• Olá Guest , participa na discussão sobre o futuro desta comunidade neste tópico.

Cruzamento de mudanças - Pedaleira 50/39/30 cassete 12/25 de 8V

Dono do asfalto

New Member
Boas amigos,

Como muitos de vós já sabem, rolo na estrada com uma b'twin triban 3.
Ainda me suscitam algumas dúvidas acerca dos cruzamentos extremos, sendo que estes devem ser evitados.

O prato 39 da pedaleira pelo que se diz é o único que pode cruzar com todos os pratos da cassete, certo?

Com o prato 50 devo evitar apenas o mais leve, os 2 mais leves ou os 3 mais leves da cassete?

O prato 30 não me suscitam dúvidas pois só o uso em "paredes" inesperadas e normalmente vai com 25 atrás;)

O prato 39 pode cruzar com todos os pratos da cassete?

Que pratos da cassete devo evitar em 50 na pedaleira?

Se me puderem ajudar, agradecia.

Abraços e boas voltas:)
 

Armando

New Member
Boas Dono do Asfalto.

Penso que o prato 30, só deverá ir até meio da cassete, a contar de cima para baixo.
O prato 39, pode percorrer toda a cassete.
O prato 50, penso que deves evitar apenas os dois carretos maiores.

Eu como só tenho dois pratos na pedaleira, percorro no prato 34, até meio da cassete a contar de cima e com o 50, percorro toda a cassete.
 

metalrider

New Member
Não.

O prato mais pequeno da pedaleira deve ser utilizado nos 2/3 maiores da cassete. O prato maior da pedaleira deve ser utilizado com os 2/3 menores da cassete.

Ou seja, não deves utilizar o 39 com o prato mais pequeno da cassete, mas podes utilizar com o maior.

Já o 52, podes utilizar com o prato mais pequeno da cassete, mas não com os maiores.

Obviamente que em determinadas situações, um gajo é forçado a "ca**r" nesta regra, mas como bom procedimento, deve-se evitar cruzamentos.

Como andas com tripla, não tenho experiencia nessas para dar o meu voto, mas as regras devem ser idênticas.
 

rfcarvalho

Active Member
Também tenho uma Triban 3 e tenho seguido esta regra:
- No prato 50 evito na cassete os 3 ou 4 carretos maiores
- No prato 39 só evito na cassete os 2 carretos nas extremidadas (o maior e o mais pequeno)
- No prato 30 evito na cassete os 3 ou 4 carretos menores

Na Triban através dos indicadores das manetes, basicamente se estás no prato 50, na cassete vou da estremidade esquerda até ao meio (sensivelmente). Daí para o lado direito já começo a notar algum "moer", e nem é recomendável, a não ser em situações inesperadas e por um curto período de tempo. No prato 30 é igual (no sentido contrário).

Tomo bastante atenção a isso e não me tenho dado mal desta forma.

Uma dica: se quiseres outro andamento, e estiveres por exemplo no 39 com a corrente quase numa extremidade atrás, dá preferência a mudar para o prato seguinte à frente, e habitua-te a mudar rapidamente 2 ou 3 andamentos atrás. Podes fazer isto quase em simultâneo que ela não se queixa. Assim ficas praticamente com o mesmo andamento que antes, e com margem para continuares a baixar (ou subir). Espero ter-me feito entender. É algo que faço muito melhor há pouco tempo, e que envolve alguma prática.
 

edununo

Well-Known Member
Basicamente em pedaleiras triplas o ideal é usar metade da cassete nos pratos exteriores e usar a cassete toda no do meio.
No 30 podes usar os 4/5 maiores carretos da cassete. No 50 os 4/5 menores carretos da cassete.
 

gonpalco

Member
Espero não pregar uma seca aos que vão ter tempo de ler!

