grouk, a vantagem do aço não é só o facto de ser um material mais resistente. A grande vantagem comparativamente ao alumínio encontra-se no maior conforto aliado à menor rigidez do material. O alumínio veio revolucionar o mercado das bicicletas precisamente por ser um material mais leve, mais rígido, logo com maior potencial em relação à performance. De repente toda a gente queria ter uma bicicleta de alumínio e o aço caiu em completo descrédito. A questão é que, e dependendo do tipo de utilização que se faça da bicicleta, o aço até faria mais sentido...mas o ímpeto e o apelo do mercado e da mudança é mais forte. Para alguém que procure numa bicicleta conforto para distâncias maiores, sem correrias, o aço será uma opção mais viável face ao alumínio. Para quem procura performance, então o alumínio passou a ser a escolha certa. Depois surge o carbono e com ele o tal ímpeto e o tal apelo do mercado em convencer toda a gente que o carbono é que era e que o alumínio era um ferro. E lá cai o alumínio em descrédito e lá se inicia mais um ciclo. De facto, como dizes, de repente o aço passou a ser mais falado e há um certo revivalismo em torno do mesmo, muito por culpa das fixedgear e de uma forma mais "urbana" e "indie" de encarar a bicicleta. Mas para além desse público específico que usa a bicicleta num contexto mais urbano e numa lógica mais de meio de transporte e mesmo como objecto que faz parte de um "cenário", há todo aquele público que percebe de ciclismo, que acompanha o ciclismo há largos anos, que pratica ciclismo de uma forma mais séria e que poderá nutrir alguma admiração por estes modelos mais clássicos. Eu incluo-me nesse grupo. Não vou vender as minhas bicicletas de carbono, pois não nego as suas vantagens e não sou adverso ao avanço tecnológico. Simplesmente nutro um fascínio pelos modelos clássicos e alimento a ideia de vir a ter uma bicicleta desse género, em aço. Se é moda ou não, pouco me importa, embora concorde que essa febre está a pegar e que daqui a uns anos volte a ser considerado foleiro...mas lá no fundo há sempre que goste e quem tenha aproveitado esta onda revivalista para reacender ou alimentar essa paixão.
Dou-te o exemplo de um outro universo que conheço bem e no qual está a acontecer algo semelhante: o da música. De repente, quando a tendência é para que os suportes físicos de música sejam substituídos por ficheiros, surge o revivalismo do vinil. Fazendo a analogia ao que aconteceu com os materiais dos quadros de bicicletas, o vinil era o aço que, de um momento para o outro, foi cilindrado pelo CD, o alumínio. No início da década de 90 era ver o vinil ser vendido ao desbarato para ser substituído pelo CD, anunciado como o grande formato do futuro e uma grande revolução tecnológica. Durante anos os CD foi rei e senhor e ouvir e comprar vinil passou a ser foleiro. Sorte daqueles que durante esses anos compraram grandes preciosidades a preços ridículos, porque quis esta coisa dos ciclos e dos revivalismos que o vinil voltasse em força há uns anos, ao ponto de se tornar uma moda que começa a roçar o ridículo. De repente, os vinis que eram vendidos numa feira de velharias a 50 cêntimos, são agora vendidos a, no mínimo, 10€. Entras numa FNAC e aquilo que era impensável há uns anos é hoje uma realidade: a existência de uma secção de vinil e o definhar da secção de CDs. Se estas modas revivalistas são foleiras? São, em parte. Se são positivas? Sem dúvida, mais não seja para incutir nas pessoas a paixão por algo. Quando a febre do vinil passar, 90% daqueles que entraram nela vão esquecê-la novamente e voltam à net para sacar música gratuita e ilegalmente. Mas se 10% ficarem com o bichinho da música, do coleccionismo e com o gosto e a paixão de comprar discos, então já valeu a pena! O mesmo acontece com as bicicletas. Se esta onda revivalista do aço servir para pôr as pessoas a andar de bicicleta, a deixar os carros na garagem e a evoluir para outros patamares, então que seja muito bem-vinda.
Dou-te o exemplo de um outro universo que conheço bem e no qual está a acontecer algo semelhante: o da música. De repente, quando a tendência é para que os suportes físicos de música sejam substituídos por ficheiros, surge o revivalismo do vinil. Fazendo a analogia ao que aconteceu com os materiais dos quadros de bicicletas, o vinil era o aço que, de um momento para o outro, foi cilindrado pelo CD, o alumínio. No início da década de 90 era ver o vinil ser vendido ao desbarato para ser substituído pelo CD, anunciado como o grande formato do futuro e uma grande revolução tecnológica. Durante anos os CD foi rei e senhor e ouvir e comprar vinil passou a ser foleiro. Sorte daqueles que durante esses anos compraram grandes preciosidades a preços ridículos, porque quis esta coisa dos ciclos e dos revivalismos que o vinil voltasse em força há uns anos, ao ponto de se tornar uma moda que começa a roçar o ridículo. De repente, os vinis que eram vendidos numa feira de velharias a 50 cêntimos, são agora vendidos a, no mínimo, 10€. Entras numa FNAC e aquilo que era impensável há uns anos é hoje uma realidade: a existência de uma secção de vinil e o definhar da secção de CDs. Se estas modas revivalistas são foleiras? São, em parte. Se são positivas? Sem dúvida, mais não seja para incutir nas pessoas a paixão por algo. Quando a febre do vinil passar, 90% daqueles que entraram nela vão esquecê-la novamente e voltam à net para sacar música gratuita e ilegalmente. Mas se 10% ficarem com o bichinho da música, do coleccionismo e com o gosto e a paixão de comprar discos, então já valeu a pena! O mesmo acontece com as bicicletas. Se esta onda revivalista do aço servir para pôr as pessoas a andar de bicicleta, a deixar os carros na garagem e a evoluir para outros patamares, então que seja muito bem-vinda.