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Andar pendurado na roda de estranhos

Mhrs

Member
GMQ, moro na Charneca de Caparica e até agora tenho pedalado por Almada, Seixal, Sesimbra e Setúbal, sempre em estrada.
 

Skyforger

Active Member
Bem, eu devo ser mesmo um gajo anti-social e feio que nem um bode (sem ofensa para os bichos...)! Nos anos que levo disto, que já são alguns, quer no BTT, quer na estrada só me lembro de UMA ocasião na qual alguém se colou à minha roda e meteu conversa (principalmente quando percebeu que eu não o ia rebocar até ao destino). Tirando esta ocasião, só ando acompanhado quando, à partida, vou andar com um grupo previamente estabelecido. Ando a maior parte das vezes sozinho e nunca senti minimamente essa questão de colarem à nossa roda, de meterem conversa conosco, de pedalar uns kms numa qualquer companhia ocasional ou de passar um grupo e ser convidado a entrar....

Confesso que eu também não o faço. Por norma, faço questão de dizer um "bom dia" a quem ultrapasso ou com quem me cruzo, mas sigo à minha vida. Mas, do outro lado, também não sinto essa abertura. Ao ler alguns destes relatos, principalmente o do Morg, comecei a pensar que isto se trataria de uma questão cultural/regional, mas, pelo que o JPLopes refere, percebo que não.

Ainda no passado Domingo, à falta de imaginação para mais, lancei-me para o óbvio e fui esticar as pernas para algumas das estradas mais densamente povoadas por ciclistas aqui na região (Estrada Atlântica, N109 entre Leiria e Figueira da Foz,...), cruzei-me com dezenas, ultrapassei e fui ultrapassado, e a coisa nunca foi além do "bom dia" de circunstância.
 

Knox

Active Member
Há aqui um grupo bom na margem sul para ir na roda, quem é daqui sabe bem quem são ;). Mas fora de brincadeira, eu por norma não gosto de ir na roda de ninguém, e muito menos de desconhecidos armado em wheel sucker. Também não ganho muito por ir mais alto e a bicicleta não favorece ir colado ás rodas de bicicletas de estrada, agora na minha roda raramente apanho. Ás vezes lá se apanha um a querer ir atrás e como vê uma btt é mais conveniente porque tapa mais vento, aos Domingos levo sempre atrás porque é o meu pai. Como não anda muito a nível de treino, vou á frente de btt e ele atrás com a bicicleta de estrada e nem temos costume de ir lado a lado, vamos passando á frente um do outro, mas a maior parte do tempo sou a puxar.
 

Morg

Well-Known Member
Skyforger,
eu acho que é cultural/regional. A questão do JLopes é diferente, são os convites envenenados, desses recebo muitos mas já não tenho idade para ser parvo. Repara que nas várias situações que relatei não houve convites, apenas uma conversa entre desconhecidos que por acaso estavam a andar de bike. Não se coloca a questão do: posso ir aqui ao seu lado?

Eu nasci numa aldeia onde ainda hoje, depois de 20 anos a viver fora, falo a todas as pessoas que vejo e sou correspondido.
Ainda levo este vício comigo e mesmo na cidade dou por mim a falar a desconhecidos e só me apercebo de onde estou quando vejo a cara de admiração/desconfiança deles.

Quando vou na bike falo a todos com quem me cruzo, seja com bikes de 5.000€ ou 50€. Infelizmente já sei que metade deles não me dá resposta.
Já tentei não falar porque não recebia resposta mas sentia-me mal comigo mesmo, por isso optei por falar a todos :)
 

Pintas

Member
Bem no meu caso não costumo ir na roda de ninguém porque neste momento 95% dos ciclistas com quem me cruzo anda muito mais do que eu. No entanto por vezes tento acompanhar algum por algum tempo.
Estes dias em direção a Braga vindo do S. Bento passou por mim um colega feito flecha na subida para o aterro, eu já estava nas lonas e só de o ver lá no fundo deu-me animo para acelerar novamente e fazer o resto do caminho até casa em muito melhor ritmo do que se não tivesse passado ninguem por mim.
Não sei se era alguém aqui do forum mas aproveito para agradecer o reboque.
 

Knox

Active Member
Durante a semana não me cruzo com muita gente e é raro alguém falar-me, os que falam mais são os que têm as melhores máquinas e que têm estilo de fazer muitos quilómetros, principalmente pessoal da mesma faixa etária e que têm gosto no ciclismo. Aos domingos como há mais gente há muita gente a cumprimentar, se for daquele tipo que começou a fazer uns quilómetros á porta de casa e só aos domingos, esses nem dizem nada.
 

