José Martins
New Member
Boa noite.
Depois de uma passagem pelas bicicletas de estrada na minha adolescência e uma completa satisfação com a práctica do BTT, nada me fazia passar pela cabeça que o entusiamo com a roda fina voltasse e de que maneira.
Com um crescendo de vontade em adquirir uma bicla de estrada, para complemento ao BTT e não por uma questão de treinos, até porque não tenho qualquer intuito competitivo e logo, não faço treinos, limitando-me a andar de bicicleta, decidi comprar uma bicicleta de aluminio, que me permitisse então essa complementaridade.
Inicialmente virado para uma Scott S30, com o tempo comecei a pender para uma KTM 1000, melhor equipada.
Mas a malta batida no assunto asfáltico ia-me dizendo que o material não tem quase nenhum desgaste como no BTT, vale mais apostar num bom quadro de preferência em carbono, por ser mais confortável e permitir melhorias ao nivel do equipamento, caso surja vontade para isso.
O Verão foi passando e quando menos esperava, surgiu uma oportunidade espectacular para comprar uma bike dentro deste conceito e a eleita foi a Scott CR1 Comp.
Esta é a máquina, já com o selim e o avanço trocados:
Passados cerca de três meses e quase 1700 kms efectuados, é possivel efectuar uma análise à máquina, embora a mesma seja feita não apenas com base no seu equipamento original, mas acima de tudo considerando a evolução decorrente dos upgrades que fui fazendo na bike.
Começando pelo quadro, o modelo CR1 apresenta diferenças para o modelo anterior.
Não podendo fazer uma comparação directa com o anterior, o sistema designado por SDS (Shock Dumping System) torna este quadro muitissimo confortável, ao permitir uma maior absorção das vibrações transmitidas pelo piso.
O mesmo está patente nas escoras, aquela parte mais "espalmada" e a própria geometria do quadro possibilita ao ciclista uma posição mais descontraída e menos racing, por assim dizer. No entanto, este aspecto não impede que a bike possa fazer arranques rápidos.
Este modelo é a versão mais baixa da gama de carbono do Scott, equipada com um grupo Shimano Tiagra, com excepção para o desviador traseiro, já 105.
A caixa da pedaleira é como nos restantes modelos equipados com Shimano do tipo "Press Fit", o BB86 que ajuda a aumentar a rigidez.
De resto, periféricos de aluminio da marca no caso do avanço e guiador e espigão de selim Ritchey Pro em carbono. Carbono, mas pesadote (250 gramas).
As rodas são umas Shimano RS 500. Pesaditas, mas verdadeiras rodas de combate pois mesmo com os meus 92 kgs em cima, mesmo a pedalar em pé, são donas de uma rigidez assinalável.
O selim também Scott, em pele, bem acabado mas com um ponto mau para mim, o facto de ser de 130mm de largura e para mim a medida adequada ser 145mm, segundo aqueles testes tipo body fit. Os pedais são uns Look Keo Easy.
Após as primeiras voltinhas com os amigos para me ir adaptando, na minha quarta saída resolvi alargar o raio de acção, com o percurso Arraiolos - Setúbal, que com mais uns pózinhos, resultou em quase 110kms de bike.
Quando pensava que iria ser alvo de um empeno danado, o resultado não correspondeu à previsão e ainda bem. Para o mesmo muito contribuiu o já referido conforto que a bike proporciona, mas mostrou que o conforto poderia ser melhorado em alguns aspectos.
Nesta altura, ao fim da primeira volta, o avanço e o selim tinha já sido já alvo de troca.
O avanço Scott deu lugar a um Ritchey WCS em aluminio, que tinha retirado da BTT; quanto ao selim, uma vez mais, a escolha recaiu sobre o Bontrager Inform RL, que já usava na BTT:
São cerca de 200 gramas de conforto e logo aqui, a bike perdeu perto de 130 gramas face ao original.
Seguiu-se o guiador, pois as voltinhas superiores a 50 kms eram acompanhadas por dormências nas mãos e braços.
O substituto escolhido foi um BBB anatómico em carbono:
A zona plana para apoio das mãos, aliado a uma maior absorção das trepidações contribuiram para que as tais dormências desaparecessem quase por completo.
Estas alterações proporcionaram-me um acréscimo de conforto considerável em cima da bike, que foi também ele acompanhando por um cada vez maior entusiamo na utilização da mesma.