A transmissão de multiplos de pratos, aparentemente não tem ciência, e muitas vezes, mudamos de mudança por feeling, mas numa máquina como a de ciclismo, onde todas as forças ajudam a impulsionar a máquina mais rápido, pequenos pormenores, passam a fazer a diferença, principalmente quando se falam em grandes distâncias.

Inicio esta breve explicação, ao introduzir o conceito de linha de corrente ou mais conhecido por "ChainLine", relação de transmissão, “Tempo”.

Chainline / Linha de Corrente:

Esta é descrita como sendo a distância entre um plano paralelo coincidente com os pratos da frente e o plano longitudinal da bicicleta (que divide a bicicleta entre esquerda e direita)
k98fig6.gif


A razão de importância desta distância, tem a haver com o rendimento da mesma.
Uma corrente com cruzamento, não transmite toda a potência gerada no crank.
Ou seja, ao haver um desvio do centro teórico, vai haver um decréscimo de potência transmitida.
Esta diferença não vai além dos 2% (ou seja, 98%), mas em grandes distâncias, esta pequena diferença, pode significar alguns minutos a menos.

Relação de transmissão
A relação de transmissão é calculada dividindo o nº de dentes das cremelheiras (crank) e das cremelheiras da cassete.
É uma medida adimensional (dado não ter dimesão ou unidades SI ou outras!), e demonstra-nos a relação entre a rotação dos pedais e a rotação da roda.
Atendendo ao design das trasmissões actuais das bicicletas, rapidamente verificamos que as relações se cruzam ou se sobrepõem.
Esta sobreposição demonstra claramente as cremelheiras a usar na cassete para cada cremelheira do crank:
No gráfico 1, demonstra-se as relações obtidas em cada cremelheira. Rápidamente se verifica que a partir de uma determinada relação, essa pode ser feita por uma cremelheira (crank) acima.
No gráfico 2, temos a progressão de uma transmissão removendo as relações repetidas.

8b0v.jpg


Tempo

O tempo refere-se ao momento de mudarmos mudança.
Inicialmente aparenta facilidade, e com prática assim será, mas inicialmente é necessário algum “cálculo” e entender o sistema.
Exemplo:
Imaginando que vamos em plano em 2x5 e que se aproxima uma subida íngreme.
O mais normal, é começarmos a colocar mudanças atrás cada vez mais leves de modo a superar a barreira.
No entanto, muitas das vezes o passo mais inteligente é descer para a cremelheira abaixo do que rolamos, evitando passagens no desviador da frente em pleno esforço.

Quer isto dizer que 1x5 é utilizável? Nem por isso, mas havendo essa hipótese, temos de utilizar as mudanças em nosso partido, e não faria qualquer sentido subir 2 atrás (passando a 2x3) para depois irmos para 1x3.

Algo que se deve ter em mente, é a linha de corrente, e que deveremos andar sempre na cremelheira que permita o menor desvio deste plano para conseguirmos o máximo de eficiência.
Devemos pois combinar a melhor relação para rolarmos (chainline perto do zero teórico para essa cremelheira da frente) e termos possibilidade de subir sem colocar os pés no chão.

O roçamento da corrente no desviador da frente pode ser ajustado, mas creio que seguires o gráfico onde demonstra a progressão da transmissão, será um excelente começo.
 

gonpalco

Member
No gráfico 1, as bolas verdes (acima das linhas verticais), representam as chainlines de cada prato. Mais esquerda, prato de 30, mais à direita, prato de 50.
 

Dono do asfalto

New Member
Muito obrigado a todos (Armando, metalrider, rfcarvalho, edununo e gonpalco) pelos vossos conselhos. De facto sentia algum "arranhar" da corrente quando cruzava o 50 com os 2 maiores da cassete (no 3º maior já não sinto o tal "arranhar"). Quanto ao 30, tal como tinha dito só o uso naquelas malditas "paredes" e quando a uso normalmente vai num dos 2 maiores da cassete, conforme as pernas:).

Abraço e boas pedaladas:)
 
Top Bottom