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Fusão Cervélo-Garmin

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Entrevitas a João Correia da Cervélo.

http://tv.eurosport.pt/cycling/storynews_sto2450985.shtml


João Correia: "Procurar equipa para 2011"

Ciclista da Cervélo explica o porquê do fim da equipa, a consequente fusão com a Garmin e garante que quer continuar a correr em 2011.
João Correia aproxima-se do final de uma temporada de loucos, na qual regressou ao ciclismo após uma longa ausência e que termina com uma notícia inesperada, o final do projecto Cervélo.

Acabado de fazer o Poitou-Cherentes e o GP Chatearoux, aos quais se seguem participações no GP Fromiers e no Paris-Bruxelas, o ciclista português radicado há muitos anos nos Estados Unidos garante que tem ainda esperanças de estar presente nos Mundiais da Austrália, mas caso isso não venha a acontecer, está previsto que venha a correr o Tour du Vendee e o Giro di Muesterland, no início de Outubro. A temporada deve terminar com as Clássicas italianas, como o Giro di Emilia, Coppa Sabatini e claro, a Volta à Lombardia.

Numa altura em que tem o futuro em aberto e no momento em que acaba de ficar sem equipa para 2011, trazemos-lhe uma entrevista onde João Correia esclarece todas as dúvidas sobre a dissolução da Cervélo, a fusão com a Garmin e na qual são revelados os planos para 2011.



EUROSPORT: Em que situação te encontras?

João Correia: Esta é uma situação triste para todos nós e estou especialmente triste pelo staff. A minha situação é similar à de alguns companheiros de equipa, estamos a tentar encontrar equipa para o próximo ano. O meu agente tem falado com algumas equipas e estou confiante que vamos encontrar uma solução em breve. De momento estou concentrado em treinar, sem stressar muito acerca de 2011.

Porquê abandonar um projecto vitorioso ao fim de apenas dois anos?

Tudo se resume a uma decisão financeira. Este era um projecto a três anos com o objectivo de encontrar um patrocinador durante esse período que assumisse a parte financeira. Para uma empresa de bicicletas do tamanho da Cervélo, ter uma equipa a este nível é um sacrifício enorme e com a pressão contínua por parte da UCI para que as formações entrem no ProTour, não conseguimos encontrar os recursos económicos para o fazer.

E porquê uma fusão Cervélo-Garmin?

Penso que a Garmin foi a melhor escolha. Quando olhamos para o programa que o Jonathan Vaughters desenvolveu, percebemos que algumas das suas lacunas vão ser preenchidas. Por exemplo, ele não tem uma equipa feminina e agora tem. Sempre foi muito ambicioso acerca do programa para os sub-23, algo que a Cervélo não tinha mas sempre quis. A Garmin tem uma excelente equipa para grandes Voltas, mas era fraca em termos de Clássicas. Nós temos um dos melhores programas para Clássicas do pelotão. Além disso partilhamos uma série de parceiros ao nível do equipamento, aos quais se tem que juntar agora uma das melhores marcas de bicicletas do mundo. Com a importância que eles dão ao contra-relógio e tendo a Cervélo a bicicleta mais vendida do mundo nesta disciplina, tudo faz sentido.

Isto vai tornar a Garmin fortíssima nas Clássicas?

Sim. Nomes como Thor Hushovd, Roger Hammond, Heinrich Haussler, Andreas Klier, Brett Lancaster, Daniel Lloyd e Gabriel Rasch são escolhas fáceis e aqueles que esperava ver na Garmin.

Como vês o mercado actual em que todos os anos surgem novas equipas?

Penso que o mercado do ciclismo é o mesmo todos os anos. Em relação a mudanças, podemos dizer que esta época há mais novos patrocinadores do que no passado. A Caisse d'Epargne pára, mas a Movistar toma o seu lugar, o que é bom para o ciclismo espanhol porque trazem grandes projectos. Nós paramos e logo depois somos absorvidos pela Garmin. O Gianneti entra na Geox com um grande patrocinador e vai levar a equipa a competir a um nível mais alto do que antes. Em Itália algumas das equipas mais pequenas vão desaparecer, mas penso que a Liquigas e a Lampre estarão mais fortes. A Alemanha vai perder a Milram, o que significa o fim da linha para o ciclismo alemão, que há cinco anos era uma das nações com maior número de equipas e agora não vai ter nenhuma. Mas acima de tudo penso que existe um certo equilíbrio entre as equipas.

FICAR NO CICLISMO É UMA PRIORIDADE

O que vai ser do João Correia em 2011? Nova equipa? Outras funções no universo do ciclismo?

O meu futuro ainda está indefinido. Tenho um agente a conversar com algumas equipas sobre a possibilidade de continuar no pelotão em 2011, mas sou realista. Já não sou um jovem e a minha temporada, tendo em conta de onde vim, foi excelente, embora a maioria das pessoas não veja o trabalho de um ciclista mas os seus resultados. Vamos ver o que acontece.

Que balanço fazes deste regresso ao ciclismo internacional?

Tem sido uma época interessante, mas difícil. Nem eu, nem a equipa sabíamos como seria a adaptação a este nível. Consegui terminar na Catalunha, em Murcia, tal como em Castilha e Leão, que foram corridas difíceis. A partir da Romandia comecei a ficar muito cansado e demorei a recuperar. Senti-me bem na Volta à Suíça, mas infelizmente sofri um acidente que me fez voltar a parar e agora estou basicamente a recomeçar depois de três semanas sem treinar e mais de um mês sem competir.

Penso que 2011 será mais fácil. O meu peso estará mais baixo e a minha força vai aumentar por isso espero que adaptação seja mais fácil. Há sempre coisas que poderia ter feito de maneira diferente agora que olho para trás, mas em geral estou contente com a forma como tudo correu este ano e como as pessoas ficaram sensibilizadas pela minha história.
 
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