O vicio foi de tal forma que, contráriamente ao que dissera inicialmente que só mudaria componentes na bike por uma questão de conforto ou de necessidade, começou lentamente a ficar esquecido, por assim dizer.
A procura do aumento do conforto teria de ser feita forçosamente à custa da troca de alguns componentes. No entanto, tal teria de obedecer a um rácio entre fiabilidade, custo e sem pôr em causa a minha segurança. Afinal de contas, são 92 kgs para transportar e que necessitam ter sob eles a rigidez necessária para o efeito e entre estes, essa rigidez e segurança iriam sempre prevalecer.
Apesar de gostar da rodas Mavic Ksyrium Elite que equipa modelos da CR1 mais acima, a satisfação com as Shimano era grande. Foi quando li umas noticias sobre as rodas Shimano RS 80.
Com uma construção muito semelhante às Dura Ace e Ultegra, apresentavam uma relação entre preço e peso excelente, a rondar as 1500 gramas.
Mais umas pesquisas e a opinião dos utilizadores era de que as mesmas tinham uma excelente qualidade. São fabricadas em aluminio, sendo o aro depois coberto com uma camada de carbono, reforçado na zona dos olhais.
Estas RS 80 apresentam 16 raios na roda da frente e 20 na traseira, contra os 20 e 24, respectivamente, das RS500.
Mas o que mais me chamou a atenção foi a referência que encontrei nalgumas análises de que a rigidez era semelhante à das RS500, apesar de ter menos raios e perto de 450 gramas a menos que as RS500.
Acabaram por ser as eleitas e até ao momento, não poderia estar mais satisfeito.
Mesmo nas situações em que pedalo de pé, sinceramente não lhes noto nenhuma flexão, nenhuma perda face às anteriores:
Aquando da aquisição das rodas e aproveitando uma ocasião surgida, comprei também a pedaleira que pensava um dia vir a montar no lugar da Tiagra. Pensava mesmo trocar o grupo Tiagra pelo Ultegra, embora a ideia fosse fazê-lo de uma forma mais gradual, mas como surgiu a oportunidade, veio logo, ficando o restante a aguardar:
A troca da pedaleira resultou no imediato numa redução de peso, embora de resto não fosse assinalável, pois continuava com as 9 velocidades do grupo Tiagra.
Nesta altura, ficava a determinação de quando possivel, efectuar toda a troca da transmissão, passando das já referidas 9 velocidades do grupo Tiagra para as 10 do Ultegra.
Paralelamente e por ter verificado que o espigão de selim era de apenas 300mm (estava convencido que era de 350mm), o que fazia com que andasse mesmo no seu limite, fez com que o colocasse também na lista de substituições. Era acima de tudo uma questão de segurança, mas se conseguisse colocar outro com o qual aumentasse a segurança na utilização e fosse mais leve, tanto melhor.
Aproveitando a possibilidade entretanto surgida, foi então trocada a restante transmissão que ainda faltava (desviador traseiro e dianteiro, cassete, corrente, travões e manetes). Para além do menor peso, a suavidade percebida no trabalhar da transmissão aumentou consideravelmente.
Por outro lado, o aumento do poder de travagem foi mais um aspecto verificado.
No meio destas substituições, as manetes acabaram por não ser as Ultegra, mas as Dura Ace:
Entretanto, veio o novo espigão de selim, um Ritchey Superlogic Carbon e foram adicionados ao conjunto uns acessórios da KCNC:
Para terminar estas mudanças, foram substituidos os pneus originais Continental Ultra Race, dos quais o traseiro apresentava já alguns pontos de desgaste, por uns schwalbe Ultremo R.1, dando este aspecto final à bike:
Com todas as alterações efectuadas, a bike passou dos seus 8,750kgs de inicio para 7,380kgs:
Resumindo,
Existem actualmente muitas opções no mercado no que toca a bikes de carbono. Apesar disso, este modelo CR1 da Scott é, na minha opinião, uma opção extremamente válida, mesmo na sua configuração de base.
O conforto geral que se sente em cima da bike, aliado a uma elevada qualidade de construção, garante-nos uma excelente bike quer para umas voltinhas mais de lazer, quer para algo mais, sendo ainda uma excelente base para quem quiser evoluir mais tarde no que toca aos componentes.
Cada vez retiro mais prazer da utilização desta bike e os 1700 kms feitos em três meses com ela representam mais do quádruplo dos efectuados com a BTT no mesmo periodo.