Skyforger

Active Member
Morg, eu falei do JPLopes por ser "meu vizinho" e por pedalar mais ou menos na mesma região que eu. No meu caso, nem mesmo esses tais presentes envenenados...Mas passo bem sem eles :)

Mas acredito piamente que haja aqui também uma certa influência cultural. Actualmente estou a viver na Beira Litoral, mas cresci e tenho raízes na região de Abrantes e posso dizer que, passados 7 anos de me ter mudado para estes lados, ainda não consegui habituar-me à mentalidade fechada e desconfiada destas gentes. E, curiosamente, isso tornou-se ainda mais evidente ao longo dos últimos 4 anos, desde que deixei Leiria e fui viver para uma pequena aldeia.

Tal como tu, na região onde cresci e que, no fundo, é a minha terra, há um espírito de comunidade muito mais evidente e espontâneo, sem receios, sem interesse, de uma forma muito natural e genuína. Essa é uma clara influência do Alentejo( que está ali à porta) e que é visível também em algumas regiões do norte do país, sendo o contraponto com a região na qual vivo actualmente. Não é melhor, nem é pior, são apenas formas diferentes de se estar na vida e de viver em comunidade e isso acaba por reflectir-se em muitas coisas do nosso quotidiano, inclusive nesta questão das bicicletas.
 

JPLopes_73

Well-Known Member
Boas,

percebe-se ... este forum está cheio de pessoal anti-social ... que só sabe andar sozinho ou quando muito com mais 1 ou 2 acompanhantes :eek:

Na boa ... cada um sabe qual é a sua onda ... e se quiser sair da onda ... pode apanhar a mais proxima ... a que vem em sentido contrario ... a que vem por baixo ou de cima ...

Obvio que todos têm de saber que nem sempre conseguem apanhar as ondas dos outros e que na adaptação as ondas dos outros parecem ser muito fortes ... eu às vezes fico-me ... com o meu ferro ( não importa o valor) ... muitos furos abaixo de qualquer carvão.

O que quer dizer ... se queres andar com os gajos do carvão ... tens de treinar mais ... e esse é que é o problema ... tempo ... porque sei perfeitamente que sou o mais rapido no CRI e mesmo nas etapas em linha ... da minha rua :p ... do bairro ... já tenho duvidas ...

Veneno? Temos que tomar o necessário ... se não nos matar ... torna-nos mais fortes!

Eu sinceramente não vejo isto como competição ... mas isso sou eu ... que vou ali à Marinha e vou no comboio ... se eles quiserem ... ainda este sabado aconteceu outra vez ... eram poucos ... mas proximo do fim o verniz tem sempre de estalar.

Havia umas faiscas no ar no parque de estacionamento ... mas coisa que umas bifanas não acalmassem ...
Sempre que passo por um gajo ... pergunto-lhe para onde vai ... e se quer ajuda na roda! Mas isso sou eu que ainda acredito na pai natal ...

Isto tudo para dizer que ... não estraguem dinheiro no material ... se o vosso problema está na cabeça ou nas pernas ;)
 
Quem não gosta desses presentes envenenados...;)

Eu confesso que gosto, mas sempre no espírito desportivo, uma pessoa não pode ficar chateada se for descarregada, faz parte deste desporto, e até acho que dá piada ao mesmo.

Aqui pela zona de Sintra principalmente ao fim de semana encontra-se sempre bastantes grupos e por norma o pessoal não se chateia de dar roda (envenenada ou não), eu falo sempre a toda a gente e se houver oportunidade puxo conversa, nem que seja quando se pára num semáforo.

Quando se colam na minha roda não me importo minimamente, mas por instinto aumento sempre um pouco o ritmo para fazer um teste à companhia...:p

O pessoal com quem ando todos gostam de conviver com outros ciclistas que encontramos na estrada.
 

Skyforger

Active Member
Acho que, acima de tudo, também há que ter consciência das nossas limitações e capacidades (da cabeça e das pernas) e sabermos avaliar naquilo que nos estamos a meter. Claro que o andar com malta com um ritmo ou com um objectivo diferente do nosso ajuda à evolução, nem que seja a ir ao limite das capacidades, mas, por outro lado, também há o reverso da medalha de tornar a experiência no mínimo frustrante. Daí que, quando ando em grupo e quando sinto que estamos em comprimentos de onda diferentes (a todos os níveis), cada um vai à sua vida e amigo não empata amigo. No final ou numa outra ocasião lá nos encontramos e amigos como antes ;)
 

JPLopes_73

Well-Known Member
Ok. percebe-se a adstrição em querer segurar a roda da frente e fazer umas trocas de posição com os outros ... roma não foi feita em 2 dias ... e é preciso condições que possibilitem a aproximação ...

