Ciclistas que usaram técnicas de dopagem testemunham contra director Manuel Zeferino e médico espanhol
Oito ex-ciclistas da Póvoa-LA-MSS são as principais testemunhas de acusação contra o director-desportivo Manuel Zeferino e o médico Marcos Maynar, acusados crimes de dopagem e corrupção de medicamentos. O JN explica as técnicas de doping descobertas pela PJ.
Na manhã de 19 de Maio de 2008, as casas dos elementos da equipa Póvoa-LA-MSS, vencedora de várias voltas a Portugal, foram alvo de buscas pela PJ. Foram descobertas nessa ocasião autênticos arsenais de substâncias medicinais, seringas e ampolas. Ao mesmo tempo, oito atletas tiveram de fornecer amostras de sangue, para controlo antidoping.
Reunidos estes elementos de prova, o Ministério Público decidiu acusar apenas os dois responsáveis da equipa, considerando que o consumo dos produtos de doping, por parte dos atletas, não está criminalizado - só a administração, de terceiros. O julgamento começa a 7 de Abril, no Tribunal da Póvoa de Varzim. Em causa estão oito crimes de doping e oito de corrupção de substâncias.
Finta com sangue injectado
Quase todos os ciclistas tinham nas suas casas produtos substitutos de plasma, soro fisiológico e seringas. Para quê? Para que, quando fossem chamados em controlos sanguíneos surpresa, pudessem efectuar uma rápida injecção de sangue e outras substâncias susceptíveis de dissimular os níveis de outros produtos anteriormente ingeridos. Assim, por exemplo, a taxa de hematócrito (glóbulos vermelhos no sangue) nunca ultrapassava os 50 % dos regulamentos.
Mascarar dor e cansaço
Os atletas foram apanhados com volumes consideráveis de hormonas, corticosteróides, insulina, cafeína e efedrina. Além de aumentarem a massa muscular e a velocidade de recuperação, ainda conseguiam mascarar a sensação de dor e cansaço, produzindo ainda efeito de euforia.
Medicamentos manipulados
Apreendidas aos ciclistas foram ainda várias cápsulas e produtos aparentemente desconhecidos, que obrigaram a análises laboratoriais. Concluiu-se tratar-se de medicamentos manipulados, comercializados fora do mercado legal e sem qualquer controlo. Misturas em alguns casos "explosivas", como a mistura de testosterona e insulina, que poderiam acarretar riscos para a saúde. Outros produtos eram mascarantes da presença de outros proibidos.
Dopagem sanguínea
Os atletas faziam-se acompanhar de quantidades suplementares de sangue próprio, para transfusões. Num método conhecido como "dopagem sanguínea", a finalidade era aumentar a capacidade de transporte de oxigénio pelo sangue e a resistência.
Plano secreto
Na casa de Manuel Zeferino e no computador do médico Marcos Mayar, em Espanha, foi detectado um documento referente a um plano de toma de medicamentos para os atletas em 2006. A dado passo é referida a necessidade de "tirar férias e desaparecer de casa", para escapar a controlos.
in jn.pt
Oito ex-ciclistas da Póvoa-LA-MSS são as principais testemunhas de acusação contra o director-desportivo Manuel Zeferino e o médico Marcos Maynar, acusados crimes de dopagem e corrupção de medicamentos. O JN explica as técnicas de doping descobertas pela PJ.
Na manhã de 19 de Maio de 2008, as casas dos elementos da equipa Póvoa-LA-MSS, vencedora de várias voltas a Portugal, foram alvo de buscas pela PJ. Foram descobertas nessa ocasião autênticos arsenais de substâncias medicinais, seringas e ampolas. Ao mesmo tempo, oito atletas tiveram de fornecer amostras de sangue, para controlo antidoping.
Reunidos estes elementos de prova, o Ministério Público decidiu acusar apenas os dois responsáveis da equipa, considerando que o consumo dos produtos de doping, por parte dos atletas, não está criminalizado - só a administração, de terceiros. O julgamento começa a 7 de Abril, no Tribunal da Póvoa de Varzim. Em causa estão oito crimes de doping e oito de corrupção de substâncias.
Finta com sangue injectado
Quase todos os ciclistas tinham nas suas casas produtos substitutos de plasma, soro fisiológico e seringas. Para quê? Para que, quando fossem chamados em controlos sanguíneos surpresa, pudessem efectuar uma rápida injecção de sangue e outras substâncias susceptíveis de dissimular os níveis de outros produtos anteriormente ingeridos. Assim, por exemplo, a taxa de hematócrito (glóbulos vermelhos no sangue) nunca ultrapassava os 50 % dos regulamentos.
Mascarar dor e cansaço
Os atletas foram apanhados com volumes consideráveis de hormonas, corticosteróides, insulina, cafeína e efedrina. Além de aumentarem a massa muscular e a velocidade de recuperação, ainda conseguiam mascarar a sensação de dor e cansaço, produzindo ainda efeito de euforia.
Medicamentos manipulados
Apreendidas aos ciclistas foram ainda várias cápsulas e produtos aparentemente desconhecidos, que obrigaram a análises laboratoriais. Concluiu-se tratar-se de medicamentos manipulados, comercializados fora do mercado legal e sem qualquer controlo. Misturas em alguns casos "explosivas", como a mistura de testosterona e insulina, que poderiam acarretar riscos para a saúde. Outros produtos eram mascarantes da presença de outros proibidos.
Dopagem sanguínea
Os atletas faziam-se acompanhar de quantidades suplementares de sangue próprio, para transfusões. Num método conhecido como "dopagem sanguínea", a finalidade era aumentar a capacidade de transporte de oxigénio pelo sangue e a resistência.
Plano secreto
Na casa de Manuel Zeferino e no computador do médico Marcos Mayar, em Espanha, foi detectado um documento referente a um plano de toma de medicamentos para os atletas em 2006. A dado passo é referida a necessidade de "tirar férias e desaparecer de casa", para escapar a controlos.
in jn.pt