Depois de uma passagem pelas bicicletas de estrada na minha adolescência e uma completa satisfação com a práctica do BTT, nada me fazia passar pela cabeça que o entusiamo com a roda fina voltasse e de que maneira.
Com um crescendo de vontade em adquirir uma bicla de estrada, para complemento ao BTT e não por uma questão de treinos, até porque não tenho qualquer intuito competitivo e logo, não faço treinos, limitando-me a andar de bicicleta, decidi comprar uma bicicleta de aluminio, que me permitisse então essa complementaridade.
Inicialmente virado para uma Scott S30, com o tempo comecei a pender para uma KTM 1000, melhor equipada.
Mas a malta batida no assunto asfáltico ia-me dizendo que o material não tem quase nenhum desgaste como no BTT, vale mais apostar num bom quadro de preferência em carbono, por ser mais confortável e permitir melhorias ao nivel do equipamento, caso surja vontade para isso.
O Verão foi passando e quando menos esperava, surgiu uma oportunidade espectacular para comprar uma bike dentro deste conceito e a eleita foi a Scott CR1 Comp.
Esta é a máquina, já com o selim e o avanço trocados:
Passados cerca de três meses e quase 1700 kms efectuados, é possivel efectuar uma análise à máquina, embora a mesma seja feita não apenas com base no seu equipamento original, mas acima de tudo considerando a evolução decorrente dos upgrades que fui fazendo na bike.
Começando pelo quadro, o modelo CR1 apresenta diferenças para o modelo anterior.
Não podendo fazer uma comparação directa com o anterior, o sistema designado por SDS (Shock Dumping System) torna este quadro muitissimo confortável, ao permitir uma maior absorção das vibrações transmitidas pelo piso.
O mesmo está patente nas escoras, aquela parte mais "espalmada" e a própria geometria do quadro possibilita ao ciclista uma posição mais descontraída e menos racing, por assim dizer. No entanto, este aspecto não impede que a bike possa fazer arranques rápidos.
Este modelo é a versão mais baixa da gama de carbono do Scott, equipada com um grupo Shimano Tiagra, com excepção para o desviador traseiro, já 105.
A caixa da pedaleira é como nos restantes modelos equipados com Shimano do tipo "Press Fit", o BB86 que ajuda a aumentar a rigidez.
De resto, periféricos de aluminio da marca no caso do avanço e guiador e espigão de selim Ritchey Pro em carbono. Carbono, mas pesadote (250 gramas).
As rodas são umas Shimano RS 500. Pesaditas, mas verdadeiras rodas de combate pois mesmo com os meus 92 kgs em cima, mesmo a pedalar em pé, são donas de uma rigidez assinalável.
O selim também Scott, em pele, bem acabado mas com um ponto mau para mim, o facto de ser de 130mm de largura e para mim a medida adequada ser 145mm, segundo aqueles testes tipo body fit. Os pedais são uns Look Keo Easy.
Após as primeiras voltinhas com os amigos para me ir adaptando, na minha quarta saída resolvi alargar o raio de acção, com o percurso Arraiolos - Setúbal, que com mais uns pózinhos, resultou em quase 110kms de bike.
Quando pensava que iria ser alvo de um empeno danado, o resultado não correspondeu à previsão e ainda bem. Para o mesmo muito contribuiu o já referido conforto que a bike proporciona, mas mostrou que o conforto poderia ser melhorado em alguns aspectos.
Nesta altura, ao fim da primeira volta, o avanço e o selim tinha já sido já alvo de troca.
O avanço Scott deu lugar a um Ritchey WCS em aluminio, que tinha retirado da BTT; quanto ao selim, uma vez mais, a escolha recaiu sobre o Bontrager Inform RL, que já usava na BTT:
São cerca de 200 gramas de conforto e logo aqui, a bike perdeu perto de 130 gramas face ao original.
Seguiu-se o guiador, pois as voltinhas superiores a 50 kms eram acompanhadas por dormências nas mãos e braços.
O substituto escolhido foi um BBB anatómico em carbono:
A zona plana para apoio das mãos, aliado a uma maior absorção das trepidações contribuiram para que as tais dormências desaparecessem quase por completo.
Estas alterações proporcionaram-me um acréscimo de conforto considerável em cima da bike, que foi também ele acompanhando por um cada vez maior entusiamo na utilização da mesma.
