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Cubo de mudanças internas

J.P.

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Alguêm tem, viu ou experimentou uma bike de estrada com mudanças dentro do cubo?

Sei que em BTT já há quem tenha apostado com excelentes resultados nesta tecnologia.

Em estrada sei que há uma marca (pelo menos) com este material, mas não encontro feedback.

Tambem sei que num futuro próximo vão começar a aparecer montagens com Shimano Alfine e talvez Rohloff (este ultimo para carteiras mais abonadas).

Na feira em Santarém tive a ver o Alfine, mas depois não se proporcionou falar com o representante...

Estes sistemas tem vantagens e desvantagens. Claro que para uma utilização competitiva não tem interesse, mas numa utilização cicloturistica podem ter vantagens pela sua qualidade e durabilidade, pouca ou nenhuma manutenção, amplo leque de relações de transmissão, permitir mudar de relação com a bike parada e nos mais recentes peso comedido.

Não será com certeza um produto para os puristas, mas parece-me suficientemente interessante para abrir este tópico e saber se alguém tem experiência com estes cubos.
 

felizardo

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Há uns anos ouvi falar disso no decorrer de uma transmissão televisiva de uma prova de Downhill em Lisboa, aquela mais conhecida. O comentador na altura disse que apenas um piloto (acho que é este o termo em downhill) estava a usar a tecnologia, em estado de protótipo, e que no final de cada prova a "cassete" era guardada num cofre, tal era o valor atribuído à engenhoca.

Como entretanto não ouvi falar mais nisso corro o risco de estar desactualizado na matéria mas à partida, e tendo por base os sistemas similares de 3 mudanças usados nas duas ultimas décadas em algumas bicicletas de cidade (como a Vélib de Paris) parece-me que é um sistema relativamente pesado e, por isso, com aplicação apenas em domínios onde o peso não é uma grande preocupação, como é o caso do downhill. Também me parece que o grau de complexidade e, por consequência, o peso, não devem escalar muito bem com o número de mudanças, isto é, seis mudanças não duplica apenas o peso das 3 (excluindo o "invólucro") e não se resume a adicionar mais 3 engrenagens, como acontece com uma simples cassete tradicional.
Há também um sistema de variação contínua (infinitos rácios de transmissão) relativamente recente mas esse então é coisa para pesar mais de 1 Quilo, pelo que não estou a ver o Contador desejoso de se lançar pelo Angliru acima com uma âncora destas na Bora traseira.

De momento não me parece que a tecnologia seja competitiva o suficiente para vingar no segmento de estrada (corrida) e penso que serão precisos ainda alguns anos para isso acontecer, possivelmente mais de uma década, até porque é preciso ter em conta que a tecnologia de transmissão aberta não está propriamente estagnada.

Resumindo: gramas, gramas & gramas.
 

J.P.

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Felizardo,
Realmente na vertente competitiva não me parece uma opção válida como já tinha dito.
Tambem acho que o sistema aberto (k7+desviador) não está esgotado e mesmo que estivesse... funciona bem e claro que um sistema de cubos com mudanças internas é mais pesado (não sei ao certo quanto:confused:) mas pode ter algumas mais valias no cicloturismo, por exemplo:
- Ausencia de manutenção. É apenas necessário mudar o oleo do cubo 1 x por ano (os novos cubos tem oleo e não graxa como dantes)
- Estanquecidade (não há desgaste nem avarias na utilização com tempo de chuva)
- Funcionamento preciso e silencioso.
- Grande rácio de andamentos (o Rohloff tem 14 mudanças e já há um Alfine de 11)
- Durabilidade e ausencia de avarias (só para teres uma ideia o Rohloff tem 10 anos de garantia)
- Funcionamento com a Bike parada
- Etc
- Etc
Claro que nem tudo são rosas se não já havia mais Bikes no mercado com este sistema. No entanto este tipo de cubos devido aos grandes melhoramentos que tem sofrido vai na minha opinião (e por algumas informações a que tive acesso) começar a ser utilizado fora do conceito da Bike-citadina...
Só por curiosidade o record do guiness relativamente á "volta ao mundo em bicicleta" foi batido numa bike de estrada com uma transmissão Alfine que em cerca de 30.000 duros kms feitos em apenas 163 dias deu Zero problemas...dá que pensar...
Não pretendo com este tópico vender a ideia que este sistema é melhor que o aberto (provavelmente até nem é...) gostaria apenas de ter o feedback de alguêm que eventualmente o tenha ou que já o tenha experimentado.
Ás vezes ficamos muito fechados naquilo que temos e conhecemos e pouco despertos e receptivos a coisas novas...tudo o que é novo e diferente esbarra sempre na indignação e repudio por parte dos mais cépticos ou conservadores...
Abr
 

felizardo

New Member
Olá

De facto o J.P. tinha descartado logo à partida a utilização em competição mas convém notar que é a competição que serve de catalisador na adopção de novas tecnologias por parte das massas. Quando eu penso em cicloturismo penso num universo de pessoas do qual uma grande parte tem bicicletas que são pelo menos "réplicas" dos modelos de competição, o mais próximo possíveis das máquinas dos craques, mesmo que seja só para fazer 20km ao Domingo. Esta quase obsessão com as grandes máquinas torna difícil vender uma bicicleta com uma tecnologia alternativa que não tenha rodado no protour.

Mas, e deixando os tais puristas de parte, penso que sim, que há vantagens inegáveis no que toca à manutenção, em especial nos segmentos de touring e cidade, que em Portugal não têm muita expressão. É que mesmo nestes segmentos a escolha muitas vezes recai na uma BTT, em vez de uma bicicleta mais adequada (se bem que com o estado em que estão certas estradas o "mais adequado" seja discutível). É muito raro ver na montra de uma loja de bicicletas em Portugal uma boa bicicleta de touring ou mesmo uma citadina de qualidade razoável, onde a utilização dessas transmissões poderá ser mais frequente (ou menos rara) . Por onde quer que eu olhe só vejo chegar G5, S6, Tarmac SL, Scalpes, taurines, etc. E é aí que está o mercado.

Desconhecia que já houvessem sistemas com 14 mudanças. Fiquei com uma certa vontade de testar um desses sistemas ou de pelo menos ouvir de quem o tenha experimentado, mas parece-me que é estatisticamente improvável que tal venha a acontecer no fórum. Vou fazer figas, não obstante ;)

Cumprimentos.
 
Vou aqui desenterrar este tópico não vale a pena criar um novo.

Estou a restaurar uma esmaltina antiga que estava jogada la pra um canto em casa e gostava de colocar um cubo desses de mudanças internas...
Mas dado o seu preço as únicas opções no orçamento que aparecem são alguns velhinhos usados (mesmo que implique raiar a roda de novo).

Que tem ou já teve uma bicicleta com este tipo de cubos o que acha?
Será viável um negócio onde a pessoa tenha apenas o cubo sem o manípulo? (daria pra adaptar uma alavanca de um sitema convencional indexado ou não?)
 
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