Daniel uma vez que vejo que ainda não atingiste o cerne da questão. Acho totalmente legitimo um potencial cliente entrar num estabelecimento comercial qualquer e perguntar se o preço indicado é o valor final ou se há margem para baixar. Qual é o problema disto???
Até te digo mais, se calhar o lojista prefere um cliente que abra o jogo e diga que o preço que lhe fazem noutro lado é X e assim tem capacidade de poder igualar ou até melhorar a oferta e assim captar um novo cliente para a sua loja. Isto se houver interesse no lojista em reduzir a sua margem a troco de conquistar um novo cliente, de melhorar a sua facturação, de cumprir com quotas de venda de determinada marca, etc… pode haver inúmeras razões para querer reduzir a margem. De outra forma se o cliente se calar e não disser nada o mais provável é sair dali e não voltar.
Podes contrapôr que muitas vezes o cliente inventa um preço que não é real só para forçar a um desconto maior… Isso também é verdade, assim como também é certo que o lojista não é parvo e sabe em que valores é que se situam os descontos para determinados artigos. O cliente que vai com essa estratégia o mais provável é ouvir algo como: “Olhe se lhe fazem esse preço compre aí porque eu não lhe consigo fazer o mesmo preço”.
Espero que tenhas entendido que não é nenhum pecado tentar negociar o preço duma bicicleta, tal como fazes quando vais a stand comprar um carro ou quando estás negociar o preço dum imóvel ou até mesmo quando negocias com um banco as condições dum crédito. Obviamente que quando te diriges a uma grande superfície já sabes que aí não tens margem para negociar. É aquele preço, se queres muito bem se não queres não queres. É um modelo de negócio diferente…
Agora vou-te explicar o que te faz tanta confusão que é negociar as coisas por separado. Para mim isto faz muito mais sentido pois são âmbitos totalmente distintos. Uma coisa é preço final duma bicicleta nova que estou interessado em comprar e outra diferente é o valor de retoma duma bicicleta usada que estou interessado em vender dando como retoma ou vendendo directamente a um particular. Se estiver tudo incluido no mesmo “bolo” é muito mais difícil ao particular diferenciar o que é o preço final da bicicleta nova e a valorização da usada! Com o preço final da bicicleta nova negociado é muito claro para a pessoa perceber qual é a loja em que lhe fazem o melhor preço pela nova. E por consequência qual é o valor que lhe estão a dar pela usada.
Isto vai permitir à pessoa decidir se quer dar a bicicleta como retoma ou se prefere dar-se ao trabalho de a vender. Precisamente porque é transparente o valor que a loja lhe irá dar por ela. Aqui também não há nada de mal… O que eu considero errado é a tal frase: “Se tenho que fazer uma retoma então não lhe posso fazer o mesmo desconto na nova”… Isso é que é de certa forma desonesto e incoerente. O que é que o cu tem a ver com as calças??? São coisas independentes. Isso é que são estratégias para baralhar o cliente!!! Por isso é que usei o termo “sê rato”.
Já te dei explicações mais do que suficientes. Se ainda assim não entenderes ou não gostares… lamento! Agora com total frontalidade também te digo, que precisamente por não me conheceres sequer, é que não te torno a admitir que insinues mais nada a meu respeito.
Ficamos por aqui.