Tema desenterrado, mas sempre na ordem do dia...
Antes de mais nada sugiro que esqueçam a Holanda, Dinamarca e outros paises com uma cultura fortemente implantada do uso da bicicleta no contexto quotidiano para justificar as nossas regras/leis, isto porque essas regras são - ou deveriam - ser sempre adequadas a um determinado contexto, portanto, estar a justificar esta ou aquela decisão de obrigatoriedade/ou não obrigatoriedade de algo com base no contexto de outro pais, e leia-se contexto ao nível social, de infra-estruturas, serviços, etc, é completamente despropositado neste ambito de discussão. Por outro lado, devemos sim usar esses exemplos para exigir condições e infra-estruturas, e assim melhorarmos o nosso contexto, e só quando isso acontecer é que poderemos ajustar as leis e regulamentos á sua semelhança.
Da mesma forma que por exemplo na Holanda não há seguro nem é obrigatório o uso do capacete, podes ser multado por não usares luzes, e por andares de bicicleta em zonas exclusivamente pedonais; lá está, faz todo o sentido!
Posto isto, eu não me importaria que fosse obrigatório, isto porque tenho contratado, e certamente que se fosse obrigatório todos aqueles que hoje em dia estão segurados tal como eu benefeciariam com preços mais baixos resultantes da maior procura. Feito o meu comentário esgoista, e passando a um plano generalista, acho que existem dois aspetos importantes a ter em conta na discussão:
1- Será que o impacto (em caso de acidente) de uma bicicleta é assim/ou pode ser assim tão pequeno ao ponto de não ser necessário um seguro de responsabilidade civil?? a comparação com os peões nem cabe na discussão porque na generalidade os peões tem via exclusiva de circulação (passeios), já nós temos de partilhar a via com os veiculos motorizados, e é aí que reside o problema, é que tudo pode acontecer, imprudências e ocorrências existem dos dois lados, e seja propositado ou não, podemos causar danos materiais e a pessoas, e neste contexto, em que ficamos?? Eu só quero dizer com isto que nós ciclistas podemos causar acidentes, independentemente de na maioria dos casos sermos vitimas, não podemos excluir o outro lado. Podia dar alguns exemplos reais, e recentes, mas acho que podem pôr a vossa imaginação a funcionar, e perceber que a realidade se assemelha muito a essa imaginação.
2- Mesmo admitindo o ponto anterior, a maior problemática a meu ver tem haver com a aplicabilidade, apartir de que idade, aplicável a quem, como, etc...aqui sim é que pessoalmente tenho muitas dúvidas, mas da mesma forma com que os seguros pessoais, saude, etc se generalizaram, certamente seria possivel agregar o seguro especifico do uso da bicicleta com o automóvel, ou com o da casa, etc. Basta haver vontade de nos proteger, que é o que eu faço.
Importante referir:
- não vendo seguros, nem tenho sequer qualquer tipo de ligação familiar a quem os venda e/ou possa beneficiar da sua obrigatoriedade