Nem sempre se consegue o objectivo ... mas sem se tentar, não se sabe o resultado da tentativa ...

Depois dessa aproximação ... passamos à regra de grupo ... quem vai em primeiro cortar o vento ... e com que tempo se substituem ...

Andar em grupos é assim ...

Só agora é que vi o titulo do post ... andar pendurado na roda de estranhos ... é possivel ... e o pai natal vem normalmente em dezembro ;)

falo das minhas voltinhas ... às vezes vejo um gajo a 1km ...o treino prossegue para o tentar apanhar ... ainda há dias aconteceu vinha a chegar às matas do louriçal ... depois de apanhar o bacano ... falei com ele ia parar passados 1 ou 2 km e disse-me para ir andando ... eu fui ... para fazer par ou grupo tem de ser saída de locais proximos e com objectivos pessoais semelhantes ... quando se vê os pro's a falar uns com os outros ... estão a entrar em acordo de ajuda mutua ... às vezes um fala e o outro nem lhe responde ... são cenas do ciclismo ...
 

GMQ

Well-Known Member
Bem, eu devo ser mesmo um gajo anti-social e feio que nem um bode (sem ofensa para os bichos...)! Nos anos que levo disto, que já são alguns, quer no BTT, quer na estrada só me lembro de UMA ocasião na qual alguém se colou à minha roda e meteu conversa (principalmente quando percebeu que eu não o ia rebocar até ao destino). Tirando esta ocasião, só ando acompanhado quando, à partida, vou andar com um grupo previamente estabelecido. Ando a maior parte das vezes sozinho e nunca senti minimamente essa questão de colarem à nossa roda, de meterem conversa conosco, de pedalar uns kms numa qualquer companhia ocasional ou de passar um grupo e ser convidado a entrar....

Confesso que eu também não o faço. Por norma, faço questão de dizer um "bom dia" a quem ultrapasso ou com quem me cruzo, mas sigo à minha vida. Mas, do outro lado, também não sinto essa abertura. Ao ler alguns destes relatos, principalmente o do Morg, comecei a pensar que isto se trataria de uma questão cultural/regional, mas, pelo que o JPLopes refere, percebo que não.

Ainda no passado Domingo, à falta de imaginação para mais, lancei-me para o óbvio e fui esticar as pernas para algumas das estradas mais densamente povoadas por ciclistas aqui na região (Estrada Atlântica, N109 entre Leiria e Figueira da Foz,...), cruzei-me com dezenas, ultrapassei e fui ultrapassado, e a coisa nunca foi além do "bom dia" de circunstância.

Skyforger,

Manda estampar no Jersey o teu nick com os seguintes dizeres. Não dou boleias! Não reboco ninguém! Eh Eh EH ;)
 

GMQ

Well-Known Member
Skyforger,
eu acho que é cultural/regional. A questão do JLopes é diferente, são os convites envenenados, desses recebo muitos mas já não tenho idade para ser parvo. Repara que nas várias situações que relatei não houve convites, apenas uma conversa entre desconhecidos que por acaso estavam a andar de bike. Não se coloca a questão do: posso ir aqui ao seu lado?

Eu nasci numa aldeia onde ainda hoje, depois de 20 anos a viver fora, falo a todas as pessoas que vejo e sou correspondido.
Ainda levo este vício comigo e mesmo na cidade dou por mim a falar a desconhecidos e só me apercebo de onde estou quando vejo a cara de admiração/desconfiança deles.

Quando vou na bike falo a todos com quem me cruzo, seja com bikes de 5.000€ ou 50€. Infelizmente já sei que metade deles não me dá resposta.
Já tentei não falar porque não recebia resposta mas sentia-me mal comigo mesmo, por isso optei por falar a todos :)

O bom e velho alentejo. Tenho um colega e amigo de profissão em Aljustrel e durante os tempos de faculdade ele convidou-me para passar lá uns dias era impressionante como toda a gente o conhecia e e ele conhecia toda a gente. Todos se cumprimentavam.

