Boa noite!
É a 3ª vez que aqui escrevo. Não estava à espera que respondessem à minha mensagem.
Antes de mais um agradecimento pelas considerações de caracter e comportamento que me foram dirigidos.
Acreditem que não fiquei ofendido com as expressões de “tontice”, “idiotice” e “parvo” de 3 foristas. Amigos, colegas de trabalho e familiares também me chamam essas coisas.
O que me ofendeu foi um forista afirmar que, e passo a citar: “mas em vez de ir ao hospital, ainda tem tempo de vir aqui expor a situação à espera que alguém lhe solucione a dita maleita?”
Mas onde está no texto que escrevi que esperava ajuda neste fórum?? Eu vir aqui pedir ajuda médica?!? Além de este ser um fórum de ciclismo e não de medicina, eu faço todos os possíveis para NÃO ir ao médico pedir ajuda. Por isso é que chamam parvo. Também nunca meto baixas médicas. Uma idiotice portanto.
Eu só escrevi a mensagem por 2 razões: para responder ao repto do forista Pratoni que pergunta: “E rescaldos não há?” E eu que gosto muito de ler e escrever (escrevia noutro fórum de corrida que deixei de fazer) respondi ao repto do Patroni.
A outra razão disse-a na mensagem: “isto é um sério aviso para mim se eu conseguir recuperar e para os outros que lerem esta mensagem e nunca passaram por esta situação.”
Problemas médicos, mecânicos, elétricos, etc. tento resolvê-los pela via mais difícil: sou eu que os resolvo mediante pesquisa. Mas às vezes posso não conseguir.
Mas alguns foristas fazem-me perguntas e essa é a razão principal desta 2ª mensagem.
Já tive alguns problemas de saúde (como toda a gente tem) e a 1ª coisa que decido fazer é NÃO ir ao médico. Porquê esta “tontice”?
Há uns 12-13 anos estava em França a pedalar nos Pirinéus e de um dia para o outro apareceram-me uns nódulos no ânus. Deixei de conseguir sentar-me no selim.
Fui a uma biblioteca de Saint Girons e pesquisei em livros e internet o que poderiam ser aqueles 4 nódulos à entrada do ânus. Pelo cruzamento da informação lida e dos sintomas, conclui eu que se tratava de hemorróidas externas. O tratamento, para 90 % dos casos, era a administração via oral de corticoides.
Sem ir ao médico, dirigi-me a uma farmácia comprar um medicamento cujo princípio ativo tivesse corticoides. A farmacêutica francesa disse-me que tinha um medicamento mas que só poderia ser administrado por receita médica.
Sem alternativa, dirigi-me ao hospital local. Nunca, até essa altura, tinha ido a um médico. Atendeu-me um médico galego que me falou em espanhol e uma estagiária. O que se seguiu não foi nada agradável.
O indivíduo mandou-me despir os calções disse-me para por de gatas em cima de uma maca. Observou 1º o rabo, pôs-se a apalpar ali à volta e disse-me que ia meter os dedos no “culo”.
Colocou umas luvas nas mãos e, com os dedos, empurrou os 4 nódulos para dentro do rabo. Ainda gani com as dores. Depois do “tratamento” manda-me vestir e disse-me que tinha de ser operado!! Era a melhor solução - dizia ele!
Não contra-argumentei. Não quis, na altura, desautorizar o médico, mas eu tinha lido na internet que havia 3 tipos de tratamento: farmacológico, clinico e cirúrgico e que, para casos como o meu, o tratamento farmacológico seria suficiente para a grande maioria dos casos.
Já fora do hospital, 15 minutos depois, enquanto caminhava, sinto os 4 nódulos a saírem do intestino!! O médico tinha-me enfiado os dedos no cú para nada!
Interrompi as férias e fiz 1300 km até chegar a Portugal. Fui ao Hospital de Alcobaça que me informaram que o meu problema tinha de ser tratado com o médico de família(!)
Nessa altura, eu nem sabia se tinha médico de família. Tive de perguntar aos meus pais em Porto de Mós se tinha médico de família. Tinha de facto.
Fui ao centro de saúde em Porto de Mós. Sem falar da má experiência com o médico galego, disse ao meu médico que precisava de cortisona porque estava a sofrer de hemorroidas externas.
O médico olha para mim e manda-me despir. Obedeço mas disse-lhe para não tocar nos nódulos.
Feita a observação, receita-me comprimidos de cortisona, tal como eu tenho lido em diversos sites. Com a receita médica, fui à farmácia comprar os comprimidos.
Pergunto à farmacêutica se seria necessário receita médica para os mesmos. Diz-me que não!! Fui 2 vezes ao médico para nada.