O vicio foi de tal forma que, contráriamente ao que dissera inicialmente que só mudaria componentes na bike por uma questão de conforto ou de necessidade, começou lentamente a ficar esquecido, por assim dizer.
A procura do aumento do conforto teria de ser feita forçosamente à custa da troca de alguns componentes. No entanto, tal teria de obedecer a um rácio entre fiabilidade, custo e sem pôr em causa a minha segurança. Afinal de contas, são 92 kgs para transportar e que necessitam ter sob eles a rigidez necessária para o efeito e entre estes, essa rigidez e segurança iriam sempre prevalecer.
Apesar de gostar da rodas Mavic Ksyrium Elite que equipa modelos da CR1 mais acima, a satisfação com as Shimano era grande. Foi quando li umas noticias sobre as rodas Shimano RS 80.
Com uma construção muito semelhante às Dura Ace e Ultegra, apresentavam uma relação entre preço e peso excelente, a rondar as 1500 gramas.
Mais umas pesquisas e a opinião dos utilizadores era de que as mesmas tinham uma excelente qualidade. São fabricadas em aluminio, sendo o aro depois coberto com uma camada de carbono, reforçado na zona dos olhais.
Estas RS 80 apresentam 16 raios na roda da frente e 20 na traseira, contra os 20 e 24, respectivamente, das RS500.
Mas o que mais me chamou a atenção foi a referência que encontrei nalgumas análises de que a rigidez era semelhante à das RS500, apesar de ter menos raios e perto de 450 gramas a menos que as RS500.
Acabaram por ser as eleitas e até ao momento, não poderia estar mais satisfeito.
Mesmo nas situações em que pedalo de pé, sinceramente não lhes noto nenhuma flexão, nenhuma perda face às anteriores:
Aquando da aquisição das rodas e aproveitando uma ocasião surgida, comprei também a pedaleira que pensava um dia vir a montar no lugar da Tiagra. Pensava mesmo trocar o grupo Tiagra pelo Ultegra, embora a ideia fosse fazê-lo de uma forma mais gradual, mas como surgiu a oportunidade, veio logo, ficando o restante a aguardar:
A troca da pedaleira resultou no imediato numa redução de peso, embora de resto não fosse assinalável, pois continuava com as 9 velocidades do grupo Tiagra.
Nesta altura, ficava a determinação de quando possivel, efectuar toda a troca da transmissão, passando das já referidas 9 velocidades do grupo Tiagra para as 10 do Ultegra.
Paralelamente e por ter verificado que o espigão de selim era de apenas 300mm (estava convencido que era de 350mm), o que fazia com que andasse mesmo no seu limite, fez com que o colocasse também na lista de substituições. Era acima de tudo uma questão de segurança, mas se conseguisse colocar outro com o qual aumentasse a segurança na utilização e fosse mais leve, tanto melhor.
Aproveitando a possibilidade entretanto surgida, foi então trocada a restante transmissão que ainda faltava (desviador traseiro e dianteiro, cassete, corrente, travões e manetes). Para além do menor peso, a suavidade percebida no trabalhar da transmissão aumentou consideravelmente.
Por outro lado, o aumento do poder de travagem foi mais um aspecto verificado.
No meio destas substituições, as manetes acabaram por não ser as Ultegra, mas as Dura Ace:
Entretanto, veio o novo espigão de selim, um Ritchey Superlogic Carbon e foram adicionados ao conjunto uns acessórios da KCNC:
Para terminar estas mudanças, foram substituidos os pneus originais Continental Ultra Race, dos quais o traseiro apresentava já alguns pontos de desgaste, por uns schwalbe Ultremo R.1, dando este aspecto final à bike:
Com todas as alterações efectuadas, a bike passou dos seus 8,750kgs de inicio para 7,380kgs:
Resumindo,
Existem actualmente muitas opções no mercado no que toca a bikes de carbono. Apesar disso, este modelo CR1 da Scott é, na minha opinião, uma opção extremamente válida, mesmo na sua configuração de base.
O conforto geral que se sente em cima da bike, aliado a uma elevada qualidade de construção, garante-nos uma excelente bike quer para umas voltinhas mais de lazer, quer para algo mais, sendo ainda uma excelente base para quem quiser evoluir mais tarde no que toca aos componentes.
Cada vez retiro mais prazer da utilização desta bike e os 1700 kms feitos em três meses com ela representam mais do quádruplo dos efectuados com a BTT no mesmo periodo.
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