Está aqui a falhar a muito boa gente, o conceito de branding.
Independentemente do gosto pessoa, há factores que podem ser mensuráveis, para a atribuição do valor a uma marca. Entre eles encontra-se uma coisa chamada reconhecimento.
E o reconhecimento da marca faz-se, junto do público através de determinados factores que, pela sua conjugação, contextualização e difusão, se tornam permanentes na mente dos utilizadores.
Um exemplo 100% nacional, para não voltarem a dizer que o inglês é que é fixe, é a marca Sapo. Hoje em dia o Sapo, esse fantástico nome, tem uma imagem valiosíssima com uma elevada taxa de reconhecimento e de notoriedade.
E isso não é claramente resultado do nome per si. Antes pelo contrário já que o nome não tem sequer uma conotação directa com a área de negócio da empresa.
O que aconteceu nesse caso, é que os portugueses pegaram num nome português distintivo na sua essência e trabalharam-no muito para além da mera estampagem nas embalagens. E fizeram-no com cuidado, inteligência e resultados muito práticos.
A Jorbi começou mal. Poderá dizer-se que foi "timidamente", que é a desculpa normal para a ausência de branding. Desde a falta de dinheiro, à falta de tempo, tudo serve para justificar a ausência. O que as pessoas não percebem é que uma marca sem uma politica sólida de comunicação, é tão boa como o tal Ferrari que todos adoram, mas sem a chave de ignição. Até funciona se o empurrarem e tem na mesma a vistaça do Ferrari, mas não deixa de estar amputado na sua função.
Isto, a menos que a Jorbi tenha feito um estudo de mercado. E, caríssimos, um estudo de mercado não é andar pelas maratonas a perguntar ao ciclista se gosta da marca ou não.
Um estudo de mercado implica uma análise profunda a envolvente quer da modalidade, quer da sociedade e economia da área de implantação da marca. Um estudo desses bem feito vale o seu peso em ouro e como tal, tenho as minhas dúvidas que ele tenha sido feito. Até pelo resultado final em si.
E na remota possibilidade de existir, duvido mais ainda que indique claramente que o posicionamento no mercado da Jorbi se baseia unicamente na fatia de consumidores de bicicletas que não ligam patavina à marca e que portanto é para esses que deverá a marca direccionar as vendas.
O problema é que já existem marcas ditas rebeldes nesse aspecto e mesmo essas são cuidadosas com a sua imagem. ON·ONE e Surly só para citar duas....
Cada qual sabe do seu negócio, e como tal, o tempo dirá se não vamos ter uma nova Sirla, Vilar ou VAG daqui a uns tempos...