Relato de uma pequena volta, de como não é necessário ir para muito longe, nem ter grande material, nem bicicleta para viajarmos para onde mais interessa e usufruir de um dia na estrada.
Dia de chuva, estava planificada uma volta em grupo com o pessoal do costume. Sete da manhã, recebo mensagem, mau tempo volta cancelada. Ainda bem, penso, no quentinho é que se está bem. A almofada no entanto sugere outra coisa: e se pegasse na bicla do dia a dia, com grade de carga e para-lamas, para dar uma volta. Chovia mas as protecções estavam lá para ajudar, além disso podia colocar uma muda de roupa seca no alforge. Já não dava para dormir, era tempo de me fazer ao caminho.
Decidi ir às clarinhas, a Fão, aproveitando o facto de não ir em grupo para poder parar e comer o que me apetecesse. A indumentária escolhida foi algo entre o trajo de lixeiro e o de pescador, calça impermeável largueirona e capa para a chuva, sapatilhas normais, pois a bicicleta não tem sistema de encaixe. Após atirar comida, uma muda de roupa e material de reparações para o alforge, fiz-me ao caminho. O ritmo foi lento, o tipo de bicicleta, o vento e os pneus 700x28 não dão para grandes velocidades.
Elástico ajustando as protecções às sapatilhas.
Primeiros quilómetros com problemas, as calças, com o vento, faziam balão, batiam no quadro e no pedaleiro, as protecções para os sapatos também não se aguentavam, deixando-os expostos à água. Felizmente estava na Varziela, grande Polis chinesa dos arredores de Vila do Conde, ali nunca falta a alta tecnologia. Comprei uns elásticos para o cabelo que, neste caso, serviram para ajustar as calças facilitando o pedalar. Além disso deu para ver mais de perto a realidade, um tanto ou quanto fantasmagórica, daquela zona.
Segui para Vila do Conde, já que era um dia diferente, aproveitei para uma paragem inédita, no convento de Santa Clara, para ver as vistas.
Tanta paragem e estava a fazer-se tarde. A partir daí foi fechar na bicicleta e forçar a velocidade da minha velhinha, pensando na pastelaria ao subir da rampa e nos doces, que seriam a recompensa ao chegar a Fão. Chegado ao destino foi possível saborear as guloseimas, perante o olhar espantado dos poucos e enregelados clientes, e ainda trazer para o caminho.
Num dia como o de hoje só os ciclistas mais persistentes e bem equipados enfrentavam as condições atmosféricas.
O regresso fez-se quase pelo mesmo caminho, apenas cortando à esquerda para subir a Santa Eufémia. Aqui o nevoeiro era tanto que, por razões de segurança, entendi ser melhor dar uso ao dínamo, para marcar a minha presença. E foi com o ronronar do velho Union que cheguei a casa, feliz por ter aproveitado uma manhã tão pouco promissora.
A bike portou-se bem, se calhar ainda a levo a um Randonneur.
Dia de chuva, estava planificada uma volta em grupo com o pessoal do costume. Sete da manhã, recebo mensagem, mau tempo volta cancelada. Ainda bem, penso, no quentinho é que se está bem. A almofada no entanto sugere outra coisa: e se pegasse na bicla do dia a dia, com grade de carga e para-lamas, para dar uma volta. Chovia mas as protecções estavam lá para ajudar, além disso podia colocar uma muda de roupa seca no alforge. Já não dava para dormir, era tempo de me fazer ao caminho.
Decidi ir às clarinhas, a Fão, aproveitando o facto de não ir em grupo para poder parar e comer o que me apetecesse. A indumentária escolhida foi algo entre o trajo de lixeiro e o de pescador, calça impermeável largueirona e capa para a chuva, sapatilhas normais, pois a bicicleta não tem sistema de encaixe. Após atirar comida, uma muda de roupa e material de reparações para o alforge, fiz-me ao caminho. O ritmo foi lento, o tipo de bicicleta, o vento e os pneus 700x28 não dão para grandes velocidades.
Elástico ajustando as protecções às sapatilhas.
Primeiros quilómetros com problemas, as calças, com o vento, faziam balão, batiam no quadro e no pedaleiro, as protecções para os sapatos também não se aguentavam, deixando-os expostos à água. Felizmente estava na Varziela, grande Polis chinesa dos arredores de Vila do Conde, ali nunca falta a alta tecnologia. Comprei uns elásticos para o cabelo que, neste caso, serviram para ajustar as calças facilitando o pedalar. Além disso deu para ver mais de perto a realidade, um tanto ou quanto fantasmagórica, daquela zona.
Segui para Vila do Conde, já que era um dia diferente, aproveitei para uma paragem inédita, no convento de Santa Clara, para ver as vistas.
Tanta paragem e estava a fazer-se tarde. A partir daí foi fechar na bicicleta e forçar a velocidade da minha velhinha, pensando na pastelaria ao subir da rampa e nos doces, que seriam a recompensa ao chegar a Fão. Chegado ao destino foi possível saborear as guloseimas, perante o olhar espantado dos poucos e enregelados clientes, e ainda trazer para o caminho.
Num dia como o de hoje só os ciclistas mais persistentes e bem equipados enfrentavam as condições atmosféricas.
O regresso fez-se quase pelo mesmo caminho, apenas cortando à esquerda para subir a Santa Eufémia. Aqui o nevoeiro era tanto que, por razões de segurança, entendi ser melhor dar uso ao dínamo, para marcar a minha presença. E foi com o ronronar do velho Union que cheguei a casa, feliz por ter aproveitado uma manhã tão pouco promissora.
A bike portou-se bem, se calhar ainda a levo a um Randonneur.