Desculpem o offtopic
 

JPLopes_73

Well-Known Member
Skyforger,

Manda estampar no Jersey o teu nick com os seguintes dizeres. Não dou boleias! Não reboco ninguém! Eh Eh EH ;)

Bom ... quando a agenda o permitir temos de fazer uma voltinha à maneira ... mas nas calmas ... pelo menos é o que sinto hoje ... por muito fortes que possamos ser ou pensar que somos temos sempre o nosso dia mau ... por um motivo qualquer e nem sequer nos apetece andar ... e acreditem que nesses dias vão precisar de uma roda ... para ir à mama ...
Gostei da ideia GMQ se não a registares nos proximos 5 minutos está fanada :eek:

Moce marafade ... ;)
 

Skyforger

Active Member
Skyforger,

Manda estampar no Jersey o teu nick com os seguintes dizeres. Não dou boleias! Não reboco ninguém! Eh Eh EH ;)

Bem, eu acho que ou estou a expressar-me mal, ou não estão a perceber as minhas palavras...ou ambas! :) Mas eu, em algum ponto, afirmei que não dou boleias ou que não reboco ninguém? O que disse foi que só por uma ocasião aconteceu alguém colar-se deliberadamente à minha roda...e não foi por isso que espantei a pessoa. Aliás, ele é que ficou aborrecido porque eu, a dada altura, tomei uma estrada diferente da dele e o rapaz teve de penar sozinho. Não me aflige nada andar em grupo nem dar roda a quem quer que seja. Eu é que, por natureza, não me colo a ninguém que não conheça. Passo, cumprimento, mantenho o meu ritmo e quem quiser vir que venha....simplesmente nunca acontece virem...e eu até nem ando nada de jeito...:rolleyes:

Quando ando em grupo, grupos formados à partida e não de circunstância, sei como funciona a dinâmica dos mesmos e procuro entrar nela...ou seja, de vez em quando lá calha ir à frente dar o corpo ao vento. Não me tomem por nenhum bicho papão :)
 

JPLopes_73

Well-Known Member
... dou por mim a falar a desconhecidos ...

A minha mãe disse-me sempre ... para não aceitar rebuçados de desconhecidos :eek:

estou a brincar ... como é obvio ... mas sim o nosso problema antes de ser cultural/social ... é de educação ... estamos muito fechados em nós proprios ... falo assim por comparativo com os vizinhos espanhóis ... por exemplo ...

... e vimos aqui ao forum e somos mais fortes e rapidos ... e não há rodas para mamar para ninguém :mad:

Isto é mesmo uma questão de ajuda desinteressada ... que ocorre entre amigos ... por vizinhança ... por empatia ... eu não quero esse jersey ... podes registar a marca GMQ
 
Nestas férias no Alentejo tive duas situações com rodas,e ambas com resultados opostos, numa íamos um grupo de 4 com pessoal da terra e ao pararmos num cruzamento vinha um grupo prai de 15 elementos que assim que nos viram mandaram logo sinal "Esperem ai...", ou seja exemplo de convite envenenado, resultado saltamos para dentro do mini pelotão, colocamo-nos bem e deixámo-los puxar, assim que o ritmo começou a baixar, na parte em que a subida inclinava mais, saltei eu para a frente do pelotão com um colega e colocámos o pelotão em filinha pirilau, ficaram todos em sentido e o ritmo acalmou nos próximos kms até que seguimos caminhos opostos.

Mais tarde no strava no flyby estive a ver quem eram os gajos e todos bateram os records pessoais daquela subida, ou seja estavam todos no limite... mas que foi fixe foi...

Noutra experiência que tivemos fomos 3 fazer um passeio até Milfontes volta de cerca de 150km, logo em ritmo moderado, quando iamos a chegar ao cercal vemos um ciclista a solo, devagar a esperar por nós, metemos um dedo de conversa e paramos no cercal para beber um café, era um Francês, gajo dos seus 40 anos bem fininho, vi logo que era gajo que andava bem de certeza, como ia com o mesmo destino que nós seguimos juntos até Milfontes, os primeiros 5km forma num ritmo confortável a meter conversa, durante a qual descobri que o gajo já tinha feito o Transportugal, passado esses momentos o gajo mete um ritmo forte e constante q vai lá vai, aguentar a roda e já vais com sorte, ainda tentei passar para a frente um pouco, mas assim que sai de trás vi logo que não dava, ainda por cima com mais 80km para fazer até casa, passado esse estição fomos todos até ao farol e tiramos umas fotos de recordação com o bacano.

Isso das picardias é em todo o mundo não é só exclusivo dos tugas....
 
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