Em França era preciso receita médica em Portugal não. Nesse mesmo dia dei-me ao trabalho de pesquisar por é que há comprimidos que precisam de receita médica e outros não.
Um forista afirma: “Na Internet é fácil descobrir tudo. Menos saúde”. 50 % errado!! Na internet também se descobre saúde e muita. Se eu seguisse os conselhos do 1º médico resolvia o problema das hemorróidas através de uma operação cirúrgica e internamento hospitalar. Com base na pesquisa na net resolvi o problema com comprimidos.
Já tive outros problemas de saúde. Todos resolvidos através da via mais trabalhosa: pesquisa na net.
Conto outro pequeno episódio. Até há 2 anos corria maratonas e ultramaratonas de mais de 100 km. Depois de uma dessas provas, no local da meta, oferecem-me
um isotónico ou algo parecido com cor vermelha. Nunca tinha bebido aquilo. Como soube-me bem vejo o rótulo do produto.
Umas horas depois, já em casa, vou ao WC e apanho um dos maiores sustos da minha vida. A urina tinha cor do sangue embora não sentisse qualquer dor!!
Fiquei de tal maneira em choque que fui de imediato à internet à procura da(s) causa(s) possíveis para a urina vermelha. Eram muitas. Desde cancro, doenças associadas à bexiga, mas “agarrei-me” a 2 causas possíveis: hemorragia devido ao esforço físico, e reação ocasional à tomada de um certo corante presente nalgumas bebidas e produtos em pó.
Foi depois desta pesquisa que me lembrei na bebida vermelha que tinha tomado. No dia seguinte a 1ª urina ainda saiu rosa mas à tarde, depois de beber muita água, já estava transparente. Não foi preciso ir à urgência. Se tivesse ido, o médico, provavelmente, ter-me-ia receitado uma parafernália de exames e/ou comprimidos.
Respondendo a outras 2 questões: “Então e estás sem sensibilidade na mão e vais mergulhá-la em água muito quente? Arriscando a ganhares queimaduras sem dares por isso?”
O forista terá interpretado/lido mal o texto. Depois de consultar a internet, uma das soluções possíveis para a minha mão insensível seria mergulhá-la a uma temperatura 2-3 graus acima da temperatura corporal.
Ora a temperatura corporal normal é de 37 ºC. Fui buscar um termómetro e coloquei numa bacia, água a 40 ºC (está escrito esta temperatura no texto). As queimaduras só surgem para temperaturas bem superiores (a partir de 65-70 ºC)
Portugal é um dos países da EU onde as pessoas mais se dirigem aos serviços de emergência. Também está do top 5 nas baixas médicas, baixas fraudulentas e desperdício de medicamentos. Acho que nem preciso de citar fontes…
É uma crítica a quem vai ao médico à primeira dor? Não é nenhuma crítica. “Com a saúde não se brinca” como diz o outro e cada um mediante os sintomas e a informação que possui decide ir ao médico ou não. E eu mediante os sintomas que tenho e informação que possuo em cada caso, não tenho precisado de ir ao médico para me curar.
Em relação ao meu problema, ele ainda não está resolvido, mas já consigo mexer os dedos e escrever no pC. Há melhoria portanto. Não consigo pegar em pequenos objetos com os dedos, nem fazer força suficiente para certas atividades pois falta sensibilidade.
Nestes 2 dias tirei um curso on-line sobre hipotermia. Há 5 graus de gravidade e o meu é de grau I (talvez II no máximo).
Não há muitos sites em Portugal a “falar” sobre diversidade de tratamentos sobre as mais diversas doenças. Em sites estrangeiros há muito mais informação e muito mais pormenorizada de como tratar um número enorme de doenças sem ir ao médico.
Poderá alguma vez o diagnóstico on-line (em sites da especialidade) estar errado? É possível. Assim como é possível os médicos enganarem-se (e enganam-se de facto) no diagnóstico/tratamento que me possam fazer.
Há 3 curas possíveis para o meu caso: deixar passar o tempo (a principal cura), fazer certos movimentos com o braço bem vigorosos e outro que descobri num site norte-americano: fazer um exercício bem vigoroso, num local com temperatura agradável e que faça aumentar muito o ritmo cardíaco.
Amanhã, no ginásio, vou “desmanchar” a bicicleta de spinning. Vou elevar o ritmo cardíaco de modo que o sangue há de fluir com vigor para a ponta dos dedos que tem os vasos sanguíneos danificados…
Boas pedaladas.
PS. Carolina: apesar de não esperar conselhos quando postei a 1ª mensagem, agradeço a indicação sobre o magnésio embora não sirva para o meu caso.