Road to freita
Bem está na hora de escrever algumas palavras e deixar que as imagens falem por si.
Em primeiro lugar quero agradecer ao duchene pela ajuda a delinear determinados pontos do percurso.
De seguido agradecer especialmente ao individuo que me roubou os óculos em Entre-os-Rios enquanto tirava uma foto. Espero que aquilo que paguei por eles, ele o gaste em farmácia. Conseguiu estragar um passeio que foi perfeito em todos os sentidos. Sem furos, sem avarias, sem cãibras (o que é positivo dada a minha forma).
Mas esqueçamos essa parte e vamos ao relato...
O projecto inicial era sair a partir de casa em direcção a Entre-os-Rios via R108 e depois fazer a abordagem à Serra da Freita via Arouca. Isto porque um amigo ía de manhã a Aveiro e disponibilizou-se para me apanhar perto do Merujal.
Acontece que ele acabou por desistir da sua deslocação e eu tive que adaptar a volta. Aproveitei a ideia do Paulo V. (espero que ele não se importe) e arranquei a partir de Entre-os-Rios. Arranquei demasiado tarde e sabia que o possível calor ía massacrar-me.
Desta vez não fui em grupos. Com um camelbag às costas levei comida, muda de roupa para condições diversas e ferramentas (caso elas fossem necessárias, felizmente não foram).
Dirigi-me pela N224 em direcção a Sobrado para finalmente chegar ao ponto de partida para a subida ao planalto da Freita (Arouca).
Achei curioso este campo de cultivo que mais parecia um cemitério dos combatentes da Grande Guerra.
Depois de Sobrado não mais a estrada deixou de ser assim...
Ao que parece existe por aí uma moda de se tirar uma foto destas. Confirma-se?
Eu tirei três por causa das dúvidas... e também por causa de quem me segue via instagram.
Mesmo aqui a paisagem já é brilhante. Ou não estivéssemos já dentro do Arouca Geopark.
Chegado a Arouca foi momento de um bom repasto debaixo de uma sombra e num agradável parque (penso ser o Parque 25 de Abril).
Que bem que se estava. Embora não estivesse com o tempo contado, também não queria chegar muito tarde e por isso não perdi muito tempo neste pequeno lanche. Segui em direcção à subida que me levaria a Bustelo, Espinho (por engano), Espinheiro, Adaufe, Cando (de onde arrancamos no segundo passeio que fiz na Freita com malta cá do fórum) e por fim o planalto.
O meu engano ainda me permitiu andar numa estreita estradinha que me levou a Espinho, completamente cheio de arvoredo de um lado e de outro. Muito bonito mas o meu caminho não era por ali.
Antes de cortar para o planalto captei algumas imagens que infelizmente não conseguem transmitir aquilo que os olhos absorvem.
A Freita tem umas cores lindíssimas nesta altura do ano e além disso tem um aroma bastante característico. Para mim continua a ser dos locais mais bonitos para se pedalar.
Estes eram os gigantes que eu pretendia atingir.
A malta que costuma bater mais o local, sabe dizer-me o que é isto?
Finalmente no planalto, a visão daqui é simples deslumbrante. É a terceira vez que tenho o privilégio de calcar em duas rodas este pedaço de alcatrão cheios de magia e beleza.
Chegado ao Merujal estava na hora de seguir em direcção a Raiva e caso as pernas deixassem subir ao miradouro de S. Domingos para a respectiva foto.
Segui agora novamente em direcção à N224 até surgir o corte para a M503 que me levaria a S. Domingos.
Infelizmente (ou não porque os líquidos estavam prestes a terminar nos bidões) passei a entrada para o miradouro sem perceber e acabei por sair de Raiva. Depois não me apeteceu subir aquilo tudo novamente.
No entanto, deu para captar uma imagem da aclamada curva do Douro.
Depois foi rolar a todo o vapor pela M222 até regressar a Entre-os-Rios.
No fim captei a famosa imagem de um local onde outrora correram muitas lágrimas.
Fica o registo de um bom passeio a solo. Eu não sou de muitos solos mas quando os faço, sinto-me bem. Sinto que sou eu, aquilo que eu capto, o meu tempo, as minhas paragens, o meu ritmo.
E desta vez a coisa correu muito bem, sem enganos de maior, sem problemas físicos a atrapalhar. Só um calor tórrido que me deixou com escaldão nas pernas e nas mãos e os óculos que se foram que eu gostava tanto.
Mas sem dúvida um passeio para recordar.